APRESENTAÇÃO
Recebemos para o fascículo deste semestre 96 propostas de publicação, das quais 53 de autores que não têm o doutorado, sendo 29 de São Paulo e 9 do Rio de Janeiro. Das 43 propostas restantes, 3 vêm do exterior (Portugal e Chile) e 40 de professores-doutores bastante bem-distribuídos pelo país: 8 de São Paulo, 7 do Paraná, 5 do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, 3 da Bahia e de Minas Gerais e o restante de Brasília, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Pará e Piauí. Observa-se assim que a Trans/Form/Ação, Revista de Filosofia da Unesp, tornou-se efetivamente uma revista nacional. Há talvez duas causas para este fenômeno: primeiro a inserção na biblioteca digital do Scielo, e em seguida o convite para que professores de todo o país apresentem pareceres para as propostas recebidas. De fato, a grande quantidade nos obrigou a ampliar sobremaneira o leque de pareceristas, tomando o currículo Lattes como referência. Felizmente nossos colegas de área são bastante solícitos.
Manifestamos aqui publicamente nossos agradecimentos tanto aos que nos nos honram pareceres quanto aos que confiam suas propostas. Lamentamos contudo não termos meios para publicar todas as propostas chanceladas.
Boa notícia recebemos no início deste ano: a elevação pela Capes do Qualis da Trans/Form/Ação para “NACIONAL-A” no triênio 2004-2006, o que premia com chave-de-ouro o esforço institucional da Unesp e a dedicação dos últimos editores.
Neste fascículo, publicamos 14 artigos, 1 tradução e 1 resenha. A tradução de um ensaio de Martial Guéroult aponta para uma interessante perspectiva de abordagem filosófica: a dos grandes sistemas e, sobretudo, por que a filosofia não se dissocia de sua história - visão tipicamente kantiana. O autor prussiano, por sua vez, é comentado em muitos artigos: em relação a Foucault, a questão da moralidade e em dois de estética. Outro autor alemão, Nietzsche, é analisado em excelentes trabalhos, especialmente em relação a Espinosa e ao teatro. Para compensar, há uma curiosa análise da mistagogia e outro sobre leitores apressados de Platão. Os outros artigos apresentam uma relação entre M.Castells e Hannah Arendt, a hermenêutica de Ricoeur, uma defesa às críticas a Rawls e enfim uma discussão sobre o externalismo. A resenha trata da filosofia da linguagem do pensador israelo-brasileiro Marcelo Dascal.
Alguns artigos são profundamente filosóficos, outros são mais formadores: temos certeza com isso de contribuir para a interlocução e o debate acadêmico sobre filosofia no Brasil.
Ricardo Monteagudo
Departamento de Filosofia, Unesp-Marília
Editor Responsável