A CRÍTICA DE VICO AO RACIONALISMO CARTESIANO E AO DESAPREÇO À CIÊNCIA HISTÓRICA
DOI:
https://doi.org/10.36311/1984-8900.2015.v7n15.5702Palavras-chave:
Cartesianismo, Ciência Moderna, História, Verum Factum, Giambattista VicoResumo
Neste artigo, pretendemos apresentar os aspectos essenciais da crítica de Giambattista Vico (1668-1744) ao racionalismo cartesiano e à epistemologia fundante da ciência moderna, em seu esforço para legitimar uma ciência que tem como objeto o mundo das realizações humanas. Para tentar validar uma ciência da história, seu principal objetivo, Vico percebeu que não poderia utilizar como parâmetro os princípios e a estrutura epistêmica cartesiana, pois o modelo moderno de ciência não teria viabilidade para as ciências humanas, cuja matéria é de natureza incerta e irregular, por isso fez-se necessário a reformulação de um modelo que legitime esta área do saber. Diferentemente do positivismo lógico, que almeja ser o normatizador da epistemologia científica na modernidade, Vico nos apresenta outra trajetória mediante o conceito de verum factum, pelo qual a ciência não é uma “régua aposta à realidade”, mas limita-se apenas àquilo que se conhece as causas, em outras palavras, o que se cria. Colocase, com isto, imediatamente de encontro à comunidade acadêmica, fundamentalmente ao cartesianismo e ao modelo matematizante de ciência, tão louvado pelos intelectuais de sua época, os quais testemunhavam os avanços científicos e industriais conquistados.Downloads
Referências
BARROS, I. K. F. de. A concepção de história em Giambattista Vico. 2010. 101 f. Tese (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo. 2010.
BERLIN, I. Vico e Herder. Tradução: Juan Antônio Gili Sobrinho. Brasília: UNB, 1982.
DECARTES, R. Discurso do Método; Meditações Metafísicas. Tradução: J. Guinsburg e Bento Prado Júnior. São Paulo: Abril Cultural, 1973. (Coleção Os Pensadores)
FERRATER MORA, J. Dicionário de Filosofia. Vol. 1. São Paulo: Edições Loyola, 2004.
GALILEI, G. O Ensaiador. Tradução de Helda Barraco. 3ª ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. (Coleção Os Pensadores)
GUERRA, A; BRAGA, M; REIS, J. C. Breve história da ciência moderna: das luzes ao sonho do doutor Frankenstein. vol. 3. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005.
LACERNA, M. Gimbattista Vico: Una nueva ciência, la historia. Revista Acadêmica Colombiana Científica. v. 23, n. 88, set. 1999.
MENEGAZZO, C. M. Magia, mito e psicodrama. Trad. Magda Lopes. São Paulo: Ágora, 1994.
NUNES, A. S. C. A arqueologia da linguagem em Giambattista Vico. 2009. 164 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.
PECORARO, R. Filosofia da História. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2009.
ROVIGH, Sofia Vanni. História da filosofia moderna: da revolução científica a Hegel. São Paulo: Loyola, 2002.
VICO, G. Opere Giuridique. Firenze: Ed. Sansoni, 1974.
_______. Princípios de ciência nova: acerca na natureza comum das nações. Tradução do original italiano intitulado Principi di Scienza Nuova. Tradução: Jorge Vaz de Carvalho. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2005.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2016 Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.