MULHER E “FAMÍLIAS” NA DINÂMICA INSTITUCIONAL
DIVÓRCIO NO BRASIL E SOCIEDADE ESCRAVAGISTA DO BOLSÃO SUL-MATO-GROSSENSE DO SÉCULO XIX.
DOI:
https://doi.org/10.36311/2236-5192.2019.v20esp.03.p23Palavras-chave:
Mulher, Família, Cotidiano PatriarcalResumo
Este artigo foi elaborado a partir de uma pesquisa de natureza social e histórica da cidade de Paranaíba, Estado de Mato Grosso do Sul, contida nos registros e notas do 1º Cartório de Registros deste município. A elaboração dessa formulação tornou-se possível em virtude do desenvolvimento de um projeto de pesquisa realizado entre os anos de 2012 a 2014, período no qual foram lidos e analisados quatorze livros de registros na própria sede cartorária. Embora a revisão da história regional do bolsão sul-mato-grossense possui dupla pretensão: resgatar os fatos de um regime escravocrata entre os anos de 1838 a 1888 (delimitação temporal decorrente das anotações encontradas nos livros), que permanece em silêncio na historiografia, além da recuperação da dinâmica da vida social no início da fundação e desenvolvimento do município de Paranaíba e região, dados contidos nos documentos demonstraram, dentre outros aspectos históricos, o papel social da mulher no tratamento de seu patrimônio e família dissonantes da formulação do modelo familiar patriarcal descrito por Gilberto Freyre. Tal revisão será permitida pelo acesso as informações através de fontes primárias discriminadas e coletadas nos registros e notas, que compõe resultado de pesquisa documental, aliada a uma pesquisa bibliográfica especializada. Da análise da documentação realizada até o momento é possível compreender parte da dinâmica social estabelecida entre proprietários e escravos/forros, bem como do cotidiano das relações sociais, familiares e de gênero vividas pelos sujeitos no início da ocupação da região leste de Mato Grosso do Sul.
Recebido em: 08/04/2019.
Aprovado em: 13/06/2019
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Referências
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