Biblioeducação, Rompendo Paradigmas
transversalidade e verticalidade na Era da Informação
DOI:
https://doi.org/10.36311/1981-1640.2023.v17.e023055Palavras-chave:
Biblioteca e Educação, Biblioeducação, Biblioteconomia, Memória CulturalResumo
Trabalho apresentado em evento comemorativo dos 25 anos do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, da UNESP/Marília. Trata das relações entre transversalidade e verticalidade no âmbito da Biblioteconomia, considerada em seus vínculos com a Educação. Sob perspectivas político culturais, são contextualizadas questões históricas que implicam na redefinição do estatuto social e científico da Biblioteconomia, seus processos e articulações e, especialmente, a problemática da memória cultural, categoria central que a legitima e lhe confere consistência enquanto campo autônomo de conhecimento e de práticas socioeducativas e culturais. O método utilizado é a apresentação das origens e do percurso desenvolvido, desde finais dos anos 1980, por equipes inter e transdisciplinares, na ECA/USP, sob coordenação de Perrotti, e que conduziram, em 2015, à proposta da Biblioeducação. Tendo como pressuposto a existência de um hiato histórico e recorrente entre Biblioteca e Educação, no Brasil, sucessivas pesquisas colaborativas, envolvendo parcerias da Universidade com múltiplos territórios e instituições socioeducativas e culturais, foram realizadas, oferecendo resultados que, articulados, levaram à percepção da necessidade de desenvolvimento de linha de estudos englobante e permanente, denominada de Biblioeducação. O neologismo aponta para a importância da superação da atomização e do isolamento dos saberes, como condição de sua verticalização, tomando o diálogo entre transversalidade e verticalidade como elemento de construção de conhecimentos necessários ao enfrentamento de graves fraturas culturais que marcam a vida brasileira. Fenômeno recorrente, inscrito e articulado a paradigmas vivos na cultura, a superação do hiato Biblioteca e Educação significa, assim, processo permanente de lutas que, além de políticas, sociais e culturais, são científico-acadêmicas, exigindo práticas e construções epistemológicas dinâmicas e orgânicas, assentadas em relações entre transversalidade e verticalidade que não são somente pontuais ou residuais, mas estruturais, estruturantes e criadoras de possibilidades de avanços científicos e sociais significativos, como a Biblioeducação.
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