Cibercultura e educação:

pontos e contrapontos entre a visão de Pierre Lévy e David Lyon

Autores

  • Angela Luzia Miranda

Palavras-chave:

Cibercultura. Educação. Ciberdemocracia. Vigilância.

Resumo

O artigo visa a confrontar o visível otimismo de Pierre Lévy sobre a cibercultura como espaço de produção da inteligência coletiva e da educação para a democratização social, com a postura crítica de David Lyon acerca da cultura da vigilância e seus efeitos sociopolíticos, na era da cibercultura. De cunho filosófico e qualitativo, cuja fonte de pesquisa é essencialmente bibliográfica, trata-se de um estudo comparativo que busca estabelecer as diferenças elementares entre a postura de Lévy e Lyon sobre a cibercultura. Em consequência, e reconhecendo as teses de Lyon sobre a ilusão do anonimato e os riscos do fim da privacidade, na era da cibercultura, o estudo termina por apontar alguns indicativos sobre as novas práticas educativas nesse contexto.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Angela Luzia Miranda

Doutora em Filosofia e Professora Associada da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN – Brasil. Coordenadora do Grupo de Estudos Phrònesis: Estudos em Filosofia, Ciência, Tecnologia e Sociedade. https://orcid.org/0000-0002-4516-7301 E-mail: angelalmiranda@gmail.com. Em seu projeto inicial, esse estudo contou também com a colaboração de Diego Silveira Souza, doutorando em Neurociências da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Referências

ANDERSON, C. Free-Grátis: o futuro dos preços. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.

ASSANGE, J. Quando o Google encontrou o Wikileaks. São Paulo: Boitempo, 2015.

ASSANGE, J. et al. Cypherpunks: liberdade e futuro da internet. São Paulo: Boitempo, 2013.

BARRETO, A. M. Informação e conhecimento na era digital. Transinformação. [online], Campinas, v. 17, n. 2, p. 111-122, 2005.

BAUMAN, Z. Modernidade Líquida. 1. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.

BAUMAN, Z.; LYON, D. Liquid Surveillance: a conversation. Cambridge: Polity, 2013.

BEZERRA, A. C. Vigilância e cultura algorítmica no novo regime global de mediação da informação. Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 22, n. 4, p. 68-81, out./dez. 2017.

DEBORD, G. A sociedade do espetáculo. Brasil: Projeto Periferia, 2003.

FOUCAULT, M. Vigiar e punir. Nascimento da prisão. 27. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

FREENET [documentário]. Direção: Pedro Ekman. 94min, color. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=TSomRix04fQ. Acesso em: 8 nov. 2016.

GALINDO, C. Yuval Noah Harari, el auto “Sapiens”: la tecnología permitirá “hackear” seres humanos [entrevista]. El País semanal, Madrid, 29 ago. 2018. Disponível em: https://elpais.com/elpais/2018/08/20/eps/1534781175_639404.html. Acesso em: 29 ago. 2018.

GREENWALD, G. Sem lugar para se esconder: Edward Snowden, a NSA e a espionagem do governo norte-americano. Rio de Janeiro: Sextante, 2014.

HARARI, Y. N. Homo Deus: A Brief History of Tomorrow. 1. ed. Londres: Harvill Secker, 2016.

JOURAVA, V. Proteger los datos es proteger la democracia. El País. Madrid, 29 mar. 2018. Disponível em: https://elpais.com/elpais/2018/03/27/opinion/1522154135_052349.html Acesso em: 30 mar. 2018.

LEFORT, C. A invenção democrática: os limites da dominação totalitária. 3 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.

LEMOS, A. Cibercultura: tecnologia e vida social na cultura contemporânea. Porto Alegre: Sulina, 2015.

LEMOS, A.; LÉVY, P. O futuro da internet: em direção a uma ciberdemocracia planetária. São Paulo: Paulus, 2010.

LÉON, E. A. S. La información y privacidad en la era digital. Tsantsa. Revista de Investigaciones Artísticas, Cuenca, n. 2, p. 1-5, dez. 2014.

LÉVY, P. A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. 3. ed. São Paulo: Loyola, 2000.

LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.

LÉVY, P. Ciberdemocracia. Lisboa: Instituto Piaget, 2003.

LÉVY, P. Pierre Lévy talks about Cyberdemocracy at Senac [Conferência]. São Paulo: Senac, 2014. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=OmzDuAN5_zg&index=7&list=WL Acesso em: 9 dez. 2014a.

LÉVY, P. The philosophical concept of algorithmic intelligence. Spanda Journal, Netherlands, v. 2, p. 17-26, 2014b.

LÉVY, P. The data-centric society. Azimuth (International Journal of Philosophy), Roma, v. 7, p. 129-140, 2016.

LÉVY, P. La pyramide algorithmique [essais]. Revue Sens Public, Universidade de Montreal, Canadá, p. 1-38, dez. 2017. Disponível em: http://sens-public.org/article1275.html. Acesso em: 20 maio 2018.

LYON, D. The Electronic Eye: The Rise of Surveillance Society. Minnesota: University of Minnesota Press, 1994.

LYON, D. The search for surveillance theories. In: LYON, D. Theorizing Surveillance: The Panopticon and Beyond. Portland: Willian, 2006. p. 3-20.

LYON, D. Surveillance after Snowden. Cambridge: Polity, 2015.

MATTELART, A. História da sociedade da informação. 2. ed. São Paulo: Loyola, 2006.

MAYER-SCHONBERGER, V.; CUKIER, K. Big Data: A revolution that will transform how we live, work and think. Boston: Houghton Mifflin Harcourt, 2013.

McLUHAM, M. Understanding media: The extensions of man. Cambridge: MIT Press, 1994.

MELLO, P. C. WhatsApp admite envio massivo ilegal de mensagens nas eleições de 2018. Folha de S. Paulo. São Paulo, 8 out. 2019. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/10/whatsapp-admite-envio-massivo-ilegal-de-mensagens-nas-eleicoes-de-2018.shtml. Acesso em: 10 out. 2019.

MIÈGE, B. A sociedade tecida pela comunicação: técnicas da informação e da comunicação entre inovação e enraizamento social. São Paulo: Paulus, 2009.

NAÇÕES UNIDAS. Report of the Special Rapporteur on the promotion and protection of the right to freedom of opinion and expression. Frank La Rue, 16 maio 2011. Disponível em: http://www2.ohchr.org/english/bodies/hrcouncil/docs/17session/A.HRC.17.27_ en.pdf. Acesso em: 20 jun. 2018.

ORWELL, G. 1984. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.

RAMONET, I. El imperio de la vigilancia. Madrid: Clave Intelectual, 2016.

RÜDIGER, F. As teorias da cibercultura: perspectivas, questões e autores. 1. ed. Porto Alegre: Sulina, 2011.

SANCHÉS, Á. El ecosistema de Internet vive desde este viernes la mayor regulación de su historia en la EU. El País, Cuaderno Internacional. Madrid, 24 maio 2018. Disponível em:https://elpais.com/internacional/2018/05/24/actualidad/1527159920_297244.html. Acesso em: 24 maio 2018.

Recebido: 28/12/2018 - Aceito: 05/8/2020

Publicado

22-04-2021 — Atualizado em 29-06-2022

Como Citar

Miranda, A. L. . (2022). Cibercultura e educação: : pontos e contrapontos entre a visão de Pierre Lévy e David Lyon. TRANS/FORM/AÇÃO: Revista De Filosofia Da Unesp, 44(1), 45–68. Recuperado de https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/11772

Edição

Seção

Artigos e Comentários