O papel das estratégias norte-americanas para as rupturas paradigmáticas na orientação da Política Externa jordaniana na segunda metade do século XX/The role of U.S. strategies for the paradigmatic changes in Jordanian foreign policy
DOI:
https://doi.org/10.36311/2237-7743.2016.v5n1.09.p186Resumo
Resumo: A descolonização do Oriente Médio que originou novos Estados na região da Bacia do rio Jordão, coincide temporalmente com um novo arranjo da ordem mundial que se reorganizava no período pós-Segunda Guerra Mundial. A trajetória da política externa da Jordânia na segunda metade do século XX é extremamente didática para entendermos os efeitos das relações de poder entre as nações em âmbito regional e global para a mudança de comportamento dos Estados que praticavam políticas anti-hegemônicas. Nesta trajetória destaca-se a intensa disputa pelos escassos recursos hídricos regionais, à medida que o recurso é fundamental para o desenvolvimento das atividades econômicas e para a própria soberania do Estado. Na já distante década de 1950, poucos anos após o conflito da Guerra de Independência que opôs Israel e os Estados árabes vizinhos, a Jordânia passou a adotar uma postura intransigente em relação à aproximação com Israel, apesar dos esforços dos Estados Unidos para promover a estabilidade regional. Com o acordo de paz entre Egito e Israel, mediado pelos Estados Unidos e costurado na virada das décadas de 1970 e 1980, o tabu da oposição sistemática a Israel foi rompido. Desta forma, este artigo tem como objetivo apresentar as mudanças na política externa da Jordânia na segunda metade do século XX, associando estas mudanças às novas estratégias norte-americanas para região, permitindo a compreensão das novas formas de imperialismo que dominam o cenário do Oriente Médio desde a década de 1970.
Palavras-Chave: Jordânia, Estados Unidos, Israel, políticas anti-hegemônicas.
Abstract: The decolonization of the Middle East that originated in the new states of the Jordan Basin region coincides temporally with a new arrangement of the world order, which is rearranged in the post - World War II period. The trajectory of the Jordanian foreign policy in the second half of the twentieth century is extremely didactic to understand the effects of power relations between nations on a regional and global level to the changing behavior of States which practiced anti - hegemonic politics. On this path there is the intense competition for scarce regional water resources, as the feature is essential for the development of economic activities and the very sovereignty of the state. In the distant 1950s, a few years after the conflict of the War of Independence which opposed Israel and neighboring Arab states, Jordan adopted an uncompromising stance towards rapprochement with Israel, despite U.S. efforts to promote peace in the region. With the peace agreement between Egypt and Israel, brokered by the United States and sewn at the turn of the 1970s and 1980s, the pattern of systematic opposition to Israel was broken. This paper aims to present the changes in Jordan's foreign policy in the second half of the twentieth century, linking these changes to the new US strategy for the region, allowing the understanding of new forms of imperialism which dominate the Middle East scenario since the decade 1970.
Keywords: Jordan, United States, Israel, anti - hegemonic politics.