Carga de trabalho docente e suas consequências à saúde durante a pandemia

uma revisão sistemática

Autores

DOI:

https://doi.org/10.36311/2236-5192.2023.v24.e023006

Palavras-chave:

Carga de Trabalho, Docentes, Pandemias

Resumo

A pandemia do COVID-19 colocou uma pressão sem precedentes sobre professores em todo o mundo, levantando sérias preocupações sobre suas cargas de trabalho e consequências como aumento de ansiedade e esgotamento. Objetivou-se identificar as consequências da carga de trabalho para a saúde do professor da educação básica durante a pandemia de COVID-19. Revisão sistemática cuja coleta ocorreu em fevereiro/2023 em portais e bases de dados virtuais com estratégia elaborada através do PICo. Incluídos artigos acerca da temática, resultantes de estudos observacionais, sem filtro de idioma, publicados a partir do início da pandemia em 2020 até janeiro de 2023. A busca identificou 6.958 estudos, após triagem e seleção foram incluídos seis relatos na síntese. Os resultados mostraram que a carga de trabalho adicional evidenciada em tempos de pandemia, além de outros fatores como a falta de familiaridade com novas ferramentas e a carência de formação nesses meios, insuficiência de recursos tecnológicos, a preocupação excessiva com a questão do isolamento social, da privação do contato humano e do risco de contaminação e morte pelo vírus COVID-19, repercutiu na qualidade de vida e no aumento de condições como depressão, ansiedade, estresse, transtorno de pânico, insônia, medo, raiva e síndrome de burnout.  

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Iraneide Nascimento Santos, Instituto Federal de Pernambuco

    Doutoranda em Hebiatra pela Universidade de Pernambuco cujo objeto de estudo é o racismo e sua relação com a saúde do adolescente. Mestrado em Patologia pela Universidade Federal de Pernambuco. Enfermeira do trabalho e epidemiologista. Atualmente é professora dos cursos superiores e técnicos (integrado e subsequente) do Instituto Federal de Pernambuco, campus Ipojuca. Apresenta pesquisas envolvendo as seguintes temáticas: racismo, saúde do adolescente, saúde do trabalhador e ergonomia.

  • Guilherme de Andrade Ruela, Universidade Federal de Juiz de Fora

    Possui graduação em Enfermagem pela Universidade Vale do Rio Doce (2007). Mestre em Saúde Pública - concentração em Epidemiologia (Universidade Federal de Minas Gerais). Especialização em: Epidemiologia; Epidemiologia em Saúde do Trabalhador; Geoprocessamento Aplicado; Vigilância em Saúde Ambiental; Micropolítica da Gestão e Trabalho em Saúde; Gestão Microrregional de Saúde; Gestão e Logística Hospitalar; Enfermagem do Trabalho; Gestão de Programas de Saúde da Família. Atualmente é Enfermeiro na Universidade Federal de Juiz de Fora - Campus Avançado Governador Valadares. Professor-Tutor da Faculdade UnYLeYa de pós-graduação Lato Sensu. Membro do Grupo de Pesquisa Clínica, Cuidado e Gestão em Saúde (GPCLIN/URCA/CNPq). Tem experiência na área de Enfermagem, com ênfase em Enfermagem e Saúde Pública, com atuação principalmente nas seguintes áreas: atenção primária, imunização, epidemiologia, saúde do trabalhador, sistemas de informação em saúde, gestão, coordenação de serviços e supervisão em enfermagem e doação de órgãos/tecidos

  • Érica Barbosa Magueta Silva, Universidade Federal de Juiz de Fora

    Graduação em Enfermagem pela Faculdade Educacional Serra dos Órgãos, Pós-Graduação em Enfermagem Cuidados Intensivos: Cliente Adulto/Idoso pela Universidade Federal Fluminense, Especialização em Educação na Saúde para Preceptores do SUS pelo Instituto Sírio Libanês de Ensino e Pesquisa. Mestre em Ciências Biológicas pela Universidade Vale do Rio Doce. Coordenadora do Curso de Graduação de Enfermagem da Universidade Vale do Rio Doce (2012/2013). Professora do Curso de Enfermagem UNIVALE de 2005 à 2014. Gestora do Setor de Saúde, Segurança e Bem-Estar da UFJF Campus Avançado Governador Valadares (2016-2019). Enfermeira do Sistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Campus Governador Valadares (SIASS UFJF-GV). Professora do Curso de Enfermagem da Faculdade Pitágoras de Governador Valadares.

  • Andressa Fernandes da Silva, Instituto Nacional de Cardiologia – INC

    Enfermeira do Instituto Nacional de Cardiología – INC.

  • Ana Cleide da Silva Dias, Universidade do Vale do São Francisco

    Pós- Doutoranda pelo Departamento de Enfermagem em Saúde Coletiva da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP)(2021); Doutora em Enfermagem e Saúde pelo Programa de Pós Graduação da Universidade Federal da Bahia- EEUFBA; Mestra em Ciências da Saúde e Biológicas pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF); Especialista em Saúde do Trabalhador e Auditoria em Saúde. Enfermagem Obstétrica e Neonatologia em andamento/finalizando. Graduada em Enfermagem e Obstetrícia pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Experiência Profissional em Equipe de Saúde da Família em UBS nas cidades de Juazeiro - BA e Petrolina - PE, na Docência na Graduação de Enfermagem e Educação Física e Pós-Graduação em Enfermagem, Enfermagem do Trabalho e Segurança do Trabalho. Membro do Grupo de Pesquisa Saúde e Ambiente do Vale do São Francisco (SAVASF) e Centro de Estudos e Pesquisas sobre Mulher, Gênero, Saúde e Enfermagem (GEM-UFBA). Atualmente é docente da Universidade Federal do Vale do São Francisco com carga horária de 20 horas, responsável pela disciplina Saúde do Trabalhador, Estudos de Saúde III e Práticas Médicas no curso de Medicina. 

Referências

AMRI, A. et al. Assessment of burnout among primary teachers in confinement during the COVID-19 period in Morocco: case of the Kenitra. The Pan African Medical Journal, v. 35, n. Suppl 2, 2020.

ARAÚJO, T. M.; PINHO, P. S.; MASSON, M. L. V. Trabalho e saúde de professoras e professores no Brasil: reflexões sobre trajetórias das investigações, avanços e desafios. Cadernos de Saúde Pública, v. 35, 2019.

BAKKER, A. B; DEMEROUTI, E. Job demands-resources theory: Taking stock and looking forward. Journal of Occupational Health Psychology, v. 22, n. 3, p. 273-285, 2017.

BIROLIM, M. M. et al. Trabalho de alta exigência entre professores: associações com fatores ocupacionais conforme o apoio social. Ciência & Saúde Coletiva [online], v. 24, n. 4, p. 1255-1264, 2019.

CAMADA, I. M.; DE ARAÚJO, T. M.; PORTO, L. A. Trabalho docente e saúde mental: A importância do apoio social. Cadernos de Educação, n. 54, 2016.

CARROLL, A. et al. Teacher stress and burnout in Australia: examining the role of intrapersonal and environmental factors. Social Psychology of Education, v. 25, n. 2-3, p. 441-469, 2022.

CODO, W.; VASQUES-MENEZES, I. O que é burnout. Educação: carinho e trabalho, v. 2, p. 237-254, 1999.

DABROWSKI, A. Teacher wellbeing during a pandemic: Surviving or thriving?. 2020. ESTEVE, J. M. O mal-estar docente: a sala de aula e a saúde do professor. São Paulo: Bauru, 1999.

FALZON, P.; SAUVAGNAC, C. Carga de trabalho e estresse. In: FALZON, Pierre. (Ed.). Ergonomia. São Paulo: Blucher; 2007.

FLECK, M. P. de A. A avaliação de qualidade de vida: guia para profissionais da saúde. Porto Alegre: Artmed; 2008.

FERENHOF, H. A.; FERNANDES, R. F. Desmistificando a revisão de literatura como base para redação científica: método SSF. Revista ACB [Internet]. v. 21, n. 3, p. 550-563, 2016.

FUNDACIÓN-CHILE. Engagement and exhaustion in chilean teachers: a look from the Covid-19 reality. 2020. Disponível em: https://fch.cl/wp-content/uploads/2020/09/final-estudio-engagement-docentes.pdf Acesso em: 14 nov. 2021.

GARCÍA-CARMONA, M.; MARÍN, M. D.; AGUAYO, R. Burnout syndrome in secondary school teachers: A systematic review and meta-analysis. Social Psychology of Education, v. 22, p. 189-208, 2019.

HOJO, M. Association between student-teacher ratio and teachers’ working hours and workload stress: evidence from a nationwide survey in Japan. BMC Public Health, v. 21, n. 1, p. 1-8, 2021.

LIZANA, P. A.; VEGA-FERNADEZ, G. Teacher teleworking during the covid-19 pandemic: Association between work hours, work–family balance and quality of life. International Journal of Environmental Research and Public Health, v. 18, n. 14, p. 7566, 2021.

LONGEN, W. C.; DE MATOS PEREIRA, D.; JUNIOR, N. M. A dimensão humana do serviço de amarração da armadura de laje de concreto armado: contribuições da ergonomia. REEC-Revista Eletrônica de Engenharia Civil, v. 12, n. 1, 2016.

KLUSMANN, U. et al. Teachers’ emotional exhaustion during the Covid-19 pandemic: Levels, changes, and relations to pandemic-specific demands. Teaching and Teacher Education, v. 121, p. 103908, 2023.

KIM, Lisa; OXLEY, L.; ASBURY, Kathryn. “My brain feels like a browser with 100 tabs open”: A longitudinal study of teachers’ mental health and wellbeing during the COVID-19 pandemic in 2020. British Journal of Educational Psychology, 2021.

MAGALHÃES, T. A. et al. Prevalência e fatores associados à síndrome de burnout entre docentes da rede pública de ensino: estudo de base populacional. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional [online], v. 46, e11, 2021.

OECD. TALIS 2018 Results (Volume II): Teachers and School Leaders as Valued Professionals. OECD Publishing, Paris. 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1787/19cf08df-en Acesso em: 03 fev. 2023.

PAGE, M. J. et al. The PRISMA 2020 statement: an updated guideline for reporting systematic reviews. Bmj, v. 372, 2021.

MEDINA-GUILLEN, L. F. et al. Carga de trabalho em um grupo latino-americano de docentes durante a pandemia da COVID-19. Uniciência, v. 35, n. 2, p. 223-236, 2021.

DAS MERCES, M. C. et al. Prevalência da Síndrome de Burnout em profissionais de enfermagem da atenção básica à saúde. Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online, v. 9, n. 1, p. 208-214, 2017.

MODESTI, P. A. et al. Panethnic differences in blood pressure in Europe: a systematic review and meta-analysis. PloS one, v. 11, n. 1, p. e0147601, 2016.

PRATA-LINHARES, M. M.; ARRUDA, R. D. Inovação e integração das tecnologias digitais na docência universitária: conceitos e relações. Reflexão e Ação, v. 25, n. 2, p. 250-268, 2017.

ROCHA, L. P. et al. Cargas de trabalho e acidentes de trabalho em ambiente rural. Texto & Contexto-Enfermagem, v. 24, p. 325-335, 2015.

SAPOLSKY, R. M. Why zebras don’t get ulcers – Revised Edition (3rd ed.). Times Books; 2004.

SANTOS, E. C.; ESPINOSA, M. M.; MARCON, S. R. Quality of life, health and work of elementary school teachers. Acta Paulista de Enfermagem, v. 33, 2020.

SANTOS, I. N. Ensino remoto: análise das implicações para a saúde do docente em tempos de pandemia de covid-19. Educação: sociedade civil, estado e políticas educacionais 7. Organizador Américo Junior Nunes da Silva. Ponta Grossa - PR: Atena, 2021.

SARAIVA, S. A. L.; ZEPEDA, J; LIRIA, A. F. Componentes do apoio matricial e cuidados colaborativos em saúde mental: uma revisão narrativa. Ciência & Saúde Coletiva [online]. v. 25, n. 2, pp. 553-565, 2020.

SOUZA, K. R. et al. Trabalho remoto, saúde docente e greve virtual em cenário de pandemia. Trabalho, Educação e Saúde, v. 19, 2020.

WANG, J. et al. Mobile phone use and the risk of headache: a systematic review and meta-analysis of cross-sectional studies. Scientific reports, v. 7, n. 1, p. 1-7, 2017.

Downloads

Publicado

2023-08-08

Como Citar

Santos, I. N., Ruela, G. de A., Silva, Érica B. M., Silva, A. F. da, & Dias, A. C. da S. (2023). Carga de trabalho docente e suas consequências à saúde durante a pandemia: uma revisão sistemática. Educação Em Revista, 24, e023006. https://doi.org/10.36311/2236-5192.2023.v24.e023006