MODULANDO O ESPAÇO-TEMPORAL NA TELA: A NOÇÃO DE PINTURACOMO DESDOBRAMENTOS DO MUNDO VISÍVEL
DOI:
https://doi.org/10.36311/1984-8900.2024.v16n40.p16-32Palavras-chave:
Elementos visuais, Ontologia, Criação, Obra de arte, Mundo vividoResumo
Com este texto objetivamos mostrar que cor, linha e movimento, não são apenas conceitos da linguagem visual, mas elementos que nos permitem perceber, metaforicamente, “ramos do Ser”. Ao contrário de inferir verdades ou essências, como se tivéssemos o controle “absoluto” de nossa vida e, por consequência, de nossas criações, a pintura nos insere na ambiguidade do mundo visível ao qual estamos imersos. Assim, cor, linha e movimento nos dão um meio de adentrarmos no universo ontológico do qual nós, de fato, só temos acesso indiretamente. Indiretamente, pois o Ser só aparece em partes; nunca por inteiro. É desta forma que o artista mostra ao filósofo que a expressão se faz no mundo das coisas e que é uma experiência como gênese do Ser. Como referencial teórico do nosso artigo utilizaremos os textos de Merleau-Ponty sobre a arte, especialmente O olho e o espírito. Também recorremos ao testemunho de artistas e analisaremos algumas obras de arte. Ao fim, como resultado, o filósofo diz que a pintura faz ver a “fixação” de uma coisa, não em um tempo ou em um espaço objetivo, mas em um horizonte de “transcendência”.
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