PENSAMENTO E POESIA COMO FORMAR SIGNIFICANTES DA VIDA: UMA INTERLOCUÇÃO ENTRE HEIDEGGER E RICOEUR

Autores

  • Jéferson Luís de Azeredo Doutorando em Filosofia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e professor da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc)

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-8900.2019.v11.n27.05.p50

Palavras-chave:

Hermenêutica, Gadamer, Heidegger, Pensamento, Poesia

Resumo

Procurou-se aqui, pensar a poesia no que se refere a uma hermenêutica-ontológica, no engendramento de uma abertura ao ser. Para isso, se fez uma interlocução entre o filósofo Martin Heidegger e Paul Ricoeur. Primeiramente com Heidegger, a partir da fase de virada, a Kehre, dos anos 30, apresentando-se a desconstrução da história da ontologia ou até mesmo metafísica, que para ele se deu a partir de um esquecimento progressivo do ser, desenrolando-se agora, pós-virada, paralelamente a um pensamento não representacional, mas sim poético, margeando a filosofia e indicando a verdade antes esquecida na forma de pensar que desvela o ser. Para tal empreitada, Heidegger coloca a linguagem em destaque, sempre na relação com Hölderlin, que retoma um pensar poético (dichtende Denken), e o faz afastar-se da ciência como único modo de pensar. Com Ricoeur, trabalhou-se aqui uma descrição de metáfora inserida numa teoria geral sobre a linguagem ou significação, que tem como tese a metáfora como retórica pela qual o discurso liberta o poder que algumas imaginações e ficções comportam para redescrever a realidade, bem como, uma relação entre imaginação e pensamento, em que há uma reflexão sobre o processo metafórico como fundamento da escrita poética. A partir destes dois autores e que se torna possível uma significação do mundo, dos outros e de si mesmo, ou seja, extrapola-se uma atitude interpretativa para o ser de quem interpreta, chegando-se a uma hermenêutica-ontológica.

Referências

ALVES, I. F. A Linguagem da Poesia: Metáfora e Conhecimento. Revista: Terra roxa e outras terras – Revista de Estudos Literários, Volume 2, 2002.

HEIDEGGER, M. Ensaios e conferências. Trad. Emmanuel Carneiro Leão, Gilvan Fogel e Márcia Cavalcante Schuback. Petrópolis: Vozes; Bragança Paulista: Edusf. 2008.

______. Ser e tempo. Trad. Márcia Cavalcante Schuback. Petrópolis: Vozes; Bragança Paulista: Edusf. 2002.

______. A caminho da linguagem. Trad. Márcia Cavalcante Schuback. Petrópolis: Vozes; Bragança Paulista: Edusf. 2003.

______. A Origem da obra de arte. Tradução Idalina Azevedo; Manuel António de Castro. São Paulo, Edições 70, 2010.

NUNES, B; CAMPOS, M. J (Orgs.). Hermenêutica e poesia: o pensamento poético. Belo Horizonte: UFMG, 2011. 2ª ed.

RICOEUR, P. Metáfora Viva. Porto: Rés, 1990.

______. Do Texto à Ação. In.: Ensaios de Hermenêutica II. Trad. Alcino Cartaxo e Maria José Sarabando. Porto: Rés, 1989.

SANFELICE, V. O. Metáfora e imaginação poética em Paul Ricoeur. Dissertação de Mestrado. Santa Maria, RS, Brasil, 2014.

Downloads

Publicado

2019-05-03