KANT CONTRA O SILOGISMO DA IDEALIDADE: NOTAS SOBRE A REFUTAÇÃO DE 1781

Autores

  • Pedro Costa REGO

DOI:

https://doi.org/10.36311/2318-0501.2017.v5n1.21.p305

Resumo

O presente artigo é um comentário do projeto kantiano de refutação do idealismo com foco especial no Quarto Paralogismo de ambas as edições da Crítica da Razão Pura, intitulado “Paralogismo da Idealidade (da relação externa)” (A366-380) (“Refutação A”). Nele defendo que, ao contrário do que se aceita consensualmente, e ao contrário do que Kant explicitamente defende na sua classificação qualitativa do gênero argumentativo que ele chama de “objeção”, que encontramos na seção da Crítica intitulada “Reflexões sobre o conjunto da psicologia pura em consequência destes paralogismos”, a objeção da Crítica ao autor dos Paralogismos não é, unanimemente, uma objeção crítica. Mais precisamente: considerado o conjunto da reflexão kantiana sobre o tema central do Quarto Paralogismo (QP), a objeção kantiana ao seu autor, isto é, ao chamado idealista cartesiano, ou idealista problemático, é uma objeção dogmática. Com isso quero dizer que, para Kant, nunca se tratou apenas de provar que a prova da tese idealista do QP é sem fundamento. Não apenas a refutação que encontramos no QP, mas o conjunto da reflexão kantiana contra o idealismo envolve uma defesa explícita de que a tese idealista sobre a existência do mundo externo é uma proposição que tem valor de verdade determinável. Ela é, num certo sentido, verdadeira, num certo sentido, falsa, dependendo tanto do texto kantiano que tomamos por base - se a Refutação de 81 ou a de 87 -, quanto da acepção em que se toma a expressão “mundo externo”, ou “coisas fora de nós” no primeiro desses textos. Em todo caso, ela não é jamais uma proposição indecidível. O motivo pelo qual Kant não pode suspender seu juízo acerca do conteúdo da conclusão do silogismo da idealidade é que esta conclusão, dependendo de como são tomados os seus termos, ou bem nega, ou bem confirma diretamente toda a teoria da objetividade do idealismo transcendental.

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Biografia do Autor

  • Pedro Costa REGO

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Publicado

2017-07-14

Edição

Seção

Artigos / Articles

Como Citar

REGO, Pedro Costa. KANT CONTRA O SILOGISMO DA IDEALIDADE: NOTAS SOBRE A REFUTAÇÃO DE 1781. Estudos Kantianos [EK], Marília, SP, v. 5, n. 01, 2017. DOI: 10.36311/2318-0501.2017.v5n1.21.p305. Disponível em: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/ek/article/view/7093.. Acesso em: 21 nov. 2024.