AS FACES DA ÉTICA: ENTRE A DETERMINAÇÃO E A ESCOLHA

Autores

  • Luiza Andriolo da Rocha Tavares Pereira Mestranda em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS)

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-8900.2010.v2n04.4378

Palavras-chave:

Ética, Dignidade, Reconhecimento, Oposição, Determinismo, Escolha

Resumo

Reconhecimento e “estranhamento”. Reconhecemos o primeiro dos termos e o segundo nos é estranho, talvez não por mero acaso, mas devido a certa resistência de nossa parte em aceitar possíveis “visões de mundo” diferentes. Devido à tendência acentuada à globalização, vigente em nosso tempo, diferenças vêm sendo esmagadas diante de uma tentativa de uniformização de padrões humanos. De tal forma, culturas estão sendo esquecidas, identidades estão sendo deformadas, através de um novo entendimento, o qual acaba por impor condutas humanas que se justificam através do artifício da universalidade. Existem, salvo melhor juízo, razões admissíveis, para a tentativa de busca de um mundo globalizado, também no que tange à esfera da ética, no qual seres possam ser vistos através de uma condição de igualdade formal em dignidade, condição esta responsável por aniquilar qualquer tentativa de desrespeito a tudo aquilo que tal dignidade representa. Resta-nos, pois, averiguar os limites da universalidade ética em relação às escolhas pessoais humanas, em seus aspectos culturais, religiosos e em tantos outros, bem como parece ser necessária umainvestigação acerca de quão condicionados somos em tais escolhas. Somando-se ainda a isto, o tema da alteridade parece ser cada vez mais crucial no que tange a investigações sobre o melhor modelo ético a ser seguido. Entretanto, também não nos é facultado, na busca por uma justificação da ética, a fuga de tudo aquilo que nos opõe em diferença material, em vontade.

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Publicado

2010-12-25

Edição

Seção

Artigos