A RECEPÇÃO CRÍTICA DA FILOSOFIA DE NIETZSCHE POR HORKHEIMER NOS ANOS 1930: A INTERIORIZAÇÃO DOS INSTINTOS E SEUS DESDOBRAMENTOS

Autores

  • Simone Bernardete Fernandes Mestranda em filosofia pela Universidade de São Paulo (USP)

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-8900.2018.v10n22.20.p239

Palavras-chave:

Horkheimer, Nietzsche, Teoria Crítica, Materialismo Interdisciplinar, Emancipação

Resumo

Este artigo investiga a recepção da filosofia de Nietzsche na teoria crítica de Horkheimer da década de 1930. Em seus escritos de 1936, “Egoísmo e movimento de libertação: para uma antropologia da época burguesa” e “Autoridade e família”, Horkheimer recontextualiza historicamente conceitos oriundos da Genealogia da moral, interiorização dos instintos, má consciência, niilismo e ressentimento, para explicitar como os desdobramentos psíquicos da repressão característica da sociedade burguesa obstruem os potenciais de emancipação social até mesmo no presente. Tendo em vista a compreensão de Horkheimer dos acontecimentos históricos de seu tempo e o seu interesse na filosofia de Nietzsche para elucidar as suas origens, este artigo aborda a coexistência de uma determinada leitura desta filosofia com elementos chave da teoria crítica: a teoria marxista, o materialismo interdisciplinar e a orientação para a emancipação.

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Publicado

2018-07-28

Edição

Seção

Artigos