ENTRE A LIBERDADE E A OPRESSÃO: OS RISCOS DA IGUALDADE DEGENERADA EM UNIFORMIDADE NA OBRA DE TOCQUEVILLE

Autores

  • Rosângela Almeida Chaves Doutoranda em Filosofia do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal de Goiás (UFG)

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-8900.2018.v10n22.18.p192

Palavras-chave:

Política, Democracia, Igualdade, Liberdade

Resumo

Como Alexis de Tocqueville (1805-1859) se esforça em mostrar em seu grande clássico, A democracia na América, a igualdade é o fundamento maior da democracia (não no sentido de um estado social real, mas de uma percepção igualitária das relações sociais). O fenômeno democrático não pode ser dissociado do processo de igualização das condições – a igualdade representa o elemento dominante das sociedades modernas. O problema é que esse processo pode evoluir tanto para um regime de democracia liberal ou para um modelo sociopolítico no qual prevaleça algum tipo de tirania, que pode se materializar na forma de uma “tirania da maioria” ou do despotismo democrático representado pelo “poder tutelar” de um Estado centralizador. Como a tirania da maioria e o poder tutelar estão relacionados ao que podemos chamar de uma “degeneração” do ideal de igualdade nas sociedades democráticas, degradada em uniformidade e homogeneidade, é nesse sentido, conforme pretendemos argumentar nas páginas a seguir, que se instala na obra de Tocqueville um conflito entre igualdade e liberdade.

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Publicado

2018-07-28

Edição

Seção

Artigos