A CATEGORIA DO INDIVÍDUO E A POSSIBILIDADE DE UMA ÉTICA CRISTÃ EM KIERKEGAARD
DOI:
https://doi.org/10.36311/1984-8900.2021.v13n35.p316-345Palavras-chave:
Antropologia, Ética, Existencialismo, Indivíduo, ReligiãoResumo
O objetivo do presente artigo é mostrar a relevância da categoria do Indivíduo no pensamento do filósofo dinamarquês Sören Kierkegaard. O existencialismo kierkegaardiano tem como meta, tornar o homem consciente da importância de se tornar um ser único e singular. No caminho para tornar-se o Indivíduo deve o homem assumir a existência de modo responsável, assumindo as possibilidades que escolher no âmbito de sua existência. Essa tarefa inicia-se no estádio ético. No entanto, a partir de certo momento, viver de modo ético acaba por tolher a liberdade individual do homem devido às exigências da esfera prática, pautada no âmbito geral e na ideia de universalidade. Nesse caso, o indivíduo é sufocado pelo peso do universal, quando deve prestar conta de seus atos à coletividade. Assim, faz uma opção existencial pelo estádio religioso, pois somente neste assume sua individualidade de modo autêntico, sacrificando o universal e estabelecendo uma relação de dever com o absoluto (Deus). Pretendemos mostrar, portanto, que embora haja uma superação do ético pelo religioso no pensamento de Kierkegaard, também há uma continuidade entre os dois âmbitos, visto que enquanto no estádio ético o homem assume o compromisso de ser o Indivíduo, somente no estádio religioso ele consuma essa tarefa, construindo a partir daí uma ética cristã fundamentada na individualidade.
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