Representações sociais de crianças negras sobre a tez da pele
profusão de cores em contexto escolar da amazônia bragantina
DOI:
https://doi.org/10.36311/2236-5192.2022.v23n1.p319Palavras-chave:
Representações sociais, Crianças negras, Tez da peleResumo
Esta pesquisa apresenta como objetivo investigar as representações sociais de crianças negras sobre a tez da pele em contexto escolar da Amazônia Bragantina. O percurso metodológico baseia-se na abordagem qualitativa, com aplicação de pesquisa de campo e técnica projetiva para geração de dados, com participação de crianças de uma escola pública municipal do município de Bragança (PA). A análise de dados foi realizada por meio da tridimensionalidade das representações sociais (informação, imagem e atitude), baseado em Moscovici (1978). Os resultados estão estruturados em três categorias analíticas, a saber: Representação social sobre a tez da pele com cor de pele e branco; Representação social sobre a tez da pele com preto e moreno; Representação social sobre a tez da pele em relações de cores. Outros se referem à profusão de cores que utilizam para referenciar negros e brancos em seus desenhos, em que as cores claras aparecem de forma acentuada, mesmo que involuntariamente em alguns momentos. Logo, nos discursos e desenhos, o negro é definido como moreno, meio que preto, ou não é colorido, pelos quais reforçam diferentes meios discriminatórios ocorrentes na sociedade brasileira, reproduzindo práticas de inferiorização do outro, tendo sua máxima expressão no racismo.
Referências
ABRAMOWICZ, Anete; OLIVEIRA, Fabiana; RODRIGUES, Tatiane Cosentino. A criança negra, uma criança negra. In. ABRAMOWICZ, Anete; GOMES, Nilma Lino (Orgs.). Educação e raça: perspectivas políticas, pedagógicas e estéticas. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2010. p. 75-96.
BENTO, Maria Aparecida Silva. Branqueamento e branquitude no Brasil. In. Psicologia social do racismo: estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. 6. Ed. Petrópolis: Vozes, 2014. p. 25-58.
[informação suprimida].
CORRÊA, Sérgio Robero Moraes; HAGE, Salomão Antônio Mufarrej. Amazônia: a urgência e necessidade da construção de políticas e práticas educacionais inter/multiculturais. Revista do Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma Agrária, Presidente Prudente, n. 18, p. 79-105, jan./jun. 2011. Disponível em: https://revista.fct.unesp.br/index.php/nera/article/view/1336. Acesso em: 22 mar. 2020.
FAZZI, Rita de Cássia. O drama racial das crianças brasileiras: socialização entre pares e preconceito. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
FRANÇA, Dalila Xavier de; MONTEIRO, Maria Benedita. Identidade racial e preferência em crianças brasileiras de cinco a dez anos. Psicologia, Lisboa - POR, v. 16, n. 2, jul. 2002. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/pdf/psi/v16n2/v16n2a02.pdf. 15 jul. 2019.
GOMES, Nilma Lino; MUNANGA, Kabengele. O negro no Brasil de hoje. 2. Ed. São Paulo: Global, 2016.
GUIMARÃES. Antonio Sérgio Alfredo. Preconceito racial: modos, temas e tempos. 6. Ed. São Paulo: Cortez, 2012.
HAGE, Salomão Antônio Mufarrej. Classes Multisseriadas: desafios da educação rural no Estado do Pará/Região Amazônica. In: HAGE, Salomão Mufarrej (Org.). Educação do Campo na Amazônia: Retratos de realidade das escolas multisseriadas no Pará. Belém: Gráfica e Editora Gutemberg LTDA., 2005.
IANNI, Octavio. Dialética das relações raciais. Estudos avançados, São Paulo - SP, v. 18, n. 50, p. 21-30, jan./ abr. 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142004000100003. 05 abr. 2019.
JODELET, Denise. Représentations sociales: un domaine en expansion. In. JODELET, Denise (Org,). Les representations sociales. Paris: PUF, 2001.
MINAYO, Maria Cecilia de Souza. Ciência, técnica e arte: o desafio da pesquisa social. In. MINAYO, Maria Cecilia de Souza. (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002. p. 9-29.
MOSCOVICI, Serge. A representação social da psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.
NETO, Otávio Cruz. O trabalho de campo como descoberta e criação. In. MINAYO, Maria Cecilia de Souza. (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002. p. 51-66.
PINHO, Vilma Aparecida. et al. O lápis “cor de pele”, quem tem? Descrevendo experiências em relações raciais com crianças na educação infantil. Revista Fórum Identidades, Itabaiana, v. 25, p. 123-142, set-dez. 2017. Disponível em: https://www.seer.ufs.br/index.php/forumidentidades/article/view/8346. Acesso em: 03 fev. 2022.
RIVEMALES, Maria da Conceição Costa; RODRIGUES, Gilmara Ribeiro Santos; PAIVA, Mirian Santos. Técnicas projetivas gráficas: aplicabilidade na pesquisa em representações sociais – revisão sistemática. Online Brazilian Journal of Nursing, vol. 9, n. 2, s/p, 2010. Disponível em: http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/rt/printerFriendly/j.1676-4285.2010.3153/704. Acesso em: 25 jan. 2019.
SANTOS, Raquel Amorim; COELHO, Wilma de Nazaré Baía. História e cultura afro-brasileira no ensino fundamental: mito ou realidade? Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores (as) Negros (as), v. 3, n. 7, p. 29-51, mar./jun. 2012. Disponível em: http://www.abpnrevista.org.br/revista/index.php/revistaabpn1/article/view/361/334.
SANTOS, Raquel Amorim. [In] Visibilidade negra: representação social de professores acerca das relações raciais no currículo escolar do Ensino Fundamental em Ananindeua (PA). 182f. 2009. Dissertação (Mestrado em Educação) – Instituto de Ciências da Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal do Pará. Belém, 2009. Disponível em: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/2132. Acesso em: 21 mai. 2022.
SILVA, Petronilha Beatriz Gonçalves e. Crianças negras entre a assimilação e a negritude. Revista Eletrônica de Educação, v. 9, n. 2, p. 161-187, 2015. Disponível: http://www.reveduc.ufscar.br/index.php/reveduc/article/view/1137. Acesso em: 06 set. 2020.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Educação em Revista
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico consistem na licença 
Creative Commons Attribution 4.0 International License: são permitidos o compartilhamento (cópia e distribuição do material em qualquer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, inclusive comerciais.
Recomenda-se a leitura para maiores informações sobre o tema: fornecimento de créditos e referências de forma correta, entre outros detalhes cruciais para uso adequado do material licenciado.
