Os significados de Transgênicos entre graduandos recém-ingressos nos cursos de Odontologia e Fisioterapia em uma universidade pública no sudoeste da Bahia

Autores

  • Jerry Adriane Pinto de Andrade Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
  • Maria Luiza Rheingantz Becker Universidade Federal do Rio Grande de Sul
  • Theresinha Fróes Burnham Universidade Federal da Bahia
  • Marilene Henning Vainstein Universidade Federal do Rio Grande de Sul

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-1655.2014.v6n1.p135-155

Palavras-chave:

Inferência, Biotecnologia, Transgênicos, Ciências, Ensino e Aprendizagem

Resumo

Este artigo é um recorte de uma pesquisa de doutorado que acompanhou os processos de tomada de consciência de 46 alunos recém-ingressos nos cursos de Fisioterapia e Odontologia, nas disciplinas de Biologia Básica e Citologia e Genética, as quais foram ministradas pelo pesquisador. Trata-se de uma pesquisa de natureza quali-quantitativa que utiliza diferentes instrumentos de coleta: questionário, mapas conceituais com uso do Cmap Tools e filmagens. Entretanto, os dados apresentados aqui se referem à análise do questionário na categoria Implicação Significante, no primeiro momento da pesquisa. Essa análise tem como objetivo responder a um dos questionamentos da tese: Qual o significado de transgênicos entre graduandos recém-ingressos nos cursos de odontologia e fisioterapia, em uma universidade pública no sudoeste da Bahia. O referencial teórico é pautado na Epistemologia Genética. Os resultados demonstraram que a maioria dos sujeitos pesquisados apresenta um domínio de representação não estruturado acerca dos conhecimentos dessa área. Assim, foi possível perceber formas de pensamento transdutivo, ou seja, quando o raciocínio dos alunos parte do particular e se conduz ao particular, sem atingir uma generalização – por exemplo, quando os alunos tentam conceituar transgênicos a alimentos geneticamente modificados, tendo como exemplos principais soja e milho, ou ainda quando consideram os transgênicos uma solução para fome no mundo. Trata-se de respostas fragmentadas que não se coordenam conjuntamente e demonstram um raciocínio bem simples, próprio de uma lógica inacabada.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALBERTS, B. et al. Biologia molecular da célula. 5. ed. São Paulo: Artmed, 2010.
ALTMAN, D. G. Practical statistics for medical research. London: Chapmanand Hall,
1991.
ALVES, J. B. Biotecnologia e meio ambiente: representações sociais de professores de
ciências. 2007.108 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade de Mogi das Cruzes, São
Paulo, 2007.
ALVES, S. G. A biotecnologia dos transgênicos: precaução é a palavra de ordem.
Holos, Ano 20, p. 1-10, out. 2004.
AMERICAN ASSOCIATION FOR THE ADVANCEMENT OF SCIENCE. Science for
all americans: a Project 2061 report on literacy goals in science, mathematics, and technology. Washington: Oxford Paperbacks, 1989.
ARAGÃO, F. J. L. Organismos transgênicos: explicando e discutindo a tecnologia. Barueri, SP: Manole, 2003.
BIZZO, N. Graves erros de conceitos nos livros didáticos de ciências. Ciênc. hoje, São
Paulo, v. 21, n. 121, p.26-35, Jun. 1996.
BOUDON, R. Generating models as a research strategy. In: MERTON, R. K.;
COLEMAN, J. S.; ROSSI, P. H. Qualitative and quantitative social research. Nova
York: Free Press, 1979. p. 51-64.
BRASIL. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio: ciências da natureza, matemática e suas tecnologias. Brasília, DF,
1999.
BRÜGGEMANN, O. M.; PARPINELLI, M. A. Utilizando as abordagens quantitativa e
qualitativana produção do conhecimento. Rev. Esc. Enferm.,São Paulo, v. 42, n. 3, p.
563-568, set. 2008.
CALLEGARI-JACQUES, S. M. Bioestatística: princípios e aplicações. Porto Alegre:
Artmed, 2003.
CARVALHO, J. da S.; GONÇALVES, N. M. N; PERON, A. P. Transgênicos: diagnóstico
do conhecimento científico discente da última série do ensino médio das escolas públicas do município de Picos, estado do Piauí. Rev.bras. biociênc., Porto Alegre, v.10, n. 3,
p. 288-292, jul./set. 2012.
Volume 6 Número 1 – Jan-Jul/2014 153
www.marilia.unesp.br/scheme
ISSN: 1984-1655
DELIZA, R.; ROSENTHAL, A.; COSTA, M. C. da. Tradução e validação para língua
portuguesa de questionários utilizados em estudos de consumidor. Ciênc. tecnol.
aliment., Campinas, SP, v. 23, n. 1, p. 43-48, 2003.
DELORS, J. et al. Educação: um tesouro a descobrir: relatório para a UNESCO da comissão internacional sobre educação para o século XXI. 10. ed. São Paulo: Cortez; Brasília: Unesco, 2006.
DEMO, P. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2000.
DURBANO, J. P. et al. Percepção do conhecimento dos alunos de ensino médio do município de João Pessoa-PB sobre temas emergentes em biotecnologia. In: CONGRESSO
BRASILEIRO DE GENÉTICA, 54., 2008, Salvador. Resumos... Salvador: SBG, 2008.
FUJII, R. A. X. O que sabem acadêmicos do curso de agronomia sobre organismos
transgênicos. Trabalho apresentado no IX Congresso Nacional de Educação e III Encontro Sul Brasileiro de Psicopedagogia, Curitiba. 26 a 29 de outubro, 2009. Disponível
em:
<http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2009/anais/pdf/3579_2028.pdf>.
Acesso em: 4 mar. 2010.
GUIMARÃES, W. A. Ensino de biotecnologia: representações sociais de professores
de biologia. 2007. 169 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade de Mogi das Cruzes,
2007.
HERDMAN, M.; FOX-RUSHBY, J.; BADIA.A model of equivalence in the cultural adaptation of HRQoL instruments: the universalist approach. Qualityof Life Research, v.
7, n. 4, p. 323-335, 1998.
HAYNES, R. B. et al. Epidemiologia clínica: como realizar pesquisa clínica na prática.
3. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2008.
KIRKWOOD, B. R. Essentials of medical statistics. Oxford: Blackwell, 1988.
KREUZER, H.; MASSEY, A. Engenharia genética e biotecnologia. Porto Alegre: Artmed, 2002.
LA COTARDIÈRE, P. de. História das ciências: da antiguidade aos nossos dias. São
Paulo: Saraiva, 2011. (Ciências da terra e ciências da vida, 3).
LA TAILLE, Yves de. Moral e ética: dimensões intelectuais e afetivas. Porto Alegre:
Artemed, 2006.
LAZARSFELD, P. F.; BARTON, A. H. Alcune funzioni dell’analisis qualitativa nella
ricerca sociale. In: _____. Metodologia e ricerca sociologica. Bologna: Il Mulino, 1967.
p. 307-368.
LEITE, M. Biotecnologias, clones e quimeras sob controle social: missão urgente para a
divulgação científica. São Paulo Perspec., São Paulo, v. 14, n. 3, p. 40-46, 2000.
Volume 6 Número 1 – Jan-Jul/2014 154
www.marilia.unesp.br/scheme
ISSN: 1984-1655
LOPES, E. R. Biotecnologia e transgênicos: representações sociais de professores de
ciências. 2006. 116 f. Dissertação (Mestrado em Biotecnologia) – Universidade de Mogi
das Cruzes, São Paulo, 2006.
MILLAR, R.; OSBORNE, J. Beyond 2000: science education for the future. London:
King's College London School of Education, 1998.
MINAYO, M. C. de S.; SANCHES, O. Quantitativo-qualitativo: oposição ou complementaridade? Cad. saúde pública, Rio de Janeiro, v. 9, n. 3, p. 239-262, jul./set. 1993.
PASQUALI, L. Instrumentação psicológica: fundamentos e práticas. Porto Alegre:
Artmed, 2010.
PEDRANCINI, V. D. et al. Ensino e aprendizagem de biologia no ensino médio e a apropriação do saber científico e biotecnológico. Revista Electrónica de Enseñanza de
las ciencias, v. 6, n. 2, p. 299-309, 2007. Disponível em:
<http://reec.uvigo.es/volumenes/volumen6/ART5_Vol6_N2.pdf>. Acesso em: 11 jul.
2011.
PEDRANCINI, V.D. et al. Saber científico e conhecimento espontâneo: opiniões de alunos do ensino médio sobre transgênicos. Ciênc. educ., Bauru, SP, v.14, n.1.p. 135-146,
2008.
PEREIRA, A. Guia prático de utilização SPSS: análise de dados para ciências sociais e
psicologia. 7. ed. Lisboa : Edições Sílabo, 2006.
PEREIRA, L. V. Clonagem: fatos e mitos. São Paulo: Moderna, 2002.
PIAGET, J. Abstração reflexionante: relações lógico-aritméticas e ordem das relações
espaciais.Tradução de Fernando Becker e Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1995. Título original: Recherchessurl’abstraction reflechissante.
______. Fazer e compreender. Tradução de Christina Larroudé e Paula Leite. São Paulo: Melhoramentos, 1978a. Título original: Réussir et comprendre.
______. A tomada de consciência. São Paulo: Melhoramentos, EDUSP, 1978b.
______; GARCIA, R. Hacia una lógica de significaciones. Buenos Aires: Centro Editor
de América Latina, 1988.
REICHARDT, C. S.; COOK, T. D. Beyond qualitative versus quantitative methods.In:
COOK, T. D.; REICHARDT, L. S. (Ed.). Qualitative and quantitative methods in evaluation research. Beverly Hills: Sage Publications, 1979. p. 7-30.
RIECHMANN, J. Cultivos e alimentos transgênicos: um guia crítico. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2002.
Volume 6 Número 1 – Jan-Jul/2014 155
www.marilia.unesp.br/scheme
ISSN: 1984-1655
RODRIGUES, E. R. Biotecnologia e saúde: representações sociais de professores de
Biologia. 2006. 98 f. Dissertação (Mestrado em Biotecnologia) - Universidade Mogi das
Cruzes, São Paulo, 2006.
SOETAERT, W.; VANDAMME, E. J. Industrial biotechnology: sustainable growth and
economic success. Weinheim: Wiley-VCH, 2010.
SOUZA, A. F.; FARIAS, G. B. Percepção do conhecimento dos alunos do ensino médio
sobre transgênicos: concepções que influenciam na tomada de decisões. Exp. ens. ciênc., MatoGrosso, v. 6, n. 1, p. 21-32, mar. 2011.
TAVARES, T. L.; FERNANDES, L. A.; FONSECA, C. A. Análise dos conteúdos de biologia molecular e genética nos livros didáticos do ensino médio. Trabalho apresentado na VI Jornada de Pesquisa e Pós-Graduação e Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. 2011. Disponível em:
<http://www.prp.ueg.br/sic2011/apresentacao/trabalhos/pdf/ciencias_biologicas/s
ic/cb_sic_analise_dos_conteudos.pdf>. Acesso em: 25 abr. 2012.
URBINA, S. Fundamentos da testagem psicológica. Porto Alegre: Artmed, 2007.
VEIGA, J. E. (Org.). Transgênicos: sementes da discórdia. São Paulo: Ed. SENAC São
Paulo, 2007.
VERENOSE, M. V.; FELIPPE, F. Os transgênicos na mídia: práticas sociais e ideologia.
In: GUARESCHI, P. A. et al. Os construtores da informação: meios de comunicação,
ideologia e ética. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000. p. 297-316.

Downloads

Publicado

2022-02-07

Edição

Seção

Artigo