SLOTERDIJK E A ANTROPOGÊNESE COMO ARQUITETURA ONTO-ANTROPOLÓGICA DA CASA DO SER

Autores

  • Maurício Fernando Pitta Mestrando pela Universidade Estadual de Londrina (UEL)

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-8900.2017.v9n21.11.p131

Palavras-chave:

Antropologia, Clareira, Humanismo, Humanização, Martin Heidegger, Peter Sloterdijk

Resumo

Buscamos, nesse artigo, apresentar em linhas gerais a maneira como o filósofo alemão Peter Sloterdijk desenvolve a narrativa da humanização ou antropogênese, em vista da lacuna que o pensamento ontológico e topológico de Martin Heidegger apresenta: partir do lugar do humano — clareira ou casa do ser — como já dado, deixando em mistério o mecanismo antropológico por via do qual o humano viria a ser humano — e o mundo humano, a ser mundo. Para Sloterdijk, a antropogênese é, de uma perspectiva especulativa, um processo que deve unir o ontológico (e, portanto, o ponto de vista do humano na clareira) e o antropológico (o ponto de vista do “pré-humano”, animal que, envolvendo-se em processos de retroalimentação paulatinos e circulares, chegou a algum dia a habitar a clareira). Esse processo antropogenético é concebido pelo filósofo como uma história da domesticação (de domus, casa) ou uma arquitetura onto-antropológica da casa do ser heideggeriana, e responderia pela lacuna deixada por Heidegger, bem como pela adequação de seu pensamento a uma era “pós-humanista”.

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Publicado

2018-03-15

Edição

Seção

Artigos