SOBRE O MODO DE PROCEDER À INVESTIGAÇÃO DOS SERES VIVOS EM ARISTÓTELES

Autores

  • Rodrigo Romão de Carvalho Doutor em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP)

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-8900.2018.v10.n25.16.p246

Palavras-chave:

Método investigativo, Organismos vivos, Teleologia, Necessidade natural, Aristóteles

Resumo

Com este artigo, pretendo mostrar que, no tocante à questão do procedimento de análise do vivente, Aristóteles estipula, a princípio, duas regras gerais, as quais se apresentam como pressupostos à investigação adequada sobre os seres vivos. A primeira estabelece que, por um lado, é correto enunciar o gênero dos animais, visto que, com isto, evitam-se repetições desnecessárias de atributos comuns a várias espécies de animais, e, também, permite que seja agrupada e comparada uma quantidade variada de dados a serem posteriormente explicados através das causas. Por outro lado, é igualmente correto enunciar os atributos particulares de cada espécie, pois isto permite a explicação das características próprias dos indivíduos pertencentes à determinada classe de organismos. A segunda regra, por sua vez, estabelece que o investigador deve proceder à análise do vivente de modo a, primeiramente, coligir um registro de fatos para serem, posteriormente, submetidos a uma explicação causal. No que se refere à explicação causal, acrescentar-se-ia uma terceira regra, a qual determina que a primazia explanatória, no exame do orgânico, deve ser concedida às causas finais, associadas à forma, em detrimento das causas eficientes, associadas à matéria.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Obras de Aristóteles:

ARISTÓTELES. Aristotelis Opera. BEKKER, I. (ed.). Academia Regia Borussica, Vols. I-II, Berlim, 1831.

_____. The Metaphysics, Books I-IX. Trad. London: The Loeb Classical Library, 1947.

_____. Generation of Animals. Trad. A. L. Peck. London: The Loeb Classical Library, 1953.

_____. On Sophistical Refutations; On Coming-to-be and Passing Away; On the Cosmos. Trad. E. S. Foster, and D. J. Furley. London: The Loeb Classical Library, 1955.

_____. On the Soul; ParvaNaturalia, On Breath. Trad. de W. S. Hett. London, The Loeb Classical Library, 1957.

_____. Parts of Animals; Movement of Animals; Progression of Animals. Trad. A. L. Peck. London: The Loeb Classical Library, 1961.

_____. Aristotle History of Animals, Books I-III. Trad. A. L. Peck. London: The Loeb Classical Library, 1965.

_____. Aristotle History of Animals, Books IV-VI. Trad. A. L. Peck. London: The Loeb Classical Library, 1970.

_____. Aristotle History of Animals, Books VII-X. Trad. D. M. Balme. London: The Loeb Classical Library, 1991.

_____. Investigación sobre los Animales. Trad. e notas de J. P. Bonet. Madri, Biblioteca Clásica Gredos, 1992.

_____. Reproduccíon de los Animales. Trad. e notas de E. Sánchez. Madri, Biblioteca Clásic aGredos, 1994.

_____. Acerca de la Generación y la Corrupción; Tratados Breves de Historia Natural. Trad. e notas de E. La Croce, e A. B. Pajares. Madri, Biblioteca ClásicaGredos, 1998.

_____. As Partes dos Animais, Livro I. Trad. e comentários de L. Angioni. Campinas, Cadernos de História e Filosofia da Ciência, vol. 9, série 3, n. especial, 1999.

_____. Partes de los Animales; Marcha de los Animales; Movimiento de los Animales. Trad. e notas de E. J. Sánchez-Escariche, e A. A. Miguel. Madri, Biblioteca Clásica Gredos, 2000.

_____. Física. Trad. e notas de G. R. de Echandía. Madri, Biblioteca Clásica Gredos, 2002.

_____. Metafísica. Trad. e notas de T. C. Martínez. Madri, Biblioteca Clásica Gredos, 2006.

_____. Física I-II. Trad. e comentários de L. Angioni. Campinas, Ed. Unicamp, 2009.

Bibliografia Secundária:

ANGIONI, L. As Partes dos Animais, Livro I. Trad. e comentários de L. Angioni. Campinas, Cadernos de História e Filosofia da Ciência, vol. 9, série 3, n. especial, 1999.

BALME, David M.“Teleology and necessity”, in A. Gotthelf e Lennox and J. Lennox (eds.), Philosophical Issues in Aristotle’s Biology. Cambridge: Cambridge University Press, 1987, pp. 275-285.

_____. De Partibus Animalium I and De Geratione Animalium I. Translated with notes by D. M. Balme. Oxford: Clarendon Press (Clarendon Aristotle Series), 2001.

COOPER, J. M. “Hypothetical necessity and natural teleology”, in A. Gotthelf and Lennox, J. (eds.), Philosophical Issues in Aristotle’s Biology. Cambridge: Cambridge University Press, 1987, pp. 243-274.

GOTTHELF, A. “Aristotle’s conception of final causality”, in A. Gotthelf and J. Lennox (eds.), Philosophical Issues in Aristotle’s Biology. Cambridge: Cambridge University Press, 1987, pp. 204-242.

LEAR, J. Aristóteles: o desejo de entender (trad. Lygia A. Watanabe). São Paulo, Discurso Editorial, 2006.

LENNOX, J. G. Aristotle: On the Parts of Animals, Books I-IV. Translated with an introduction and commentary by J. G. Lennox. Oxford: Clarendon Press (Clarendon Aristotle Series), 2001a.

_____. “Material and Formal Natures in Aristotle’s De Partibus Animalium”, in Aristotle’s Philosophy of Biology. Cambridge: Cambridge University Press, 2001b, pp. 182-204.

NUSSBAUM, M. C. “Aristotle on Teleological Explanation”, in Aristotle’s De Motu Animalium. Princeton University Press, 1978, pp. 59-106.

PELLEGRIN, P. Parties des Animaux – Livre I. Traduction de J.-M. Le Blondeet introduction de P. Pellegrin. Paris: GF-Flammarion, 1995.

Downloads

Publicado

2019-01-09

Edição

Seção

Artigos