VOZES QUE SE ENCONTRAM: O CUIDADO COMO PRÁTICA NUM GRUPO DE JOVENS MULHERES

Autores

  • Laura Cristina de Toledo Quadros Professora Adjunta da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
  • Deborah da Silva de Souza Doutoranda em Psicologia Social pelo Programa de Pós-graduação em Psicologia Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPGPS-UERJ)
  • Rebeca Rodrigues do Nascimento Hernandes Mestranda em Psicologia Social pelo Programa de Pós-graduação em Psicologia Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPGPS-UERJ)
  • Camila Ouriques Rangel da Silva Graduanda em Psicologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
  • Darckyane da Silva Alencar 5 Graduanda em Psicologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-1655.2022.v14.esp.p209-230

Palavras-chave:

Mulheres, Cuidado, Voz Diferente, Abordagem Gestáltica

Resumo

O presente artigo tem como proposição dialogar com algumas ideias de Carol Gilligan, acerca de uma voz diferente, para pensarmos numa atuação no campo de pesquisa em psicologia que considere a ótica das mulheres acerca de si e do mundo. Para isso, partimos de uma pesquisa em curso intitulada “Versões do Sofrimento Psíquico Construídas por Jovens na Contemporaneidade: Articulações entre a Teoria Ator-Rede e a Clínica Gestáltica”, na qual acompanhamos 35 jovens mulheres e constatamos a presença do cuidado nas relações estabelecidas no grupo, bem como o reconhecimento do cuidado como prática e como ética. Seguindo as pistas oferecidas por Carol Gilligan e Annemarie Mol, enfatizamos essa prática do cuidado nas experiências e relatos explanados no texto que constituem vozes que clamam, que se encontram e se multiplicam, promovendo a possibilidade apontada pela própria Gilligan, quando ela nos mostra a importância de ampliar vozes na construção do conhecimento. A partir dessa ampliação, consideramos a importância de não compreendermos o sofrimento das mulheres exclusivamente pela ótica do adoecimento.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

ADICHIE, Chimamanda. O perigo de uma única história. [S. l.: s. n.], 2012. 1 vídeo (19 min). Publicado pelo canal de YouTube TED. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=D9Ihs241zeg&t=800s. Acesso em: 17 jul. 2020.

BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo e experiência vivida. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1980.

DESPRET, Vinciane. Our Emotional Makeup: ethnopsychology and selfhood. New York: Other Press, 2004.

FEDERICI, Silvia. Calibã e a Bruxa: Mulheres, Corpo e Acumulação Primitiva. São Paulo: Editora Elefante, 2017.

GILLIGAN, Carol. Joining the Resistance. Cambridge: Polity Press, 2011.

GILLIGAN, Carol. Uma voz diferente. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1982.

GOMES, Anna Luiza Castro; NAGASHIMA, Alynne Mendonça Saraiva. O Feminino Aprisionado, Patologizado e Medicalizado: Impactos na Saúde Mental das Mulheres. In: AMARANTE, Paulo; PITTA, Ana Maria Fernandes; OLIVEIRA, Walter Ferreira de (orgs.). Patologização e Medicalização da vida: epistemiologia e política. São Paulo: Zagodoni, 2018.

HARAWAY, Donna. Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu, São Paulo, v. 1, n. 5, p. 07-41, 1995.

HARAWAY, Donna. Staying with the Trouble: making kin in the Chthulucene. Durham, London: Duke University Press, 2016.

HYCNER, Richard. De pessoa a pessoa. São Paulo: Summus Editorial, 1995.

KILOMBA, Grada. Memórias da Plantação: episódios de racismo quotidiano. Lisboa: Orfeu Negro, 2012.

KUHNEN, Tânia Aparecida. A ética do cuidado como teoria feminista. In: Anais do III Simpósio Gênero e Políticas Públicas, 2014, Universidade Estadual de Londrina. Anais [...] Universidade Estadual de Londrina, 2014. Disponível em: ttp://www.uel.br/eventos/gpp/pages/arquivos/GT10_Tânia%20Aparecida%20Kuhnen.pdf. Acesso em: 20 jun. 2021.

LATOUR, Bruno. Reagregando o social. Uma introdução à Teoria do Ator-Rede. Salvador: EDUFBA, 2012.

LISPECTOR, C. Um sopro de vida (pulsações). Lisboa: Relógio D’Água, 2012.

MOL, Annemarie. The logic of care: Health and the problem of patient choice. London: Routledge, 2008.

MORAES, Marcia. PesquisarCOM: política ontológica e deficiência visual. In: MORAES, Marcia; KASTRUP, Virgínia (orgs.). Exercícios de ver e não ver: arte e pesquisa com pessoas com deficiência visual. Rio de Janeiro: Nau Editora, 2010. p. 26-51.

PERLS, Fritz. A abordagem gestáltica e a testemunha ocular da terapia. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.

QUADROS, Laura Cristina de Toledo; MORAES, Marcia. O. Polifonia de uma experiência no ESOCITE. Pesquisas e Práticas Psicossociais, São João del Rei, v. 11, n. 1, p. 4-7, 2016.

STENGERS, Isabelle. A Ciência no Feminino. Revista 34 Letras, Rio de Janeiro, v. 6, n. 5, p. 427-431, 1989.

ZANELLO, Valeska. Saúde mental, gênero e dispositivos: cultura e processos de subjetivação. Curitiba: Appris, 2018.

Downloads

Publicado

2022-11-01