António Sérgio

a técnica, o trabalho e as origens do conhecimento científico humano

Autores

  • João Príncipe Universidade de Évora

Palavras-chave:

Trabalho, Homo faber, Experimentalismo, Navegações, Galileu, Revolução científica

Resumo

Durante a Primeira República Portuguesa, António Sérgio escreveu ensaios nos quais propôs um racionalismo aberto, uma pedagogia trabalhista e uma interpretação da história de Portugal, onde as circunstâncias materiais, as práticas, os interesses económicos condicionavam as atitudes mentais dos agentes históricos. Sérgio inspirou-se na filosofia do trabalho de Proudhon, interessandose pelas discussões francesas sobre a origem prática/técnica da inteligência humana e do papel da técnica no desenvolvimento científico, discussões que envolveram Bergson, Durkheim e Louis Weber. Foi a partir dessa perspectiva pragmatista que realçou o papel das navegações portuguesas e da atitude de experimentalismo, de humanismo científico, que atribuía a algumas figuras da elite portuguesa do século XVI, bem como o interesse de Galileu pelas técnicas, que favoreceu o seu desenvolvimento da nova física, conduzindo à Revolução Científica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

João Príncipe, Universidade de Évora

Pesquisador no IHC-CEHFCi da Universidade de Évora, Évora – Portugal.

Referências

BANCAL, J. Pluralisme et autogestion. V. 2. Paris: Montaigne, 1970.

BERGSON, H. L’évolution créatrice. Paris: Félix Alcan 1907 [A evolução criadora. Tradução de Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 2001].

BOUGLÉ, C. La Sociologie de Proudhon. Paris: Armand Colin, 1911.

COHEN, H. F. The Scientific Revolution: A Historiographical Inquiry. Chicago: University of Chicago Press, 1994.

COHEN, H. F. How modern science came into the world: Four civilizations, one 17th-century breakthrough. Amsterdam: Amsterdam University Press, 2010.

DURKHEIM, E. Sociologie religieuse et théorie de la connaissance. RMM, v. 17, p. 733-758, 1909.

DURKHEIM, E. Les formes élémentaires de la vie religieuse [1912]. ed. moderna, Paris: PUF- Quadrige, 1998.

GURVITCH, G. Proudhon, sa vie, son œuvre. Paris: PUF, 1965.

KOYRÉ, A. Galileo and Plato. Journal of the History of Ideas, v, 4, n. 4, p. 400-428, 1943.

LEFÈVRE, W. Galileo Engineer: Art and modern science. In: RENN, J. (ed.). Galileo in context. Cambridge: Cambridge University Press, 2001. p. 11-27.

MAROUPAS, N. Pragmatisme: une philosophie anarchiste? Une généalogie: Proudhon, Bakounine, James, Dewey. 2015. Thèse (Doctorat de Philosophie) –Thèse dirigée par Robert Damien. Université Paris Ouest Nanterre la Défense, Paris, 2015.

PRÍNCIPE, J.; MARTINS, H. Quatro novos estudos sobre António Sérgio. Postfácio por Hermínio Martins. Casal de Cambra: Caleidoscópio, 2012.

PROUDHON, P.-J. De la justice dans la Révolution et dans l’Église. Trois tomes. Paris: Garnier Frères, 1858 [Ed. moderna: Paris: Fayard, 1988].

ROUSTAN, D. La science comme instrument vital. RMM, v. 22, n. 5, p. 612-643, 1914.

SÉRGIO, A. Pela Pedagogia do trabalho. A Águia, v. 27, p. 95-96, 1914.

SÉRGIO, A. Educação geral e actividade particular. (opúsculo). Lisboa, 1916.

SÉRGIO, A. Preâmbulo e tradução de “Indústria e Sciência” de Henri le Châtelier. Porto: Renascença Portuguesa 1917 [originalmente publicado in Revue Génerale des Sciences, Dezembro de 1901].

SÉRGIO, A. O seiscentismo [1925/1926] [inicialmente publicado em 1925, SN, nº 56 e 57 e depois em separata, a partir da qual cito].

SÉRGIO, A. Ensaios II. 1. ed. Lisboa: Seara Nova, 1929 [2. ed. de 1957: Publicações Europa-América].

SÉRGIO, A. Ensaios. 8 tomos [edição moderna]. Lisboa: Sá da Costa, 1971-1974.

SÉRGIO, A. Democracia, Diálogos de doutrina democrática, Alocução aos socialistas, Cartas do terceiro Homem. Lisboa: Sá da Costa, 1974.

SIGAUT, F. Les outils et le corps. Communications, Corps et techniques, v. 81, p. 9-30, 2007.

SIGAUT, F. Homo Faber - Documents d’un débat oublié, 1907-1941 [online].

SIMPSON, D.-J.; JACKSON, M. J.-B. John Dewey's View of the Curriculum in The Child and the Curriculum. Education and Culture, v. 20, n. 2, p. 23-27, 2003.

SOLARI, S. Institutions in Proudhon: the Way not Taken by European Economic Thought. In: COLLOQUE INTERNATIONAL DE L’ASSOCIATION CHARLES GIDE, XIII – Les institutions dans la pensée économique. Paris, 27-29 Maio 2010 [online].

WEBER, L. Le rhythme du progrès. Paris: Felix Alcan, 1913a.

WEBER, L. Le rythme du progrès et la loi des deux états. RMM, v. 21, n.1, p. 16-60, 1913b.

WEBER, L. et al. Y a-t-il un rythme dans le progrès intellectuel? [Séances des 29 janvier et 5 février 1914 à la Société Française de Philosophie, avec la participation de D. Parodi, E. Meyerson, F. Le Roy, G. Belot, Darlu, Leclère]. Bulletin de la Société Française de philosophie, v. 14, p. 61-140, 1914.

Recebido: 08/01/2021 - Aceito: 12/2/2021

Publicado

17-05-2021 — Atualizado em 01-07-2022

Como Citar

Príncipe, J. (2022). António Sérgio: a técnica, o trabalho e as origens do conhecimento científico humano. TRANS/FORM/AÇÃO: Revista De Filosofia Da Unesp, 44(Special issue 1), 53–74. Recuperado de https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/11423