CONSIDERAÇÕES ACERCA DA EPOCHÉ EM MONTAIGNE E DO FREIE GEISTER EM NIETZSCHE

Autores

  • Nelson Maria Brechó da Silva Mestrando em Filosofia pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), Campus de Marília

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-8900.2009.v1n01.4293

Palavras-chave:

Suspensão do juízo, Amigo, Pintor, Espírito livre, Solidão, Andarilho

Resumo

O presente trabalho pretende situar o conceito epoché, suspensão do juízo, de Montaigne a partir de sua amizade com La Boétie. Após a morte do amigo, Montaigne termina de redigir a seção sobre a amizade, na qual enfoca a metáfora do pintor. Trata-se, então, da pintura do “eu”, de forma que o livro procura sanar a falta do amigo. As partes do “eu” são pintadas de modo ilógico, o que, no caso, conduz Montaigne a uma pintura constante delas. Quanto a Nietzsche, o eixo da reflexão tange o estágio de Freie Geister, espírito livre, que também é uma suspensão, a qual, diferentemente de Montaigne, atinge-se por meio da solidão. Este estágio instiga o indivíduo, a tal ponto de ver as culturas não por seus valores, mas por perspectivas. O girar errante se constituirá através da mudança e da passagem a esse estágio, que gera a alegria, visto que não existe uma meta final. Assim, pode-se considerar que Montaigne parte da elevação e da descoberta do “eu” por intermédio da amizade, ao passo que Nietzsche principia também da elevação, no entanto, o rumo que ele adota é com relação à solidão, onde o espírito livre poderá deslumbrar as diferentes culturas.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

BUTOR, M. Essai sur les Essais Paris: Gallimard, 1968.

CICÉRON. L? amicitié. Paris: Les Belles Lettres, 1952.

HORACE. Art poétique. In: ______. Oeuvres (texte latin). Paris: Libraire Hachette, 1979. p. 581-626.

LA BOÉTIE, E. Discurso da servidão voluntária. 4 ed. São Paulo: Brasiliense, 2001.

______. Oeuvres de La Boétie. P. Bonnefon: Bordeaux, 1892.

MONTAIGNE, M. Essais. Paris: Les Belles Lettres, 1947.

______. Os Ensaios. Trad. Sérgio Milliet. 1ª ed. São Paulo: Abril Cultural, 1972. (Os PENSADORES).

NIETZSCHE, F. Humano demasiado humano: um livro para espíritos livres. Tradução, notas e posfácio de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. Título original: Menschliches, Allzumenschliches, Ein Buch fur freie Geister.

______. Para além do bem e do mal. São Paulo: Nova Cultural, 2000. (Os Pensadores). p. 309-313. Tradução e notas de Rubens Rodrigues Torres Filho.

______. NIETZSCHE, F. Aurora. São Paulo: Nova Cultural, 2000. (Os Pensadores). p. 135-170. Tradução e notas de Rubens Rodrigues Torres Filho.

RAMOS, S. S. La Boétie e Montaigne: um apelo à amizade. Primeiros escritos, n. 4, DF/USP, p. 120-123, 2001.

STAROBINSKI, J. Montaigne em movimento. Trad. Maria Lúcia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

VIRGILE. Énéide. Paris: Les Belles Lettres, 1952.

Downloads

Publicado

2009-03-20

Edição

Seção

Artigos