Atribuição de estereótipos de gênero por profissionais da educação a estudantes da educação básica
DOI:
https://doi.org/10.36311/2236-5192.2022.v23n1.p249Palavras-chave:
Estereótipos, Gênero, EducaçãoResumo
Buscando compreender as percepções de profissionais da educação básica sobre questões de gênero, a presente pesquisa teve por objetivo investigar o conteúdo dos estereótipos de gênero atribuídos pelos profissionais da educação às meninas-estudantes e aos meninos-estudantes da Educação Básica, com a utilização do instrumento Checklist. Participaram da pesquisa 126 profissionais da educação, com predominância do sexo feminino (86,5%), oriundos do Distrito Federal (39,7%), nível superior completo e com idade de 20 a 62 (M=35,51; DP=11,25). Com a utilização do instrumento Checklist, foram realizados Testes T de medidas repetidas, podendo verificar o processo de estereotipização dentre os profissionais da educação. Foi observado a divisão de três categorias: adjetivos “positivos” às meninas-estudantes, negativos aos meninos-estudantes e não representativos de estereótipos às meninas e aos meninos. Discutiu-se o impacto da atribuição de estereótipos na prática pedagógica dos profissionais da educação.
Downloads
Referências
ALBERDI, I. Cómo reconocer y cómo erradicar la violencia contra las mujeres. In: Violencia: tolerancia cero. Programa de Prevención de la obra social "la Caixa". Barcelona: Fundación "la Caixa", p. 9-87, 2005.
ARAUJO, M. F. Diferença e igualdade nas relações de gênero: revisitando o debate. Psicologia Clínica, Rio de Janeiro, v. 17, n. 2, p. 41-52, 2005. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-56652005000200004&lng=en&nrm=iso. https://doi.org/10.1590/S0103-56652005000200004.
BAERE, F.; ZANELLO, V. O gênero no comportamento suicida: Uma leitura epidemiológica dos dados do Distrito Federal. Estudos de Psicologia (Natal), Natal, v. 23, n. 2, p. 168-178, jun. 2018. Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-294X2018000200008&lng=pt&nrm=iso. http://dx.doi.org/10.22491/1678-4669.20180017.
BECKER, Julia C.; SWIM, Janet K. Reducing endorsement of benevolent and modern sexist beliefs: Differential effects of addressing harm versus pervasiveness of benevolent sexism. Social Psychology, v. 43, n. 3, p. 127, 2012.
BEM, S.; BEM, D. Case Study of Nonconscious Ideology: Training the Woman to Know Her Place. Belmont: Brooks/Cole, 1970.
BERGER, J. Modos de Ver. Tradução: Lúcia Olinto. Rio de Janeiro: Rocco, 1972.
BIDDLE, B. J. Recent development in role theory. Annual Reviews Sociologic, v. 12, p. 67- 92, 1986.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da Educação, 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/>.
BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação – PNE e dá outras providências. Diário Oficial da União: Brasília, DF, 26 jun. 2014. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm>.
BRASIL. Projeto de Lei PL 3236/2015 nº 2015, de 7 de outubro de 2015. Acrescenta parágrafo único ao artigo 2º da Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014, que "Aprova o Plano Nacional de Educação - PNE e dá outras providências". Brasília: Câmara dos deputados, 10 nov. 2015. Disponível em: <http://imagem.camara.gov.br/Imagem/d/pdf/DCD0020151110001920000.PDF#page=58>.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de outubro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília: Planalto, 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em: 10 jun. 2020.
CARVALHO, E. P.; PINTO, E. J. S.; RABAY, G. “As relações de género nas escolhas de cursos superiores”. Revista Tempos e espaços em Educação, São Cristóvão, v. 10, n. 22, p. 47-58, maio/ago. 2017.
CASTILLO-MAYÉN, R.; MONTES-BERGES, B. Análise dos estereótipos de gênero atuais. Anales De Psicología/Annals of Psychology, vol. 30, n. 3, p. 1044-1060, 2014. DOI: https://doi.org/10.6018/analesps.30.3.138981.
CASTRO, Mary; ABRAMOVAY, Miriam; SILVA, Lorena. Juventudes e Sexualidades. Brasília: UNESCO, Brasil, 2004.
COLLING, A.; TEDESCHI, L. O ensino da história e os estudos de gênero na historiografia brasileira. Revista História & Perspectivas, v. 28, n. 53, 5 jan. 2016.
CONNEL, Robert W.; MESSERSCHMIDT, James W. Masculinidade hegemônica: repensando o conceito. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 21, n. 1, p. 241-282, abril de 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-026X2013000100014&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 25 jan. de 2021. https://doi.org/10.1590/S0104-026X2013000100014.
DIAS, Amanda. M.; CASSIANO, Célia. A imagem da mulher na propaganda da Avon. Anais do XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. São Paulo: Intercom, 2010. Disponível em: http://www.intercom.org.br/sis/2010/resumos/R5-2598-1.pdf. Acesso em: 29 jan. 2021.
FERNANDES, S.; PEREIRA, M. Endogrupo versus Exogrupo: o papel da identidade social nas relações intergrupais. Universidade do Estado do Rio de Janeiro: Estudos e Pesquisas em Psicologia, v. 18, n. 1, p. 30-49, 2018. DOI: https://doi.org/10.12957/epp.2018.38108.
FERREIRA, Maria Cristina. Sexismo hostil e benevolente: inter-relações e diferenças de gênero. Temas em Psicologia, Ribeirão Preto, v. 12, n. 2, p. 119-126, 2004. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X2004000200004&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 13 set. 2020.
FINCO, D. Relações de gênero nas brincadeiras de meninos e meninas na Educação Infantil. Pro-Posições: Dossiê: Educação Infantil e Gênero, vol. 14, nº 42, 2003.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 62 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011.
GARCÍA, R. et al. El patriarcado no es transparente: competencias del profesorado para reconocer la desigualdad. Revista de Teoría, Investigación y Práctica, v. 23, n. 2, pp. 385-397, 2011.
GLICK, P.; FISKE, S. T. The Ambivalent Sexism Inventory: Differentiating hostile and benevolent sexism. Journal of Personality and Social Psychology, v. 70, n. 3, p. 491-512. 1996. https://doi.org/10.1037/0022-3514.70.3.491.
GOMES, N. L.; SILVA, P. B. G. O desafio da diversidade. In: GOMES, Nilma; SILVA, Petronilha (Orgs.). Experiências étnico-culturais para a formação de professores. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
GOMES, N. P. et al. Compreendendo a violência doméstica a partir das categorias gênero e geração. São Paulo: Acta Paulista de Enfermagem, v. 20, n. 4, p. 504-508, dez. 2007. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-21002007000400020&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 13 set. 2020. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-21002007000400020.
GRASSI, Paula; GRASSI, Pâmela. Gênero e juventude(s): emergências educativas. Revista Aedos, Rio Grande do Sul, v. 04, n. 11, p. 511-523, 2012. Disponível em: <https://seer.ufrgs.br/aedos/article/view/30747/20884>. Acesso em: 20 jun. 2020.
IZQUIERDO, Maria Jesús. El malestar en la desigualdad. Madrid: Ediciones Cátedra, 1998, p. 7-56.
KATZ, D.; BRALY, K. Racial stereotypes of one hundred college students. The Journal of Abnormal and Social Psychology, v. 28, n. 3, p. 280–290, 1993. DOI: https://doi.org/10.1037/h0074049.
LINS, B.; MACHADO, B.; ESCOURA, M. Diferentes, não desiguais: a questão de gênero na escola. 1. ed. São Paulo: Editora Reviravolta, 2016.
LOPES, L. P. M. Sexualidades em sala de aula: discurso, desejo e teoria queer. In: MOREIRA, A. F.; CANDAU, V. M. (Orgs.). Multiculturalismo: diferenças culturais e práticas pedagógicas. Petrópolis: Vozes, 2008.
LOPES, M. REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DO GÊNERO E DAS SEXUALIDADES ENTRE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO DA BAIXADA CUIABANA. ALGUMAS REGULARIDADES. In: BUENO, André; ESTACHESKI, Dulceli; CREMA, Everton; ZARBATO, Jaqueline. Aprendendo História: Genero. União da Vitória: Edições Especiais Sobre Ontens, 2019.
LOURO, G. L. Gênero, sexualidade e educação: Uma perspectiva pós-estruturalista. 16º ed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2014. 184 p.
LOURO, G. L. (Org.). O corpo educado: Pedagogias da sexualidade. Tradução: Tomaz Tadeu da Silva. 4. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2018.
LOURO, G. L. Um corpo estranho: Ensaios sobre sexualidade e teoria queer. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.
MADUREIRA, A. F. A. Gênero, sexualidade e diversidade na escola: a construção de uma cultura democrática. Tese de Doutorado. Instituto de Psicologia, Universidade de Brasília, Brasília, 2007.
MELO, G. F.; GIAVONI, A.; TROCCOLI, B. T. Estereótipos de ciência das mulheres. Brasília: Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 20, n. 3, p. 251-256, 2004. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-37722004000300006&lng=en&nrm=iso>. acesso em 13 de setembro de 2020. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-37722004000300006.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO. Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1997. 126 p. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf>.
MOTA, F.; SILVA, V. “CÁ ENTRE NÓS, VOU TE FALAR, MAS QUE NÃO SAIA DAQUI”: UMA ANÁLISE SOCIOLÓGICA SOBRE A FOFOCA NO AMBIENTE ESCOLAR. Revista Homem, Espaço e Tempo, v. 10, n. 2, 11, 2016.
NOGUEIRA, C; SAAVEDRA. Estereótipos de gênero. Conhecer para os transformar. Cadernos SACAUSEF. Ministério da educação. Nº 3. 2007.
PEREIRA, M. Grupos sociais e performance intelectual: o efeito da ameaça dos estereótipos. In: LIMA, M. E. O.; PEREIRA, M. E. Estereótipos, preconceitos e discriminação: perspectivas teóricas e metodológicas. Salvador: EDUFBA, 2004. p. 69-87.
PRENTICE, D.; CARRANZA, E. What women and men should be, shouldn’t be, are allowed to be, and don’t have to be: The contents of prescriptive gender stereotypes. Psychology of Women Quarterly, v. 26, p. 269–281, 2002.
RODRIGUES, A.; ASSMAR, E. M. L.; JABLONSKY, B. Psicologia social. 23. ed. Petrópolis: Vozes, 2005.
SALES-OLIVEIRA, C.; VILLAS-BOAS, S.; LAS-HERAS, S. Estereótipos de gênero e sexismo em docentes do ensino superior. Revista Iberoamericana de Educación Superior, v. VII, n. 19, p. 22-41, 2016.
SILVA, C. D. et al. Meninas bem-comportadas, boas alunas, meninos inteligentes, mas indisciplinados. São Paulo: Cadernos de Pesquisa, n. 107, p. 207-225, jul. 1999.
SWAIN, T. N. Patriarcado rides again. In: STEVENS, C.; OLIVEIRA, S. D.; ZANELLO, V., Silva, E.; Portela, C. Mulheres e violências: interseccionalidades, Brasília, DF: Technopolitik, 2017.
TAKAHARA, A.; MENDES, A.; RINALDI, G. Mulheres na educação superior: alguns apontamentos para o debate. FAE - CADERNO PAIC, v. 17, n. 1, 2016. Disponível em: https://cadernopaic.fae.edu/cadernopaic/article/view/233. Acesso em: 23 jan. 2021.
UNESCO. Decifrar o código: das meninas e mulheres em ciências, tecnologia, engenharia e matemática (STEM). Brasília, 2018. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000264691.
VIANNA, C.; FINCO, D. Meninas e meninos na Educação Infantil: uma questão de gênero e poder. Campinas: Cadernos Pagu, n. 33, p. 265-283, dez. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-83332009000200010&lng=en&nrm=iso>. access on 18 Feb. 2021. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-83332009000200010.
WELZER-LANG, D. A construção do masculino: dominação das mulheres e homofobia. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 9, n. 2, p. 460-482, 2001. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-026X2001000200008&lng=en&nrm=iso>. acesso em 18 de fevereiro de 2021. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-026X2001000200008.
ZANELLO, V. Saúde mental, gênero e dispositivos: cultura e processos de subjetivação. 1. ed. Curitiba: Appris, 2018.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Educação em Revista
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico consistem na licença Creative Commons Attribution 4.0 International License: são permitidos o compartilhamento (cópia e distribuição do material em qualquer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, inclusive comerciais.
Recomenda-se a leitura para maiores informações sobre o tema: fornecimento de créditos e referências de forma correta, entre outros detalhes cruciais para uso adequado do material licenciado.