O realismo idealista de Kant
DOI:
https://doi.org/10.36311/2318-0501/2024.v12n1.p159Palavras-chave:
realismo empírico, idealismo transcendental, refutação do idealismoResumo
Na primeira edição da Crítica da razão pura, Kant, respondendo ao que ele chama de idealismo problemático (que sustenta a impossibilidade da certeza da existência de coisas fora de nós), distingue dois sentidos de “fora de nós”, transcendental e empírico: algo transcendentalmente externo ou fora de nós seria algo que existe como coisa em si mesma distinto de nós; algo empiricamente externo ou fora de nós é algo no espaço. A segunda edição da Crítica introduz uma nova seção intitulada Refutação do idealismo que, segundo alguns autores, teria de ser lida como a prova da existência de algo transcendentalmente externo. Procuro sustentar aqui que a peculiaridade da posição kantiana é a tese segundo a qual os objetos espaciais são “representacionais” em um sentido e “extra-representacionais” em outro: objetos espaciais não podem ser ditos externos em sentido transcendental, mas são, por outro lado, “extra-representacionais”, por serem empiricamente externos e, portanto, irredutíveis a determinações do sentido interno). Procuro mostrar também que, se levarmos em conta a idealidade do sentido interno, há um sentido no qual esse realismo empírico pode ser propriamente chamado de uma posição realista, compatível com impossibilidade de prova da existência de algo transcendentalmente externo.
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