JUDITH BUTLER SOBRE O GÊNERO: AS PERFORMANCES E OS CORPOS ESTRANHOS
DOI:
https://doi.org/10.36311/1984-8900.2022.v14n36.p444-463Palavras-chave:
Gênero, Identidade, Sujeito, DiscursoResumo
Esta pesquisa analisa o conceito de gênero a partir da obra “Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade”. O objetivo é expor que o corpo não é meramente matéria, mas uma construção através do discurso e, a partir disso, demonstrar a desconstrução do conceito de gênero sobre o qual está baseada a teoria feminista. A divisão de sexo/gênero funciona como a base de um pilar fundacional da política feminista e parte da ideia de que sexo é natural e gênero é socialmente construído. No entanto, Butler problematiza que o sexo e o corpo, não apenas o gênero, também são construídos social e culturalmente e, portanto, partilham uma constituição discursiva. Ao contrário, em vez de uma concepção naturalista ou subjetivista, Butler sustenta que o gênero é constituído performaticamente pelas expressões ou efeitos de seus desempenhos. Assim, as críticas às relações de gênero se concentram na percepção de que elas só podem ser compreendidas como uma construção discursiva, mesmo que, por séculos, as dicotomias, normalidades e identidades tenham sido apresentadas, normativa e necessariamente, como características naturais para cada um dos sexos. Para Judith Butler, porém, a identidade de gênero é um efeito de múltiplas práticas, que não se confunde com um ato de volição, tampouco com uma exteriorização de uma essência. Como conclusão, apresenta o modo pelo qual as instituições tratam e reconhece esses corpos, sobretudo aqueles que não se enquadram no binômio sexo/gênero, classificando-os como abjetos ou, mais especificamente, queer.
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Referências
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