O PROGRAMA MAIS EDUCAÇÃO: PRETEXTOS, CONTEXTOS E PRÁTICAS DISCURSIVAS NO NORDESTE
DOI:
https://doi.org/10.36311/2236-5192.2017.v18esp.05.p73Palabras clave:
Educação integral, Política educacional, Gestão educacional.Resumen
O artigo apresenta uma análise parcial de pesquisa de avaliação do Programa Mais Educação, realizada em 24 escolas públicas (municipais e estaduais) de quatro capitais nordestinas: Fortaleza, João Pessoa, Maceió e Aracaju. Foram analisadas entrevistas com gestores escolares e os coordenadores do programa nas respectivas secretarias, a partir da abordagem do ciclo de políticas (Ball e Bowe). Assim, ao longo do texto, são analisados: o contexto que influenciou a criação do Programa e os documentos orientadores. Percebeu-se que os documentos com as orientações pedagógicas não eram utilizados pelos gestores escolares. As orientações (oficiais) indicam uma reorganização curricular, com uma perspectiva interdisciplinar e intercultural para que as atividades do programa não representem apenas uma “ocupação” no contraturno. Tal concepção foi encontrada apenas em quatro escolas (sendo uma em cada capital). Nesses casos, percebeu-se que as escolas possuíam uma coordenação
pedagógica que possibilitava melhor integração com o currículo. Nas práticas discursivas predominam as idiossincrasias e a visão de ofertar atividades para “ocupar o tempo” (com o sentido de proteção social). O fator que influenciava a percepção era existência de formação. Gestores e coordenadores concluíram que o programa eleva a auto-estima dos alunos e desperta o gosto pelos estudos, sobretudo pela inclusão de esportes e artes.
Recebido em: 30/11/2015.
Aprovado em: 11/02/2017.
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