O projeto de uma memória freudiana: uma análise acerca da constituição dessa noção nos primórdios da psicanálise

Autores

  • Maria Celina Lima Peixoto
  • Débora Passos de Oliveira

Palavras-chave:

Memória. Percepção. Pulsão.

Resumo

O presente trabalho versa sobre a constituição da noção de memória na teoria freudiana. Para tanto, utilizamos, de modo primordial, as elaborações desenvolvidas no Projeto para uma psicologia científica. Objetivamos ressaltar que Freud subverte a problemática acerca do conceito de memória, concedendo a essa ideia um caráter criativo que se diferencia da simples representação de um objeto contido na realidade material. Em Freud, a memória excede o que se compreende comumente como evocação, ou seja, a lembrança não se restringe à retomada de uma percepção. Se a memória é considerada como sendo o próprio psiquismo, é a sua relação com a pulsão e, posteriormente, com a noção de a posteriori (Nachträglich) que possibilita a efetivação de uma memória própria à Psicanálise. Desse modo, explicitamos que a memória em Freud é tanto um imperativo da pulsão quanto o desdobramento dos efeitos de uma temporalidade psíquica. Mesmo que parta de uma construção teórica estritamente associada às ciências naturais, um exame mais detido a respeito das formulações desse período nos ajuda a compreender a maneira como ele arquiteta uma teoria que, pelo menos a princípio, tinha como objetivo último esclarecer a problemática concernente à noção de memória.

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Biografia do Autor

Maria Celina Lima Peixoto



Publicado

03-08-2012

Como Citar

Peixoto, M. C. L., & Oliveira, D. P. de. (2012). O projeto de uma memória freudiana: uma análise acerca da constituição dessa noção nos primórdios da psicanálise. TRANS/FORM/AÇÃO: Revista De Filosofia Da Unesp, 35(02), 257–276. Recuperado de https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/2479

Edição

Seção

Artigos e Comentários