ENTRE A FILOSOFIA E A LITERATURA: O TEMPO COMO REALIDADE INTERIOR EM BERGSON E PROUST
DOI:
https://doi.org/10.36311/1984-8900.2024.v16n40.p338-354Palavras-chave:
Realidade interior, Duração, Tempo vivido, Memória involuntária, Memória-recordaçãoResumo
Esse trabalho tem como objetivo discutir especificamente o tempo como duração interior em Henri Bergson, tese fundamental de sua obra Ensaio sobre os dados imediatos da consciência, tendo como horizonte a noção de tempo psicológico, a qual difere totalmente do tempo externo, ou seja, do tempo espacializado. Exploraremos também a literatura de Marcel Proust, com sua obra Em busca do tempo perdido. Proust também pensa o tempo, em seu romance, a partir da realidade interior do personagem principal. No entanto, este trabalho não será para mostrar uma relação entre os dois autores, mas sim para evidenciar alguns temas que perpassam suas obras, por mais que divirjam em alguns pontos. Além da realidade interior, a questão da memória é um elemento importante tanto para o filósofo quanto para o romancista. Discutiremos a maneira pela qual a concepção bergsoniana da memória foi desenvolvida na obra Matéria e memória, bem como a memória proustiana foi contemplada no mencionado romance. Deste modo, a literatura do escritor francês surge como uma maneira de expressar o verdadeiro sentido do tempo vivido. O filósofo francês já fazia referências a um suposto romancista que tiraria o véu e nos colocaria diante da realidade de nossa vida interior, dos nossos sentimentos, da duração interior. É neste sentido que Bergson se aproxima da arte para expressar o conteúdo do eu profundo.
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