O processo de negociação da reaproximação entre Estados Unidos da América e Cuba (2008 – 2016)
DOI:
https://doi.org/10.36311/2237-7743.2022.v11n3.p468-489Palavras-chave:
Cuba, EUA, Reaproximação, Intermediação, Governmental Politics ModelResumo
Este artigo analisa o processo de reaproximação entre os governos dos EUA e Cuba no período 2008-2016. Trabalha-se a hipótese de que a mudança de atores no cenário internacional, a saber, Raúl Castro no lugar de Fidel Castro e Barack Obama no lugar de George Walker Bush; junto com a intermediação do Vaticano através dos ofícios políticos do então eleito Papa Francisco, configuraram o fator principal que possibilitou negociar avanços para diminuir o distanciamento entre ambos países dentro do contexto político internacional que aconteceu nesse período histórico específico. O artigo identifica e discute o papel dos atores envolvidos à luz do Governmental Politics Model, de Graham Allison (1999), buscando entender como se deu sua ação e as consequências que trouxeram para a política de ambos países. Analisa-se também a contribuição de outros atores entre eles, o empresariado estadunidense, países da América Latina, Europa e China, os quais foram importantes pelo poder de influência e persuasão no processo desta reaproximação que, mesmo sendo efêmera, e apesar de não terem dado continuidade com os avanços obtidos após a eleição de Donald Trump, isto significou uma demonstração de que existem caminhos que podem ser traçados para superar divergências históricas e político-econômicas entre ambos países.