O PROCESSO DE TRABALHO NAS FÁBRICAS DE AUTOGESTÃO

Autores

  • Neusa Maria DAL RI
  • Candido Giraldez VIEITEZ

DOI:

https://doi.org/10.36311/1519-0110.2001.v2n1.447

Resumo

As reflexões contidas neste texto têm como referência pesquisa realizada em dezenove empresas de autogestão (EAs) e uma de co-gestão. Dessas mpresas, dezessete são fábricas de vários ramos, tais como metalurgia; têxtil; confecção; cristal; entre outros. Há ainda uma mina de carvão, uma gráfica e uma empresa agroindustrial. Dezenove desses empreendimentos estão localizados em vários Estados do Brasil e um na Espanha.

Quanto ao porte das empresas, tem-se o seguinte: onze empresas pequenas que possuem de 05 a 99 trabalhadores; sete empresas médias, de 100 a 499 e duas empresas grandes, com mais de 500.

As características principais de uma empresa de autogestão podem ser sintetizadas nos seguintes elementos: a propriedade pertence a um coletivo de associados; os trabalhadores são ao mesmo tempo os proprietários; a assembléia geral dos associados é o poder máximo de decisão; os diretores são eleitos pelos associados.

O conjunto dos elementos constitutivos da empresa de autogestão é evidência de que ela é portadora de um significativo potencial social de democratização e de (des)alienação das relações de trabalho. Contudo, instâncias estratégicas da realidade dessas empresas apresentam-se como pontos de dificuldade para a realização desse potencial. Uma dessas dimensões é a organização do processo de trabalho.

Os processos de trabalho nas EAs estão ainda organizados de forma tradicional. Essa forma de organização representa um significativo entrave ao desenvolvimento da democratização e (des)alienação das relações de trabalho. Porém, apesar das dificuldades evidentes, as EAs vêm promovendo modificações no processo de trabalho.

Este artigo tem por objetivo demonstrar o surgimento de uma nova categoria nas EAs que aqui será denominada de regulação do processo de trabalho. Defende-se a idéia de que essa categoria, ainda emergente, substitui a categoria de controle do trabalho que é afeta à forma capitalista de organização da produção.

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Publicado

2022-01-13

Edição

Seção

Trabalho Associado, Cooperativismo, Economia Solidária e Autogestão

Como Citar

DAL RI, Neusa Maria; VIEITEZ, Candido Giraldez. O PROCESSO DE TRABALHO NAS FÁBRICAS DE AUTOGESTÃO. ORG & DEMO, Marília, SP, v. 2, n. 1, p. 17–27, 2022. DOI: 10.36311/1519-0110.2001.v2n1.447. Disponível em: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/orgdemo/article/view/447.. Acesso em: 18 nov. 2024.