EPISTEMOLOGIA E ARQUEOLOGIA: FOUCAULT E A HISTÓRIA DA CIÊNCIA FRANCESA

Autores

  • Fernando Gimbo Professor da Universidade Federal do Cariri (UFCA) e Mestre em Filosofia Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-8900.2017.v9n20.08.p99

Palavras-chave:

Foucault, Arqueologia, Crítica, Epistemologia, Verdade

Resumo

Trata-se de reconstruir tanto a relação da arqueologia de Foucault com a epistemologia histórica tal como praticada na França, assim como indicar suas principais diferenças. Para tanto, primeiramente o artigo mostra como ambas as investigações podem ser compreendidas como uma crítica filosófica da razão realizada a partir do confronto com a historicidade do saber positivo, isto é, com áreas externas à reflexão filosófica. Delimitado esse horizonte comum, sublinhamos a diferença entre arqueologia e epistemologia, diferença que se diz essencialmente de duas formas: (1) primeiramente, a partir da reivindicação por parte de Foucault de um nível de análise dos discursos que não diz respeito àquele referido pela historiografia da ciência francesa; (2) em segundo lugar, na recusa à posição judicativa reivindicada pela epistemologia. Refeito tal quadro de diferenças, o objetivo final é sugerir como Foucault - com a sua arqueologia - acaba por realizar tanto uma crítica à tradição da epistemologia francesa, sobretudo no que diz respeito a noção positivista de progresso histórico, quanto um alargamento de seus horizontes e temas a partir do conceito arqueológico de “saber” e de uma “história da verdade”.

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Publicado

2018-03-15

Edição

Seção

Artigos