APROPRIAÇÃO, ARTICULAÇÃO E VOLIÇÕES DE SEGUNDA ORDEM: SOBRE UM SUJEITO DE VOLTA A SI MESMO

Autores

  • Bárbara Buril Doutoranda vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-8900.2018.v10n22.04.p1

Palavras-chave:

Alienação, Teoria Crítica, Apropriação, Articulação, Rahel Jaeggi, Charles Taylor, Harry Frankfurt

Resumo

A partir das reflexões sobre o fenômeno da alienação desenvolvidas pela filósofa Rahel Jaeggi em Entfremdung, este artigo põe em paralelo outros conceitos possíveis para que a noção de apropriação desenvolvida pela teórica crítica possa ser ampliada. Na obra em questão, Jaeggi traz a apropriação com a intenção de “livrar” a Teoria Crítica de um assentamento normativo robusto e essencialista, perdido, para ela, em um “dever ser” vazio. A apropriação se mostra, então, como o único critério normativo de sua teoria da alienação. Não se trata de uma interpretação nova, no entanto. Charles Taylor e Harry Frankfurt desenvolvem ideias paralelas à de apropriação, como é possível identificar no conceito de articulação, presente na teoria da agência humana de Taylor, e nas noções de volições de primeira e segunda ordem, encontradas na teoria da pessoa de Frankfurt. Neste percurso comparativo, surge uma questão fundamental: a alienação seria uma patologia social e a apropriação, uma terapia, ou seria mais adequado pensar a alienação como um sofrimento mais corriqueiro do que gostaríamos, porque constitutivo do processo de ser si mesmo, sendo a apropriação, nesse caso, uma forma continuamente processual de lidar consigo mesmo?

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Publicado

2018-07-28

Edição

Seção

Artigos