VOZES QUE SE ENCONTRAM: O CUIDADO COMO PRÁTICA NUM GRUPO DE JOVENS MULHERES
DOI:
https://doi.org/10.36311/1984-1655.2022.v14.esp.p209-230Palavras-chave:
Mulheres, Cuidado, Voz Diferente, Abordagem GestálticaResumo
O presente artigo tem como proposição dialogar com algumas ideias de Carol Gilligan, acerca de uma voz diferente, para pensarmos numa atuação no campo de pesquisa em psicologia que considere a ótica das mulheres acerca de si e do mundo. Para isso, partimos de uma pesquisa em curso intitulada “Versões do Sofrimento Psíquico Construídas por Jovens na Contemporaneidade: Articulações entre a Teoria Ator-Rede e a Clínica Gestáltica”, na qual acompanhamos 35 jovens mulheres e constatamos a presença do cuidado nas relações estabelecidas no grupo, bem como o reconhecimento do cuidado como prática e como ética. Seguindo as pistas oferecidas por Carol Gilligan e Annemarie Mol, enfatizamos essa prática do cuidado nas experiências e relatos explanados no texto que constituem vozes que clamam, que se encontram e se multiplicam, promovendo a possibilidade apontada pela própria Gilligan, quando ela nos mostra a importância de ampliar vozes na construção do conhecimento. A partir dessa ampliação, consideramos a importância de não compreendermos o sofrimento das mulheres exclusivamente pela ótica do adoecimento.
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