Subjetividade e fracasso escolar
um estudo de caso a partir de uma abordagem da psicanálise
DOI:
https://doi.org/10.36311/2236-5192.2021.v22esp2.p93Palavras-chave:
Fracasso escolar, Inclusão, Educação especialResumo
O fracasso escolar se realiza quando a exigência da escola ultrapassa a capacidade momentânea de aprendizagem do aluno. A partir da perspectiva psicanalítica e um estudo de caso, procurou-se reconhecer a relação entre subjetividade e fracasso escolar. Os dados foram obtidos de entrevistas e análise de laudo de uma aluna de 17 anos com queixa de baixo desempenho acadêmico. Embasado pela literatura, sugere-se que o fracasso escolar estaria formulado por questões de ritmos e tensões - que dizem respeito ao expediente pedagógico das instituições de ensino, mas também aos conflitos edipianos, da castração simbólica, das disputas derivadas da relação sujeito-objeto. O fracasso escolar poderia ser visualizado como um triângulo cujo baricentro é a aprendizagem. Nos vértices estariam: o aluno - reivindicador dessa subjetividade; as relações familiares - que
se organizam em torno das tensões das relações objetais, particularmente da mãe; a instituição de ensino - que deve se apropriar e se conscientizar oferecendo um ambiente favorável e personalizado para a aprendizagem acontecer. O fracasso resultaria da impossibilidade desse equilíbrio e a solução poderia partir da convocação da psicoterapia e do envolvimento-aceitação-adaptação escolar.
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