Os movimentos antibases nas Filipinas e Acordo de Bases Militares com os EUA
uma análise sobre movimentos sociais, negociações e jogos de dois níveis
DOI:
https://doi.org/10.36311/2237-7743.2022.v11n3.p490-512Palabras clave:
Filipinas, Bases, Estados Unidos, AcordoResumen
Durante 45 anos de negociações sobre a presença e permanência das bases militares dos EUA nas Filipinas, os EUA conseguiu sobrepor suas preferências sob os interesses das Filipinas. Contudo, em setembro de 1991, algo inesperado ocorre: o senado filipino rejeita um novo tratado cujo um dos termos era a permanência das bases americanas no país. Com este resultado, as grandes bases dos Estados Unidos foram permanentemente fechadas. Sabendo que o movimento antibases nas Filipinas cresceu exponencialmente entre 1980 e 1990, este artigo se propõe a analisar pela ótica dos jogos de dois níveis de Putnam, como e se o movimento antibases teve alguma influência sobre o resultado de 1991. Maior destaque é dado ao nível II (nível doméstico) e como grupos domésticos podem interferir no nível I (internacional) onde ocorrem as negociações. Ao final de uma profunda exploração sobre o contexto em que as negociações ocorreram entre 1946 e 1991, é possível compreender dois pontos sobre as negociações de 1991: de fato a coalisão de vários movimentos sociais que aderiram à pauta “antibases” conseguiu se politizar o suficiente para penetrar na elite política e contrabalancear o jogo a favor das minorias; e que os negociadores dos EUA inesperadamente ignoraram o peso que estes movimentos poderiam ter sobre os negociadores filipinos.