NELSON RODRIGUES VERSUS JORGE AMADO: DONA FLOR, A ARTE DIALÉTICA E O ENGANO IDENTITÁRIO
DOI:
https://doi.org/10.36311/0102-5864.2013.v50n1.3446Resumo
Os romances O casamento de Nelson Rodrigues e Dona Flor e os seus dois maridos de Jorge Amado foram publicados em 1966, dois anos depois do golpe militar. O primeiro texto enfrenta a questão da malandragem, segundo uma perspectiva (a da afirmação da identidade negra, da identidade da mulher, da baianidade, etc.) em aparência progressiva, mas na substância conjugada em uma direção, no contexto da ditadura militar brasileira, instrumental ao desenho cultural promovido pela elite brasileira. O casamento enfrenta a mesma questão, mas dessa vez da malandragem são exibidas as “chagas”: de fato, ao centro da cena está o lado podre da malandragem, representada como paródia grotesca da identidade brasileira. Não é por acaso que o romance do “reacionário” Rodrigues foi censurado pelo regime militar e Dona Flor do progressista Amado tornou-se um grande sucesso “identitário”.Downloads
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Publicado
2022-01-14
Edição
Seção
Artigos
Licença
Copyright (c) 2022 Revista Novos Rumos
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Como Citar
BRUNELLO, Yuri. NELSON RODRIGUES VERSUS JORGE AMADO: DONA FLOR, A ARTE DIALÉTICA E O ENGANO IDENTITÁRIO. Revista Novos Rumos, Marília, SP, v. 50, n. 1, 2022. DOI: 10.36311/0102-5864.2013.v50n1.3446. Disponível em: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/novosrumos/article/view/3446.. Acesso em: 21 nov. 2024.