Sonhos quebrados em Ashgabat
um ensaio sobre as contradições políticas pós-independência do Turcomenistão
DOI:
https://doi.org/10.36311/2237-7743.2022.v11n1.p118-138Palavras-chave:
Turkmenistan, Central Asia, Authoritarianism, Post-Soviet space, Russian Public OpinionResumo
O presente artigo tem o propósito de apresentar e discutir as contradições politicas (tanto de ordem doméstica quanto internacional) pós-independencia do Turcomenistão. Como parte de um esforço mais amplo em busca de se compreender as dinamicas sociais e de poder resultantes do colapso da União Sovíetica para os países da Àsia Central, empregar-se-á uma análise descritiva de alguns dos principais acontecimentos de política doméstica e externa envolvendo o governo de Ashgabat, bem como as principais implicações referentes à vida de migrantes turcomenos (e Centroasiáticos em geral) na Federação Russa, os quais optaram por deixar seu país de origem em busca de melhores oportunidades economicas e de educação. Resultante do presente esforço, observa-se que o país Centro-asiático não só tonou-se laboratório para o exercício de uma versão local de um ‘Culto à Personalidade’ do líder (à guisa do fenômeno ocorrido durante as décadas de 1930-1950 na União Soviética Stalinista), como também a precária operacionalização por parte do Turcomenistão de sua neutralidade política em vista da dependencia economica de Moscou e, mais recentemente, da China. Evidencia-se, ademais, as dificuldades tanto de adaptação quanto de assimilação de migrantes turcomenos (e os de origem centro-asiática) na Rússia, em função de uma visão ‘estereotipada’ destes por parte da opinião pública russa.