A METAMORFOSE DOS DEUSES E O RISO DIVINO: UMA APRESENTAÇÃO DA CRÍTICA SOCRÁTICA AO PAPEL FORMATIVO DA POESIA NA REPÚBLICA II E III

Autores

  • Adriel Fonteles de Moura Doutorando em Filosofia na Universidade Federal do Paraná (UFPR)

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-8900.2022.v14n36.p1-21

Palavras-chave:

Filosofia antiga, Ética, Platão, Poética

Resumo

O tema central desenvolvido neste artigo é a crítica socrática à poesia nos livros iniciais da República de Platão. Contudo, como se trata de um tema bastante amplo, a proposta deste trabalho será examinar como o uso da poesia pode ser prejudicial para um cidadão que busca alcançar a virtude. Para discutir este problema, este trabalho seguirá quatro etapas em torno do tema central. Primeiramente, será feita uma breve contextualização de como o gênero poético era caracterizado nos primeiros livros da República, com o objetivo de determinar as flutuações que este gênero passou. A segunda etapa apresenta o questionamento à caracterização do divino na poesia e apresentar a proposição de um modelo teológico do deus que se aparta das particularidades humanas. Na sequência, apresenta-se a crítica socrática da poesia no ponto de vista das afecções humanas, mostrando como a poesia pode ser prejudicial quando ela busca evocar estados afetivos que vão de encontro ao desenvolvimento de uma alma nobre e virtuosa. Por fim, como consequência das etapas anteriores, será feito um exame do argumento contra a divinização do riso no final da República III, pois se trata de um exemplo de como o uso da poesia pode ser prejudicial na formação do cidadão.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

ALBERTI, Verena. O riso e o risível na história do pensamento. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.

BREMMER, Jan. “Piadas, comediógrafos e livro de piadas na cultura grega antiga” in BREMMER, Jan; ROODENBURG, Herman (org.). Uma história cultural do humor. Trad.: Cynthia Azevedo e Paulo Soares, Rio de Janeiro: Editora Record, 2000.

BURNET, John. Platonis Opera Vol.4. Oxford: Clarendon Press, 1968, St. II 327a-621d

GOLDSCHMIDT, Victor. A religião de Platão. Tradução: Leda e Oswaldo Porchat Pereira. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1970.

HOMERO. Ilíada. Trad.: Carlos Alberto Nunes. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.

______. Odisseia. Trad.: Carlos Alberto Nunes. Rio de Janeiro. Nova Fronteira, 2015.

LAÉRCIO, Diógenes. Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres. Tradução do grego, introdução e notas: Mário da Gama Kury. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2008.

NAAS, Michael. “Plato and the spectacle of laughter” in Angelaki: Journal of the Theoretical Humanities, v. 21:3, p. 13-26, 2016.

PLATÃO. A República. Tradução e notas: Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1996.

________. O Banquete. Tradução, introdução e notas: Anderson de Paula Borges. Petrópolis: Vozes, 2017.

PRADO, Ana Lia do Amaral de Almeira. “Normas para a transliteração de termos e textos em grego antigo” in Classica (Brasil), 19.2, 2006.

RODRIGO, Lídia Maria. “Platão contra as pretensões educativas da poesia homérica” in Educ. Soc., Campinas, vol. 27, n. 95, pp. 523-539, maio/ago., 2006.

ROSEN, Stanley. Plato's Republic: a study. New Haven: Library of Congress Cataloging-in Publication Data, 2005.

VILLELA-PETIT, Maria da Penha. “Platão e a poesia na República” in Kriterion, Belo Horizonte, nº107, Jun/2003, p. 51-71.

Downloads

Publicado

2022-08-02

Edição

Seção

Artigos