FILOSOFIA-HISTÓRICA COMO AÇÃO ÉTICO-POLÍTICA NA DISPUTA PELA NOVA HEGEMONIA EM GRAMSCI

Resumo

Este artigo objetiva refletir, do ponto de vista teórico e de acordo com os pressupostos de Gramsci, as interfaces entre história, filosofia e política, tendo como fio condutor uma concepção original de filosofia como ação ético-política transformadora. Para tanto nos fundamentamos em alguns escritos de Antonio Gramsci e em estudiosos de seu pensamento, entre os quais destacamos, Coutinho (2011), Semeraro (2001, 2006), Roio (2017), Debrun (2001), Frosini (2013), entre outros. Gramsci, como oriundo do materialismo histórico-dialético – ou como ele próprio definiu de filosofia da práxis segue o percurso deixado por Marx, avançando em alguns pontos, mas por incorporação. Assim, neste artigo defendemos a indissociabilidade entre as dimensões da história, da política e da filosofia no pensamento de Gramsci na perspectiva de uma práxis ético-política tendo em vista a construção de uma nova hegemonia. Destarte, os questionamentos que nos move nesse artigo são: quais as relações que se estabelecem entre história, filosofia e política no pensamento de Antonio Gramsci? Qual a originalidade da concepção filosófica de Antonio Gramsci? Como a concepção filosófica original de Gramsci se articula e integra a uma práxis ético-política de transformação da realidade social tendo em vista a construção de uma nova hegemonia dos trabalhadores (as)? Por certo, Gramsci desenvolveu uma concepção original de filosofia como concepção do mundo em que as dimensões histórica e política estavam articuladas e integradas de forma dialética tendo em vista uma práxis ético-política integral de transformação da realidade social na perspectiva dos subalternos. Dessa forma, conclui-se que Gramsci inaugura uma concepção histórico-filosófica que integra de forma dialética história e filosofia, economia e política, objetividade e subjetividade.