A gestão da crise financeira de 2008 pela China: o papel do Estado na implementação de políticas anticíclicas e desafios subsequentes

The 2008 financial crisis and China’s response: the role of the State in the implementation of anti-cyclical polices and its challenges

Autores

  • Rúbia Marcussi Pontes Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

DOI:

https://doi.org/10.36311/2237-7743.2018.v7n1.01.p202

Palavras-chave:

Crise financeira e econômica

Resumo

O caráter sistêmico da crise financeira e econômica de 2008 demandou que rápidas políticas fossem implementadas pelos Estados para contrabalancear o alto nível de incerteza, a iliquidez e a queda na demanda agregada. Nesse sentido, a atuação da República Popular da China é considerada um caso extremamente relevante de estudo a partir do conjunto de medidas anticíclicas adotadas principalmente a partir de uma política fiscal ativa. O presente artigo busca, portanto, investigar o papel do Estado chinês na gestão da crise recente a partir da perspectiva Minskyana, reforçando a importância do big government e do big bank para a rápida recuperação econômica chinesa – embora não sem novos desafios.

Palavras-chave: crise financeira e econômica, China, políticas públicas anticíclicas, big government, big bank.

 

 

Abstract: The systemic effects of the financial and economic crisis of 2008 required the quick implementation of public polices to counterbalance the high level of uncertainty, illiquidity and the fall in the aggregate demand. The response of the Popular Republic of China is considered unique and worthy of investigation regarding the implementation of anti-cyclical public polices, with highlight to the role of its active fiscal police. Therefore, this articles aims to investigate the role of the Chinese state in the crisis management within Minsky’s perspective, recalling the importance of the big government and of the big bank for the quick economical response of China – although not without upcoming challenges.

Keywords: financial and economic crisis, China, anti-cyclical public policies, big government, big bank.

 

 

Recebido em: dezembro/2017.

Aprovado em: abril/2018.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Rúbia Marcussi Pontes, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

Ciência Política

Referências

BRESLIN, S. The ‘China model’ and the global crisis: from Friedrich List to a Chinese mode of governance?. International Affairs, v. 87, n. 6, 2011, p. 1323-1343?.
BULLIO, O.; FERRARA, D.; CUNHA, P.; CARVALHO, C. A atuação do FED antes e depois do estouro da bolha imobiliária: discricionariedade e mandato de bancos centrais em contexto de desregulamentação financeira. Economia e Sociedade, v. 20, n. 2 (42), 2011, p. 329-364.
BURLAMAQUI, L. As finanças globais e o desenvolvimento financeiro chinês: um modelo de governança financeira global conduzido pelo Estado. CINTRA, M. A. C.; SILVA FILHO, E. B.; PINTO, E. C. China em transformação: dimensões econômicas e geopolíticas do desenvolvimento. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, 2015, p. 277-334.
CINTRA, M. A. C.; FILHO, E. B.; PINTO, E. C. Introdução. In: CINTRA, M. A. C.; SILVA FILHO, E. B.; PINTO, E. C. China em transformação: dimensões econômicas e geopolíticas do desenvolvimento: Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, 2015, p. 15-41.
DEOS, S. S. Sistema bancário chinês: evolução e internacionalização recente. In: CINTRA, M. A. C.; SILVA FILHO, E. B.; PINTO, E. C. China em transformação: dimensões econômicas e geopolíticas do desenvolvimento: Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, 2015, p. 391-423.
ECKSTEIN, Alexander. China’s Economic Revolution. Cambridge New York: Cambridge University Press, 1977.
FAIRBANK, John; GOLDMAN, Merle. China: uma nova história. Porto Alegre: L&PM, 2008.
FARHI, M. Crise financeira e reformas da supervisão e regulação. Texto para Discussão n. 158. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, fev. 2011, p. 1-39.
GARCÍA-HERRERO, A.; SANTABÁRBARA, D. Les risques du système bancaire chinois après le plan de relance de 2008-2010 et le boom de l'immobilier?. Revue d'économie financière, n. 102, 2011, p. 57-69?.
GOODSTADT, L. F. The Local Government Crisis 2007-2014: When China’s Financial Management Faltered. Hong Kong Institute for Monetary Research Working Paper, n. 27, 2014, p. 1-21.
JABBOUR, Elias. China hoje: projeto nacional, desenvolvimento e socialismo de mercado. São Paulo: Anita Garibaldi: Fundação Maurício Grabois, Paraíba: EDUEPB, 2012.
HAASBROEK, M.; GOTTWALD, J. The Impact of the Global Financial Crisis on China’s Banking Sector. The Copenhagen Journal of Asian Studies, v. 35, n. 1, 2017, p. 5-30.
KISSINGER, Henry. Sobre a China. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2011.
LEE, Ann. What the US can learn from China: an open-minded guide to treating our greatest competitor as our greatest teacher. San Francisco: Berrett-Koehler Publishers, 2012.
MATTOS, Olívia Maria Bullio. Bancos, “shadow banks” e moeda endógena: desafios à política monetária do Federal Reserve no século XXI. Tese (Doutorado), Instituto de Economia, Universidade Estadual de Campinas, 2015.
MENDONÇA, A. R. R. de. Sistema financeiro chinês: conformação, transformações e controle. CINTRA, M. A. C.; SILVA FILHO, E. B.; PINTO, E. C. China em transformação: dimensões econômicas e geopolíticas do desenvolvimento. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, 2015, p. 335-389.
MINSKY, Henry Philip. [1986]. Estabilizando uma economia instável. Osasco, São Paulo: Novo Século Editora, 2010.
MINSKY, H. P.; PAPADIMITRIOU, D. B. Why Not Give Full Employment a Chance. Hyman P. Minsky Archive, n. 173, 1994.
PECEQUILO, C. S.; CARMO, C. A. A China, o sistema internacional e o Sul: ascensão pacífica?. Brazilian Journal of International Relations, v. 3, n. 1, p. 31-69. 2014.
PEOPLE’S BANK OF CHINA. China Monetary Policy Report Quarter Four, 2008. Monetary Policy Analysis: Group of the People’s Bank of China, 23 fev. 2008.
PEOPLE’S BANK OF CHINA. China Monetary Policy Report Quarter One, 2009. Monetary Policy Analysis: Group of the People’s Bank of China, 6 mai. 2009.
PEOPLE’S BANK OF CHINA. China Monetary Policy Report Quarter One, 2010. Monetary Policy Analysis: Group of the People’s Bank of China, 7 jun. 2010.
PINOTTI, Talita. As Relações entre China e Vietnã no Mar do Sul da China: Perspectiva Asia?tica de Análise. Dissertação (Mestrado), Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2015.
SUN, Q.; FU, X. China’s battle against the global economic crisis. In: FU, X. China’s role in global economic recovery. Routledge, 2012, p. 1-17.
VASCONCELOS, D. Minsky on ‘Big Government’. Brazilian Journal of Political Economy, v. 34, n. 1 (134), jan/mar. 2014, p. 15-38.
VOGEL, Ezra. Deng Xiaoping and the transformation of China. Cambridge, Mass. Belknap Press of Harvard University Press, 2011.
WANG, X.; GANG, Fan. Economic crisis, Keynesianism and structural imbalance in China. GARNAUT, R.; SONG, L.; WOO, W. China’s New Place in a World in Crisis: Economic, Geopolitical and Environmental Dimensions. Australia National University Press, 2009, p. 137-153.
WONG, C. The Fiscal Stimulus Programme and Public Governance Issues in China. OECD Journal on Budgeting, v. 2011/3, 2011, p. 1-21.
YONGDING, Y. China’s Policy Responses to?the Global Financial Crisis. Richard Snape Lecture: Productivity Commission, Melbourne, 25 nov. 2009, p. 1-14.
ZAGO, Lisandra. Estratégias político-econômicas chinesas e suas consequências socioambientais: uma análise do período entre Mao Zedong a Deng Xiaoping. Tese (Doutorado), Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, 2017.

Downloads

Publicado

2018-05-27

Como Citar

MARCUSSI PONTES, R. A gestão da crise financeira de 2008 pela China: o papel do Estado na implementação de políticas anticíclicas e desafios subsequentes: The 2008 financial crisis and China’s response: the role of the State in the implementation of anti-cyclical polices and its challenges. Brazilian Journal of International Relations, Marília, SP, v. 7, n. 1, p. 202–223, 2018. DOI: 10.36311/2237-7743.2018.v7n1.01.p202. Disponível em: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/bjir/article/view/7530. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos