Ário DíDimo, EpítomE DE Ética Estoica, 2.7.5a- 2.7.5B[1]
Rodrigo Pinto de Brito[2]
Aldo Dinucci3
RESUMO: Tradução dos passos 2.7.5A- 2.7.5B da Epítome de Ética Estoica, do filósofo estoico e doxógrafo alexandrino Ário Dídimo (acme 30 a.C.). Não há traduções em língua moderna das obras completas de Ário Dídimo. Assim, para esta tradução, usamos a fixação da exposição sobre a ética estoica presente em Estobeu (Florilégio), realizada por Pomeroy (1999). A seção que traduzimos versa sobre o conceito estoico de excelência, explicando o que ela é, quais as virtudes que dela participam, e como. Por antítese, Ário Dídimo também elucida o conceito estoico de vício, o que ele é e qual a sua taxonomia.
PALAVRAS-CHAVE: Filosofia helenística. Ética estoica. Ário Dídimo. Tradução.
Ário Dídimo foi um filósofo e um doxógrafo alexandrino estoico de tendência eclética, simpático à Academia (sobretudo Antioco de Ascalón[3], Eudoro de Alexandria[4] e Filo de Larissa[5]). Seus fragmentos foram organizados por Diels (1879, p. 445-472). Estobeu cita-o verbatim em suas Éclogas. Não há edição completa em língua moderna de sua obra, embora haja uma versão em inglês do texto que aqui traduzimos, em parte, aquela de Pomeroy (1999). Para a presente tradução, usamos a fixação do texto realizada por Pomeroy, o qual, por sua vez, apoiou-se na edição de Wachsmuth e Hense das Éclogas de Estobeu. Quanto aos pressupostos e premissas de nosso trabalho, partimos da suposição de que Ário apresenta o que considera ser a concepção ortodoxa da ética estoica. Tal suposição apoia-se no próprio texto de Ário, que tem como título “As opiniões de Zenão e do restante dos estoicos sobre a parte ética da filosofia”, que é seguido pela frase “[...] far-se-á um memorando sobre a ética, considerando as principais e mais necessárias opiniões”. Nesse caso, pareceu-nos acertado escolher para os termos técnicos traduções condizentes com a ortodoxia estoica, o que efetivamente fizemos[6]. Os principais termos técnicos são apresentados transliterados em notas, na medida em que ocorrem no texto. Com isso, buscamos guiar o trabalho de exegese conceitual do leitor, bem como evidenciar nosso procedimento de unificação, na tradução dos conceitos. É importante acrescentar que temos por método evitar todo tipo de paráfrase. Buscamos também preservar, na tradução, sempre que possível, a estrutura sintática do texto grego original.
Pouco sabemos sobre sua vida, mas somos informados, por duas notas em manuscritos, que o livro VII da Vida dos Filósofos Ilustres, de Diógenes Laércio, continha originalmente relato biográfico sobre certo “Arius”, provavelmente Ário Dídimo (DIELS, 1879, V. 1, P. 81)[7].
Pelos historiadores antigos, sabemos que Ário foi amigo e conselheiro de Augusto, a partir de 30 a.C. Augusto a tal ponto o admirava, que poupou Alexandria da destruição, após sua vitória na batalha de Actium, por ser a cidade natal do filósofo. (DÍON CÁSSIO, LI, 16, 3-4; PLUTARCO, Antônio, 80; JULIANO, Carta 51, 433d; SÊNECA, Consolação a Márcia, 4-5). Suetônio (Augusto, 89.1) nos informa os nomes de dois filhos de Ário: Nicanor e Dioniso.
Aparentemente, Ário publicou uma só obra filosófica em vida, cujo título não nos chegou. Tal obra, que é chamada por Estobeu (Éclogas, 2.1.17), ora de Sobre as Escolas, ora de Epítome (Éclogas, 4.39), teria seção intitulada Sobre as doutrinas de Platão (DIELS, Fragmento 1 (= Eusébio, P.E., XI, 15.9). Fragmentos de Ário tratando de Xenófanes em Estobeu (Éclogas, 2.1.17), bem como de seção concernente a Pitágoras (CLEMENTE DE ALEXANDRIA, Stromata, 1.16.80.4) [8] e ainda referências de Ário a filósofos anteriores a Platão em Clemente de Alexandria (Stromata, 1.14.61; 1.16.80 – Cf. HAHM, 1990, p. 12, nota 5), indicam a amplitude de tal obra.
Entretanto, é possível que tal trabalho se confunda com o relato doxográfico a ele atribuído, do qual nos chegaram fragmentos da física e da ética, bem como traços de uma seção sobre lógica (HAHM, 1990, p. 15)[9]. Tal obra provavelmente se compunha de capítulos sobre as escolas, divididos em seções sobre física, ética e lógica.
A exposição acerca da ética estoica, constante no segundo livro do Florilégio de Estobeu, é a mais minuciosa que nos chegou, intimamente relacionada àquelas de Cícero (De finibus, 3.16.76) e Diógenes Laércio (Vidas dos Filósofos Ilustres, 7.84-131), pelo que se sustenta que todas derivam de uma única fonte (VON ARNIM, Stoicorum Veterum Fragmenta, doravante SVF, 1903-05, v. 1, p. xxx-xliii). Giusta (1964-7) empreendeu uma pesquisa, mostrando a unidade dos três relatos, que Long (1983, p. 107), embora elogiando o trabalho acadêmico, critica por obscurecer o que os distingue.
Quanto à autoria da obra hoje atribuída a Ário e presente em Estobeu, é apoiada pela evidência observada por Meineke (1859, p. 364; Cf. DIELS, 1879, p. 69), que percebeu uma repetição de parágrafos em Estobeu II e IV, tratando das fontes da eudaimonía, que, em um único códice do texto de Estobeu IV, recebe, como subtítulo, “Do epítome de Ário”. Tal evidência é aceita por H. Diels (1879, p. 69) e Hahm (1990). Posteriormente posta em dúvida por Görinnsson (1995), foi reafirmada por Inwood (1995a), sendo hoje aceita.
Em [2.7.5.1], temos a clássica distinção estoica entre coisas boas, más e indiferentes (CÍCERO, De finibus 3.33). O parágrafo se inicia com a afirmação, atribuída a Zenão de Cítio[10], que “[...] das coisas, umas quantas participam da substância” (ousía). Quanto a isso, Pomeroy (1999, p. 105, n. 3) observa que a afirmação se relaciona ao fato de que, no estoicismo, excelências e vícios existem fisicamente (como impulsos), pelo que participam da substância (corpórea) e afetam causalmente, produzindo atos bons (SÊNECA, Cartas a Lucílio, 117.2).
Em [2.7.5b.1], Ário estabelece uma ulterior distinção entre as coisas boas: as que são excelências e as que participam das excelências (não é expresso no texto, mas podemos assegurar que atos bons e bons sentimentos, por serem causados pela excelência, estão entre as coisas que participam dela).
Em [2.7.5b.5], Ário distingue entre excelências que são conhecimentos e técnicas e aquelas que não o são.
Em [2.7.5b.10], Ário faz distinções análogas à dos bens acerca dos males, que se dividem entre os que são vícios e os que participam dos vícios (não é expresso no texto, mas podemos afirmar que maus atos e maus sentimentos, por serem causados pelo vício, estão entre as coisas que participam dele). E discerne também, entre os vícios, os que são ausência de conhecimento e de técnica e os que não o são.
Em [2.7.5b1.1], temos as definições das principais excelências.
Em [2.7.5b.1.10], as definições dos principais vícios.
Em [2.7.5b1.15], é-nos oferecida uma definição geral de excelência (cf. comentário mais abaixo a [2.7.5b3.1-5]).
Em [2.7.5.b2.1], Ário trata das excelências primárias e daquelas que lhes são derivadas. As primárias apresentadas por Ário correspondem às “virtudes cardeais” (cf. abaixo, nota 56).
Em [2.7.5b2.10], o alexandrino enumera as excelências derivadas daquelas, definindo-as.
Em [2.7.5b3.1-5], Ário volta à definição da excelência.
Em [2.7.5b1.15], já frisara que “[...] a <excelência> é a disposição da alma harmonizada consigo mesma no que concerne à totalidade da vida”. Agora, assevera que o fim da excelência é viver segundo a natureza e que, “[...] segundo o harmonioso, cada uma dessas excelências por si mesma confere ao homem a vida seguindo a natureza”.
Entre [2.7.5b4.1] e [2.7.5b4.15], Ário menciona excelências não técnicas, as quais são capacidades que se desenvolvem pelo exercício.
Em [2.7.5b5.1], temos a afirmação da unidade das excelências, acompanhada, em [2.7.5b5.5], da asserção sobre o que as distingue quanto às funções.
Na sequência, em [2.7.5b7.1], o alexandrino aborda a excelência em relação à alma humana, sendo, como a alma, corpórea e viva.
Em [2.7.5b8.1], temos a tese estoica ortodoxa segundo a qual não há gradação entre o sábio e o tolo, pois ou alguém é sábio ou é tolo.
Em [2.7.5b9.1], é apresentada a clássica discussão da relação entre o amor e o sábio, sob o ponto de vista do estoicismo.
Em [2.7.5b10.1], temos a tese de acordo com a qual o sábio tudo bem realiza.
Em [2.7.5b10.10], a tese contrária, segundo a qual o medíocre tudo faz mal.
A apresentação de Ário é minuciosa. No seu desenvolvimento das taxonomias, o alexandrino utiliza a metodologia estoica, sobretudo o procedimento diairético (diaíresis) (DIÓGENES LAÉRCIO, VII, 7.98), pelo qual um gênero é subdividido em suas espécies (como a divisão das excelências e dos vícios) e o método antidiairético (antidiaíresis) (DIÓGENES LAÉRCIO, VII, 7.98), pelo qual um gênero é subdividido em contrários (como a célebre distinção entre coisas boas, más e indiferentes).
traDução
A seguir, far-se-á um memorando sobre a ética, considerando-se as principais e mais necessárias opiniões. Que se comece, então.
[2.7.5a.1] Do que existe, diz Zenão, umas quantas coisas participam da substância13; das coisas existentes, algumas são <boas14>, outras <más[12]>, outras <indiferentes[13]. Boas> são tais: prudência[14], temperança[15], justiça[16], coragem[17] e tudo que é excelência ou participa da excelência.
[2.7.5a.5] Más são tais: imprudência[18], intemperança[19], injustiça[20], covardia[21] e tudo o que é vício ou participa do vício; indiferentes são tais: vida e morte, prestígio e desprestígio, prazer e dor, riqueza e pobreza, saúde e doença, e coisas semelhantes a essas.
[2.7.5b.1] Das coisas <boas>, algumas são <excelências>, outras <não.> Portanto, por um lado, a prudência, a temperança, <a justiça,> a coragem, <a grandeza de alma[22], a força[23] e o poder[24] da alma> são <excelências;> por outro lado, o júbilo[25], a alegria29, a confiança[26], o desejo[27] e coisas semelhantes <não> são excelências.
[2.7.5b.5] Das <excelências>, algumas são <conhecimentos[28]> e <técnicas[29]> de certas coisas, outras não. Assim, por um lado, prudência,
13 Ousía.
14 Agathá.
temperança, justiça e coragem são <conhecimentos> e <técnicas> de certas coisas; por outro lado, grandeza de alma, força e poder da alma nem são tipos de <conhecimento>, nem de <técnicas.>
[2.7.5b.10] De modo análogo, das coisas <más>, algumas são <vícios,> outras <não.> Com efeito, por um lado, a imprudência, a injustiça, a covardia, a pequenez de alma[30] e a impotência[31] são <vícios>; por outro lado, a dor, o medo e [coisas] semelhantes <não> são vícios. Dos vícios, alguns são tipos de <ausência de conhecimento[32]> e de <ausência de técnica[33]>, outros <não.>
[2.7.5b.15] Assim, por um lado, imprudência, intemperança, injustiça e covardia são tipos de <ausência de conhecimento> e de <ausência de técnica>; por outro lado, pequenez de alma, impotência <e fraqueza[34]> <nem são> tipos <de ausência de conhecimento>, nem <de ausência de técnica>.
[2.7.5b1.1] <Prudência> é conhecimento do que é preciso fazer, do que é preciso não fazer[35] e dos neutros, ou o conhecimento dos bens e dos males e dos neutros do animal por natureza <racional> e político. E, quanto ao restante das excelências, desse mesmo modo transmitem [o que é preciso] ouvir.
[2.7.5b1.5] <Temperança> é conhecimento do que é preciso escolher e evitar e dos neutros; <justiça>, conhecimento da distribuição do que é merecido a cada um; <coragem>, conhecimento das coisas que amedrontam, das que não amedrontam e das neutras; <imprudência é> <ignorância> dos bens, dos males e dos neutros, ou ignorância do que é preciso fazer, do que é preciso não fazer e dos neutros.
[2.7.5b1.10] <Intemperança é> ignorância do que é preciso escolher e evitar e dos neutros; <injustiça é> ignorância da não distribuição do que é merecido a cada um>; <covardia é> ignorância do que amedronta e do que não amedronta e dos neutros. Igualmente também as outras excelências e vícios se definem, mantendo o que foi dito.
[2.7.5b1.15] Comumente, dizem que a <excelência> é a disposição harmoniosa40 da alma consigo mesma, no que concerne à totalidade da vida.
[2.7.5.b2.1] Das <excelências>, algumas são <primárias>, outras às primárias <são subordinadas; as primárias> são quatro, prudência, temperança, coragem e justiça41. E a <prudência> concerne aos atos convenientes42.
[2.7.5b2.5] A <temperança> concerne aos impulsos[36] do homem; a <coragem> concerne à resistência; a <justiça> concerne à distribuição. Das excelências derivadas dessas, algumas derivam da prudência, algumas da temperança, outras da coragem e outras ainda da justiça.
[2.7.5b2.10] Portanto, da <prudência> são derivados bom juízo[37], circunspecção[38], sagacidade[39], bom-senso[40], <perspicácia[41]>, inventividade[42]; da <temperança>, disciplina[43], compostura[44], dignidade[45], autocontrole[46];
40 “Harmoniosa” traduz sýmphonos.
41 As “virtudes cardeais”. (PLATÃO, República, IV, 426-435; Protágoras, 330 b).
42 Tó kathḗkon: termo técnico estoico forjado por Zenão de Cítio, que significa “ação conveniente”, “ação conforme à natureza” (Cícero o traduz por officium; Sêneca, por convenientia). A esse conceito relaciona-se tó katothṓrma, que é ação perfeita, o kathḗkon realizado pelo sábio. (SVF III.491).
da <coragem>, perseverança[47], bravura[48], grandeza de alma[49], bom ânimo[50], industriosidade[51]; [2.7.5b2.15] da <justiça>, piedade[52], honestidade[53], companheirismo[54], tratamento justo[55]. De fato, <bom juízo> é, dizem, conhecimento do tipo de ações a executar e como <executá-las> proveitosamente; <circunspecção>, conhecimento balanceado e sumarizado do <que está em> devir e <do que está> completo.
[2.7.5b2.20] <Sagacidade>, conhecimento que descobre a ação imediatamente apropriada; <bom-senso>, conhecimento do pior e do melhor; <perspicácia, conhecimento> do vantajoso <para> cada escopo; <inventividade>, conhecimento que descobre uma passagem pelos problemas; <disciplina>, conhecimento de quando algo deve ser feito e o que, sobretudo, de modo geral, é a ordem das ações.
[2.7.5b2.25] <Compostura>, < conhecimento> dos movimentos adequados e dos inadequados; <modéstia>, conhecimento que cuida de evitar a reta censura; <autocontrole>, conhecimento da não transgressão ao que aparece de acordo com a reta razão; <perseverança>, conhecimento disposto a persistir no corretamente julgado.
[2.7.5b2.30] <Bravura>, conhecimento por meio do qual sabemos que nada terrível encontraremos; <grandeza de alma>, conhecimento sobre o que é por natureza produzido, seja bom ou mau.
[2.7.5b2.35] <Bom ânimo>, conhecimento da alma demonstrada ela própria inexpugnável; <industriosidade>, conhecimento capaz de cumprir o proposto, não evitando o labor; <piedade>, conhecimento dos serviços aos deuses; <honestidade>, conhecimento da boa ação; <companheirismo>, conhecimento da igualdade na comunhão.
[2.7.5b2.40] <Tratamento justo>, conhecimento de [como] relacionarse de modo irrepreensível com o próximo.
[2.7.5b3.1] O fim[56] de todas essas excelências é viver seguindo a natureza[57]; <cada> uma delas, através das suas peculiaridades, permite ao homem atingir <esse fim>. Pois, por natureza, <o homem> tem um ponto de partida para a descoberta da ação conveniente, para a estabilidade[58] dos impulsos, para a persistência e para a partilha.
[2.7.5b3.5] E, segundo o harmonioso, cada uma dessas excelências confere ao homem, por si mesma, a vida seguindo a natureza.
[2.7.5b4.1] Portanto, as citadas excelências são <perfeitas>, dizem, no que concerne à vida e organizadas através de teoremas[59]; mas há outras adicionadas a essas, não sendo ainda perícias, mas certas capacidades67 que resultam de exercício[60], como saúde da alma, sua sanidade e força, sua beleza.
[2.7.5b4.5] Pois, assim como a saúde do corpo é a moderação do calor, do frio, da secura e da umidade no corpo, do mesmo modo, a <saúde> da alma é a moderação das opiniões na alma.
[2.7.5b4.10] E igualmente, como a força do corpo é o tônus apropriado nos nervos, do mesmo modo, a <força> da alma é o tônus apropriado no julgamento e no agir ou não. Também como a beleza do corpo é a simetria dos lábios, <como são> ordenados em relação um com o outro e também em relação ao todo.
[2.7.5b4.15] Do mesmo modo, a <beleza> da alma é a simetria da razão e das suas partes em relação <ao> todo e também em relação umas com as outras.
[2.7.5b5.1] Mas todas as excelências, na medida em que são conhecimentos e técnicas, possuem teoremas e finalidade em comum, como foi dito, pelo que são <inseparáveis>; pois quem possui uma, possui todas, e quem pratica uma, pratica todas.
[2.7.5b5.5] Mas <diferem> uma da outra, <nas principais [funções]>. Pois, primeiramente, as principais [funções] da <prudência> são considerar e fazer o que é preciso ser feito, mas, num segundo argumento, considerar o que é preciso repartir, <o que é preciso escolher e o que é preciso tolerar>, [2.7.5b5.10] para, graças <a ela>, fazer infalivelmente o que é preciso ser feito. A <função> principal peculiar da <temperança>, primeiramente, é fornecer impulsos estáveis e considerá-los, mas, num segundo argumento, [considerar o que concerne] às outras excelências, de modo que infalivelmente se conduza em seus impulsos.
[2.7.5b5.15] De igual modo, a coragem, primeiramente, é suportar tudo que for preciso, mas, num segundo argumento, <suportar o que concerne> às outras <excelências>; e a <justiça>, primeiramente, é examinar o mérito de cada um, mas, num segundo argumento, é <examinar> o restante. Pois <todas> as excelências veem o que <as concerne> e o que se subordina a todas as outras.
[2.7.5b5.20] Pois Panécio[61] dizia que o que ocorre com as excelências é o mesmo que se <houvesse> um alvo para muitos arqueiros, nele havendo marcas de diferentes cores. Então, cada arqueiro tentaria acertar o alvo.
[2.7.5b5.25] Um, talvez, lançando <a flecha> em direção à marca branca; outro, lançando <em direção à marca> negra; outro, < lançando a flecha em direção a> uma marca de outra cor. Pois, assim como eles acima de tudo fazem sua finalidade acertar o alvo, mas por cada um <dos arqueiros> são propostos modos bastante diferentes de atingir <o alvo>, [2.7.5b5.30], do mesmo modo, <todas> as excelências fazem de sua <finalidade> ser feliz[62], que é baseada em viver de acordo com a natureza, mas isso <cada uma atinge de modos bastante diferentes>.
[2.7.5b6.1] De dois modos, diz Diógenes [63], <as coisas são ditas escolhidas[64] por si mesmas>: tanto <as> que são escolhidas <de modo absoluto>, como as ordenadas na supracitada divisão, quanto as que têm nelas <próprias> uma causa (que existe em toda coisa boa) para serem escolhidas. [2.7.5b7.1] Mas as excelências são muitas, dizem, e inseparáveis umas das outras. E elas mesmas <são inseparáveis> da parte diretriz da alma[65], de acordo com a substância, pelo que toda excelência é um <corpo>, e também <assim> é dita, pois a mente[66] e a alma[67] são corpo<s> [68].
[2.7.5b7.5] Pois o alento[69] que nos é conato[70], sendo quente, comanda a alma. Mas desejam que a alma em nós seja viva, pois vive e percebe; e principalmente a parte diretriz dela, que é chamada de mente.
[2.7.5b7.10] Por isso, toda excelência é viva, uma vez que é o mesmo que a mente quanto à essência. Pois, de acordo com isso, dizem que a prudência é prudente, pois falar desse modo é consequência dessas coisas.
[2.7.5b8.1] Mas <entre> a excelência e o vício <nada> há. Pois todos os homens têm por natureza uma inclinação para a excelência, e a têm, como no raciocínio semi-iâmbico[71] de Cleanto[72], porque, por um lado, <se> são incompletos, são inúteis, [2.7.5b8.5] mas, por outro lado, se são completos, <são> virtuosos[73]. E dizem que o sábio faz tudo <de acordo com> <todas as excelências,> pois cada ação sua é completa, porque não lhe falta nenhuma excelência.
[2.7.5b9.1] Como consequência dessas coisas, opinam que <o sábio> age sensivelmente, <dialeticamente>, <como conviva>, <amorosamente.> Mas <amorosamente> é dito duplamente: por um lado, quanto à excelência, sendo de qualidade virtuosa segundo a excelência; [2.7.5b9.5] por outro lado, segundo o vício, na censura, como alguém que estivesse enlouquecido por amor. É o amor <a amizade pelo que é virtuoso>. Fala-se igualmente de quem é mais digno de amor e de quem é mais digno de amizade, pois quem é mais digno do amor virtuoso é o que é mais digno do amor.
[2.7.5b9.10] Do mesmo modo que com <a [excelência] amorosa>, entre as excelências admitem a <convival>, acerca do que é conveniente em um banquete, o conhecimento de como é preciso conduzir um banquete e como é preciso beber acompanhado; a seguir, é o conhecimento da caça por jovens naturalmente capazes, exortando-os para o que está de acordo com a excelência e, em geral, para o conhecimento de amar belamente (SVF III.719).
[2.7.5b9.15] E por isso dizem que quem tem inteligência[74] amará. <Mas amar> por si só é somente indiferente, uma vez que amiúde ocorre entre <homens> inúteis. Mas o amor nem é um apetite[75], nem uma coisa inútil, mas uma inclinação[76] para fazer amigos a partir da impressão da beleza.
[2.7.5b10.1] Dizem que <tudo> o que o <sábio> faz, faz <bem>. Evidente. Pois, [do mesmo] modo que dizemos que faz tudo bem o tocador de flauta ou o tocador de cítara, entendendo com isso o que, por um lado, concerne à arte do flautista e, por outro lado, à arte do citarista [2.7.5b10.5], do mesmo modo, o prudente todas as coisas faz bem – e as quantas coisas que faz (não, por Zeus, também as que não faz). Pois perfaz todas as coisas segundo a reta razão e de modo segundo a excelência, sendo a arte de viver acerca do todo, do que creem <ser> consequência a opinião <segundo a qual> o sábio age bem acerca de tudo.
[2.7.5b10.10] Analogamente, o medíocre faz mal e de acordo com todos os vícios tudo o que faz.
[2.7.5.1] <Ζήνωνος καὶ τῶν λοιπῶν Στωικῶν δόγματα περὶ τοῦ ἠθικοῦ μέρους τῆς φιλοσοφίας.>
Περὶ δὲ τῶν ἠθικῶν ἑξῆς ποιήσομαι τὸν ὑπομνηματισμὸν τὰ κεφάλαια τῶν ἀναγκαίων δογμάτων ἀναλαβών. Ἄρξομαι δ› ἐντεῦθεν· [2.7.5a.1] Ταῦτ› <εἶναί> φησιν ὁ Ζήνων, ὅσα οὐσίας μετέχει· τῶν δ› ὄντων τὰ μὲν <ἀγαθά,> τὰ δὲ <κακά,> τὰ δὲ <ἀδιάφορα. Ἀγαθὰ> μὲν τὰ τοιαῦτα· φρόνησιν, σωφροσύνην, δικαιοσύνην, ἀνδρείαν καὶ πᾶν ὅ ἐστιν ἀρετὴ ἢ μετέχον ἀρετῆς· [2.7.5a.5] κακὰ δὲ τὰ τοιαῦτα· ἀφροσύνην, ἀκολασίαν, ἀδικίαν, δειλίαν καὶ πᾶν ὅ ἐστι κακία ἢ μετέχον κακίας· <ἀδιάφορα> δὲ τὰ τοιαῦτα· ζωὴν θάνατον, δόξαν ἀδοξίαν, ἡδονὴν πόνον, πλοῦτον πενίαν, ὑγίειαν νόσον, καὶ τὰ τούτοις ὅμοια.
[2.7.5b.1] Τῶν δὲ <ἀγαθῶν> τὰ μὲν εἶναι <ἀρετάς,> τὰ δ›<οὔ.> Φρόνησιν μὲν οὖν καὶ σωφροσύνην <καὶ δικαιοσύνην> καὶ ἀνδρείαν <καὶ μεγαλοψυχίαν καὶ ῥώμην καὶ ἰσχὺν ψυχῆς> <ἀρετάς·> χαρὰν δὲ καὶ εὐφροσύνην καὶ θάρρος καὶ βούλησιν καὶ τὰ παραπλήσια <οὐκ> εἶναι ἀρετάς.
[2.7.5b.5] Τῶν δὲ <ἀρετῶν> τὰς μὲν <ἐπιστήμας> τινῶν καὶ <τέχνας,> τὰς δ› οὔ. Φρόνησιν μὲν οὖν καὶ σωφροσύνην καὶ δικαιοσύνην καὶ ἀνδρείαν <ἐπιστήμας> εἶναι τινῶν καὶ <τέχνας·> μεγαλοψυχίαν δὲ καὶ ῥώμην καὶ ἰσχὺν ψυχῆς <οὔτ› ἐπιστήμας> τινῶν εἶναι <οὔτε τέχνας.>
[2.7.5b.10] Ἀνάλογον δὲ καὶ τῶν <κακῶν> τὰ μὲν εἶναι <κακίας,> τὰ δ› <οὔ.> Ἀφροσύνην μὲν οὖν καὶ ἀδικίαν καὶ δειλίαν καὶ μικροψυχίαν καὶ ἀδυναμίαν <κακίας> εἶναι· λύπην δὲ καὶ φόβον καὶ τὰ παραπλήσια <οὐκ> εἶναι κακίας. Τῶν δὲ κακιῶν τὰς μὲν εἶναι <ἀγνοίας> τινῶν καὶ <ἀτεχνίας,> τὰς δ› <οὔ.>
[2.7.5b.15] Ἀφροσύνην μὲν οὖν καὶ ἀκολασίαν καὶ ἀδικίαν καὶ δειλίαν <ἀγνοίας> εἶναι τινῶν καὶ <ἀτεχνίας·> μικροψυχίαν δὲ καὶ ἀδυναμίαν <καὶ ἀσθένειαν> <οὔτε ἀγνοίας> τινῶν <οὔτε ἀτεχνίας.>
[2.7.5b1.1] <Φρόνησιν> δ’ εἶναι ἐπιστήμην ὧν ποιητέον καὶ οὐ ποιητέον καὶ οὐδετέρων, ἢ ἐπιστήμην ἀγαθῶν καὶ κακῶν καὶ οὐδετέρων φύσει πολιτικοῦ <λογικοῦ> ζῴου (καὶ ἐπὶ τῶν λοιπῶν δὲ ἀρετῶν οὕτως ἀκούειν παραγγέλλουσι)·
[2.7.5b1.5] <σωφροσύνην> δ’ εἶναι ἐπιστήμην αἱρετῶν καὶ φευκτῶν καὶ οὐδετέρων· <δικαιοσύνην> δὲ ἐπιστήμην ἀπονεμητικὴν τῆς ἀξίας ἑκάστῳ· <ἀνδρείαν> δὲ ἐπιστήμην δεινῶν καὶ οὐ δεινῶν καὶ οὐδετέρων· <ἀφροσύνην> δὲ <ἄγνοιαν> ἀγαθῶν καὶ κακῶν καὶ οὐδετέρων, ἢ ἄγνοιαν ὧν ποιητέον καὶ οὐ ποιητέον καὶ οὐδετέρων·
[2.7.5b1.10] <ἀκολασίαν> δὲ ἄγνοιαν αἱρετῶν καὶ φευκτῶν καὶ οὐδετέρων· <<ἀδικίαν> δὲ ἄγνοιαν μὴ ἀπονεμητικὴν τῆς ἀξίας ἑκάστῳ>· <δειλίαν> δὲ ἄγνοιαν δεινῶν καὶ οὐ δεινῶν καὶ οὐδετέρων. Παραπλησίως δὲ καὶ τὰς ἄλλας ἀρετὰς καὶ κακίας ὁρίζονται, τῶν εἰρημένων ἐχόμενοι.
[2.7.5b1.15] Κοινότερον δὲ τὴν <ἀρετὴν> διάθεσιν εἶναί φασι ψυχῆς σύμφωνον αὑτῇ περὶ ὅλον τὸν βίον.
[2.7.5b2.1] Τῶν δ› <ἀρετῶν> τὰς μὲν εἶναι <πρώτας,> τὰς δὲ ταῖς πρώταις <ὑποτεταγμένας· πρώτας> δὲ τέτταρας εἶναι, φρόνησιν, σωφροσύνην, ἀνδρείαν, δικαιοσύνην. Καὶ τὴν μὲν <φρόνησιν> περὶ τὰ καθήκοντα γίνεσθαι· [2.7.5b2.5] τὴν δὲ <σωφροσύνην> περὶ τὰς ὁρμὰς τοῦ ἀνθρώπου· τὴν δὲ <ἀνδρείαν> περὶ τὰς ὑπομονάς· τὴν δὲ <δικαιοσύνην> περὶ τὰς ἀπονεμήσεις. Τῶν δὲ ὑποτεταγμένων ταῖς ἀρεταῖς ταύταις τὰς μὲν τῇ φρονήσει ὑποτετάχθαι, τὰς δὲ τῇ σωφροσύνῃ, τὰς δὲ τῇ ἀνδρείᾳ, τὰς δὲ τῇ δικαιοσύνῃ.
[2.7.5b2.10] Τῇ μὲν οὖν <φρονήσει> ὑποτάττεσθαι εὐβουλίαν, εὐλογιστίαν, ἀγχίνοιαν, νουνέχειαν, <εὐστοχίαν,> εὐμηχανίαν· τῇ δὲ <σωφροσύνῃ> εὐταξίαν, κοσμιότητα, αἰδημοσύνην, ἐγκράτειαν· τῇ δὲ <ἀνδρείᾳ> καρτερίαν, θαρραλεότητα, μεγαλοψυχίαν, εὐψυχίαν, φιλοπονίαν· [2.7.5b2.15] τῇ δὲ<δικαιοσύνῃ> εὐσέβειαν, χρηστότητα, εὐκοινωνησίαν, εὐσυναλλαξίαν.
<Εὐβουλίαν> μὲν οὖν εἶναι λέγουσιν ἐπιστήμην τοῦ ποῖα καὶ πῶς πράττοντες πράξομεν συμφερόντως· <εὐλογιστίαν> δὲ ἐπιστήμην ἀνταναιρετικὴν καὶ συγκεφαλαιωτικὴν τῶν γινομένων καὶ ἀποτελουμένων·
[2.7.5b2.20] <ἀγχίνοιαν> δὲ ἐπιστήμην εὑρετικὴν τοῦ καθήκοντος ἐκ τοῦ παραχρῆμα· <νουνέχειαν> δὲ ἐπιστήμην <τῶν χειρόνων καὶ βελτιόνων· <εὐστοχίαν> δὲ ἐπιστήμην> ἐπιτευκτικὴν τοῦ ἐν ἑκάστῳ σκοποῦ· <εὐμηχανίαν> δὲ ἐπιστήμην εὑρετικὴν διεξόδου πραγμάτων· <εὐταξίαν> δὲ ἐπιστήμην τοῦ πότε πρακτέον, καὶ τί μετὰ τί, καὶ καθόλου τῆς τάξεως τῶν πράξεων·
[2.7.5b2.25] <κοσμιότητα> δὲ <ἐπιστήμην> πρεπουσῶν καὶ ἀπρεπῶν κινήσεων· <αἰδημοσύνην> δὲ ἐπιστήμην εὐλαβητικὴν ὀρθοῦ ψόγου· <ἐγκράτειαν> δὲ ἐπιστήμην ἀνυπέρβατον τῶν κατὰ τὸν ὀρθὸν λόγον φανέντων· <καρτερίαν> δὲ ἐπιστήμην ἐμμενητικὴν τοῖς ὀρθῶς κριθεῖσι·
[2.7.5b2.30] <θαρραλεότητα> δὲ ἐπιστήμην καθ’ ἣν οἴδαμεν ὅτι οὐδενὶ δεινῷ μὴ περιπέσωμεν· <μεγαλοψυχίαν> δὲ ἐπιστήμην ὑπεράνω ποιοῦσαν τῶν πεφυκότων ἐν σπουδαίοις τε γίνεσθαι καὶ φαύλοις·
[2.7.5b2.35] <εὐψυχίαν> δὲ ἐπιστήμην ψυχῆς παρεχομένης ἑαυτὴν ἀήττητον· <φιλοπονίαν> δὲ ἐπιστήμην ἐξεργαστικὴν τοῦ προκειμένου, οὐ κωλυομένην διὰ πόνον· <εὐσέβειαν> δὲ ἐπιστήμην θεῶν θεραπείας· <χρηστότητα> δὲ ἐπιστήμην εὐποιητικήν· <εὐκοινωνησίαν> δὲ ἐπιστήμην ἰσότητος ἐν κοινωνίᾳ·
[2.7.5b2.40] <εὐσυναλλαξίαν> δὲ ἐπιστήμην τοῦ συναλλάττειν ἀμέμπτως τοῖς πλησίον.
[2.7.5b3.1] Πασῶν δὲ τούτων τῶν ἀρετῶν τὸ <τέλος> εἶναι τὸ ἀκολούθως τῇ φύσει ζῆν· <ἑκάστην> δὲ τούτου διὰ τῶν ἰδίων παρέχεσθαι τυγχάνοντα τὸν ἄνθρωπον. Ἔχειν γὰρ ἀφορμὰς παρὰ τῆς φύσεως καὶ πρὸς τὴν τοῦ καθήκοντος εὕρεσιν καὶ πρὸς τὴν τῶν ὁρμῶν εὐστάθειαν καὶ πρὸς τὰς ὑπομονὰς καὶ πρὸς τὰς ἀπονεμήσεις.
[2.7.5b3.5] Καὶ <κατὰ> τὸ σύμφωνον καὶ τὸ ἑαυτῆς ἑκάστη τῶν ἀρετῶν πράττουσα παρέχεται τὸν ἄνθρωπον ἀκολούθως τῇ φύσει ζῶντα.
[2.7.5b4.1] Ταύτας μὲν οὖν τὰς ῥηθείσας ἀρετὰς <τελείας> εἶναι λέγουσι περὶ τὸν βίον καὶ συνεστηκέναι ἐκ θεωρημάτων· ἄλλας δὲ <ἐπιγίνεσθαι> ταύταις, οὐκ ἔτι τέχνας οὔσας, ἀλλὰ δυνάμεις τινάς, ἐκ τῆς ἀσκήσεως περιγιγνομένας, οἷον τὴν ὑγίειαν τῆς ψυχῆς καὶ τὴν ἀρτιότητα καὶ τὴν ἰσχὺν αὐτῆς καὶ τὸ κάλλος.
[2.7.5b4.5] Ὥσπερ γὰρ τὴν τοῦ σώματος ὑγίειαν εὐκρασίαν εἶναι τῶν ἐν τῷ σώματι θερμῶν καὶ ψυχρῶν καὶ ξηρῶν καὶ ὑγρῶν, οὕτω καὶ τὴν τῆς ψυχῆς <ὑγίειαν> εὐκρασίαν εἶναι τῶν ἐν τῇ ψυχῇ δογμάτων.
[2.7.5b4.10] Καὶ ὁμοίως ὥσπερ ἰσχὺς τοῦ σώματος τόνος ἐστὶν ἱκανὸς ἐν νεύροις, οὕτω καὶ ἡ τῆς ψυχῆς <ἰσχὺς> τόνος ἐστὶν ἱκανὸς ἐν τῷ κρίνειν καὶ πράττειν ἢ μή. Ὥσπερ τε τὸ κάλλος τοῦ σώματός ἐστι συμμετρία τῶν μελῶν καθεστώτων αὐτῷ πρὸς ἄλληλά τε καὶ πρὸς τὸ ὅλον, [2.7.5b4.15] οὕτω καὶ τὸ τῆς ψυχῆς <κάλλος> ἐστὶ συμμετρία τοῦ λόγου καὶ τῶν μερῶν αὐτοῦ πρὸς <τὸ> ὅλον τε αὐτῆς καὶ πρὸς ἄλληλα.
[2.7.5b5.1] Πάσας δὲ τὰς ἀρετάς, ὅσαι ἐπιστῆμαί εἰσι καὶ τέχναι, κοινά τε θεωρήματα ἔχειν καὶ τέλος, ὡς εἴρηται τὸ αὐτό, διὸ καὶ <ἀχωρίστους> εἶναι· τὸν γὰρ μίαν ἔχοντα πάσας ἔχειν, καὶ τὸν κατὰ μίαν πράττοντα κατὰ πάσας πράττειν.
[2.7.5b5.5] <Διαφέρειν> δ’ ἀλλήλων <τοῖς κεφαλαίοις. Φρονήσεως> μὲν γὰρ εἶναι κεφάλαια τὸ μὲν θεωρεῖν καὶ πράττειν, ὃ ποιητέον, προηγουμένως, κατὰ δὲ τὸν δεύτερον λόγον τὸ θεωρεῖν καὶ ἃ δεῖ ἀπονέμειν <καὶ ἃ δεῖ αἱρεῖσθαι καὶ ἃ δεῖ ὑπομένειν>, [2.7.5b5.10] χάριν τοῦ ἀδιαπτώτως πράττειν ὃ ποιητέον. τῆς δὲ <σωφροσύνης> ἴδιον κεφάλαιόν ἐστι τὸ παρέχεσθαι τὰς ὁρμὰς εὐσταθεῖς καὶ θεωρεῖν αὐτὰς προηγουμένως, κατὰ δὲ τὸν δεύτερον λόγον τὰ ὑπὸ τὰς ἄλλας ἀρετάς, ἕνεκα τοῦ ἀδιαπτώτως ἐν ταῖς ὁρμαῖς ἀναστρέφεσθαι· [2.7.5b5.15] καὶ ὁμοίως τὴν <ἀνδρείαν> προηγουμένως μὲν πᾶν ὃ δεῖ ὑπομένειν, κατὰ δὲ τὸν δεύτερον λόγον τὰ ὑπὸ τὰς ἄλλας· καὶ τὴν <δικαιοσύνην> προηγουμένως μὲν τὸ κατ› ἀξίαν ἑκάστῳ σκοπεῖν, κατὰ δὲ τὸν δεύτερον λόγον καὶ τὰ λοιπά. <Πάσας> γὰρ τὰς ἀρετὰς <τὰ πασῶν> βλέπειν καὶ τὰ ὑποτεταγμένα ἀλλήλαις.
[2.7.5b5.20] Ὅμοιον γὰρ ἔλεγεν εἶναι ὁ Παναίτιος τὸ συμβαῖνον ἐπὶ τῶν ἀρετῶν, ὡς εἰ πολλοῖς τοξόταις εἷς σκοπὸς εἴη κείμενος, ἔχοι δ› οὗτος ἐν αὑτῷ γραμμὰς διαφόρους τοῖς χρώμασιν· εἶθ› ἕκαστος μὲν στοχάζοιτο τοῦ τυχεῖν τοῦ σκοποῦ, [2.7.5b5.25] ἤδη δ› ὁ μὲν διὰ τοῦ πατάξαι εἰς τὴν λευκὴν εἰ τύχοι γραμμήν, ὁ δὲ διὰ τοῦ εἰς τὴν μέλαιναν, ἄλλος <δὲ> διὰ τοῦ εἰς ἄλλο τι χρῶμα γραμμῆς. Καθάπερ γὰρ τούτους ὡς μὲν ἀνωτάτω τέλος ποιεῖσθαι τὸ τυχεῖν τοῦ σκοποῦ, ἤδη δ› ἄλλον κατ› ἄλλον τρόπον προτίθεσθαι τὴν τεῦξιν, [2.7.5b5.30] τὸν αὐτὸν τρόπον καὶ τὰς ἀρετὰς <πάσας> ποιεῖσθαι μὲν <τέλος> τὸ εὐδαιμονεῖν, ὅ ἐστι κείμενον ἐν τῷ ζῆν ὁμολογουμένως τῇ φύσει, τούτου δ› <ἄλλην κατ› ἄλλον> τυγχάνειν.
[2.7.5b6.1] Διττῶς δέ φησιν ὁ Διογένης λέγεσθαι τὰ <δι› αὑτὰ αἱρετά,> <τὰ> <καὶ τελικῶς> αἱρετά, ὡς ἔχει τὰ ἐν τῇ προειρημένῃ διαιρέσει κατατεταγμένα, τὰ δὲ ὅσα ἐν <αὑτοῖς> ἔχει τὴν αἰτίαν τοῦ αἱρετὰ εἶναι, [2.7.5b6.5] ὅπερ παντὶ ἀγαθῷ ὑπάρχει.
[2.7.5b7.1] Ἀρετὰς δ› εἶναι πλείους φασὶ καὶ ἀχωρίστους ἀπ› ἀλλήλων, καὶ τὰς αὐτὰς τῷ ἡγεμονικῷ μέρει τῆς ψυχῆς καθ› ὑπόστασιν, καθ› ὃ δὴ καὶ <σῶμα> πᾶσαν ἀρετὴν εἶναί τε καὶ λέγεσθαι, τὴν γὰρ διάνοιαν καὶ τὴν ψυχὴν σῶμα εἶναι·
[2.7.5b7.5] τὸ γὰρ συμφυὲς πνεῦμα ἡμῖν ἔνθερμον ὂν ψυχὴν ἡγοῦνται. Βούλονται δὲ καὶ τὴν ἐν ἡμῖν ψυχὴν ζῷον εἶναι, ζῆν τε γὰρ καὶ αἰσθάνεσθαι· καὶ μάλιστα τὸ ἡγεμονικὸν μέρος αὐτῆς, ὃ δὴ καλεῖται διάνοια. Διὸ καὶ πᾶσαν ἀρετὴν ζῷον εἶναι, [2.7.5b7.10] ἐπειδὴ ἡ αὐτὴ διανοίᾳ ἐστὶ κατὰ τὴν οὐσίαν. Κατὰ τοῦτο γάρ φασι καὶ τὴν φρόνησιν φρονεῖν, ἀκολουθεῖ γὰρ αὐτοῖς τὸ οὕτως λέγειν.
[2.7.5b8.1] Ἀρετῆς δὲ καὶ κακίας <οὐδὲν> εἶναι <μεταξύ.> Πάντας γὰρ ἀνθρώπους ἀφορμὰς ἔχειν ἐκ φύσεως πρὸς ἀρετήν, καὶ οἱονεὶ τὸν τῶν ἡμιαμβείων λόγον ἔχειν κατὰ τὸν Κλεάνθην· ὅθεν ἀτελεῖς μὲν ὄντας εἶναι φαύλους, [2.7.5b8.5] τελειωθέντας δὲ σπουδαίους. Φασὶ δὲ καὶ πάντα ποιεῖν τὸν σοφὸν <κατὰ> <πάσας τὰς ἀρετάς.> Πᾶσαν γὰρ πρᾶξιν τελείαν αὐτοῦ εἶναι, διὸ καὶ μηδεμιᾶς ἀπολελεῖφθαι ἀρετῆς.
[2.7.5b9.1] Ἀκολούθως γὰρ τούτοις δογματίζουσι καὶ ὅτι καὶ νουνεχόντως καὶ <διαλεκτικῶς> ποιεῖ καὶ <συμποτικῶς> καὶ <ἐρωτικῶς.> Τὸν δὲ <ἐρωτικὸν> καὶ διχῇ λέγεσθαι, τὸν μὲν κατὰ τὴν ἀρετὴν ποιὸν σπουδαῖον ὄντα, [2.7.5b9.5] τὸν δὲ κατὰ τὴν κακίαν ἐν ψόγῳ, ὡς ἂν ἐρωτομανῆ τινα. εἶναι δ› <ἔρωτα> **· τόν τ› ἀξιέραστον ὁμοίως λέγεσθαι τῷ ἀξιοφιλήτῳ, καὶ οὐ τῷ ἀξιαπολαύστῳ· τὸν γὰρ ἄξιον σπουδαίου ἔρωτος, τοῦτον εἶναι ἀξιέραστον. Ὁμοίως δὲ <τῇ ἐρωτικῇ> τὴν <συμποτικὴν> παραλαμβάνουσιν εἰς τὰς ἀρετάς, [2.7.5b9.10] <τὴν μὲν> περὶ τὸ ἐν συμποσίῳ καθῆκον ἀναστρεφομένην ἐπιστήμην οὖσαν τοῦ πῶς δεῖ ἐξάγεσθαι τὰ συμπόσια καὶ τοῦ πῶς δεῖ συμπίνειν· <τὴν> δ’ ἐπιστήμην νέων θήρας εὐφυῶν, προτρεπτικὴν οὖσαν ἐπὶ τὴν κατ’ ἀρετήν, καὶ καθόλου ἐπιστήμην τοῦ καλῶς ἐρᾶν·
[2.7.5b9.15] διὸ καί φασιν ἐρασθήσεσθαι τὸν νοῦν ἔχοντα. <Τὸ δὲ ἐρᾶν> αὐτὸ μόνον ἀδιάφορον εἶναι, ἐπειδὴ γίνεταί ποτε καὶ περὶ φαύλους. Τὸν δὲ ἔρωτα οὔτε ἐπιθυμίαν εἶναι οὔτε τινὸς φαύλου πράγματος, ἀλλ› ἐπιβολὴν φιλοποιίας διὰ κάλλους ἔμφασιν.
[2.7.5b10.1] Λέγουσι δὲ καὶ <πάντ› εὖ> ποιεῖν τὸν <σοφόν,> ἃ ποιεῖ· δῆλον. Ὃν τρόπον γὰρ λέγομεν πάντ› εὖ ποιεῖν τὸν αὐλητὴν ἢ κιθαρῳδόν, συνυπακουομένου τοῦ ὅτι τὰ μὲν κατὰ τὴν αὔλησιν, τὰ δὲ κατὰ τὴν κιθαρῳδίαν, [2.7.5b10.5] τὸν αὐτὸν τρόπον πάντ› εὖ ποιεῖν τὸν φρόνιμον, καὶ ὅσα ποιεῖ ναὶ [οὔ] μὰ Δία, καὶ ἃ μὴ ποιεῖ. Τῷ γὰρ κατὰ λόγον ὀρθὸν ἐπιτελεῖν πάντα καὶ οἷον κατ› ἀρετήν, περὶ ὅλον οὖσαν τὸν βίον τέχνην, ἀκόλουθον ᾠήθησαν τὸ περὶ τοῦ πάντ› εὖ ποιεῖν τὸν σοφὸν δόγμα.
[2.7.5b10.10] Κατὰ τὸ ἀνάλογον δὲ καὶ τὸν φαῦλον πάντα ὅσα ποιεῖ κακῶς ποιεῖν καὶ κατὰ πάσας τὰς κακίας.
ABSTRACT: Translation of 2.7.5A- 2.7.5B of the Epitome of Stoic Ethics by the Stoic philosopher and Alexandrian doxographer Arius Didymus (fl. 30 BC). There are no translations of Arius Didymus’ complete works into modern languages. Thus for this translation we utilized Pomeroy’s fixation of the exposition of Stoic ethics found in Stobaeus’ Florilegium (1999). Parts 2.7.5A- 2.7.5B deal with the Stoic concept of excellence, explaining what excellence is, what virtues participate in it, and how. Arius Didymus also explains the Stoic concept of vice, what it is, and its taxonomy.
KEYWORDS: Hellenistic philosophy, Stoic ethics, Arius Didymus, translation.
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Recebido em 20/12/2015
Aceito em 07/03/2016
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LAGER et al, 1999). sitária
17525-900 – Marília – SP. f) notas
Devem ser reduzidas ao mínimo e colocadas
[1] Trabalho realizado sob auspícios da University of Kent – Canterbury/UK, como resultado parcial de pesquisa de Pós-Doutorado, PGCI 041/14- CAPES.
http://dx.doi.org/10.1590/S0101-317320160002000013
[2] Professor adjunto do DFL/UFS; Doutor em Filosofia pela PUC-RJ. Membro dos grupos de pesquisa ARCHAI e Viva Vox. Editor júnior da Prometeus Filosofia. E-mail: www.rodrigobrito@gmail.com 3 Professor associado do DFL/UFS; Doutor em Filosofia pela PUC-RJ. Membro dos grupos de pesquisa ARCHAI e Viva Vox. Editor responsável da Prometeus Filosofia. E-mail: aldodinucci@yahoo.com.br
[3] Filósofo eclético que viveu entre 130 e 68 a. C. Tentou conciliar o estoicismo, o platonismo e o aristotelismo.
[4] Floresceu por volta de 40 d.C. e defendeu um neoplatonismo eclético.
[5] Filósofo eclético que viveu entre 154/3-84/3 a.C. e foi um dos líderes da Academia.
[6] Nisso fomos auxiliados pelo excelente glossário da tradução de Pomeroy.
[7] Diels (1879, p. 69-88) nos oferece um relato biográfico de Ário. Outros estudos contemporâneos sobre a vida de Ário são: Fraser, 1972, v. 1, p. 489-491; Glucker, 1978, p. 94-97.
[8] Clemente refere-se a uma obra de Ário sobre pitagorismo, mas o mais provável é que seja outra seção da obra perdida.
[9] Ressaltamos que física, lógica e ética são consideradas as partes em que, desde os primórdios do estoicismo (Zenão de Cítio), a filosofia se dividiria.
[10] Zenão de Cítio, fenício fundador do estoicismo e primeiro escolarca do Pórtico Ateniense, viveu entre 334 a.C. e 262 a.C.
[11] “Opinião” aqui traduz o termo grego dógma. A noção tem uma conotação ampla, no estoicismo, designando desde o que chamamos hoje de mera opinião (um parecer não qualificado sobre algo) quanto princípios filosoficamente estabelecidos e defendidos concernentes à realidade das coisas, o que é aqui o caso. A tradução “dogma” não nos parece adequada, pois o termo atualmente tem forte conotação religiosa, indicando, na maioria das vezes, um princípio teológico obtido por “revelação” e não pela razão, enquanto, em sua acepção geral, o termo técnico estoico dógma indica o contrário: uma apreensão racional - katálēpsis logikḗ. Cf. SVF II.121 (= CLEMENTE, Stromata, VIII.5); SVF III.278 (= ESTOBEU, Éclogas II.62.15); SVF III.474).
[12] Kaká.
[13] Adiáphora.
[14] Phrónēsis
[15] Sōphorsýnē.
[16] Dikaiosýnē.
[17] Andreía.
[18] Aphrosýnē.
[19] Akolasía.
[20] Adikía.
[21] Deilía.
[22] Megalopsychía.
[23] Rhṓmē.
[24] Ischýs.
[25] Chará 29 Euphrosýnē.
[26] Thárros.
[27] Boúlēsis. Seguimos aqui Pomeroy (1999, p. 106, n. 9), na tradução do termo, o qual observa que, no estoicismo antigo, significa “desejo racional”.
[28] Epistḗmē.
[29] Téchnē.
[30] Mycropsychía.
[31] Adynamía.
[32] Agnoía.
[33] Atechnía.
[34] Asthéneia.
[35] Poiētéon kaí ou poiētéon. Poiētéon é adjetivo verbal de poiéō (“fazer”).
[36] Hormḗ, “impulso”, termo técnico que designa o movimento primeiro da alma que, visando a algo, leva à ação (SVF II.458; III.169; III.377). O termo pode tanto indicar o impulso que se origina espontaneamente da própria natureza antes do assentimento (como no caso do medo diante de algo que ameaça a existência) quanto o impulso que já recebeu o assentimento por parte da faculdade diretriz. Entretanto, deve-se frisar que, no estoicismo, o impulso propriamente dito (e que leva infalivelmente à ação) é aquele assentido pela mente, pois o outro, embora originado da natureza instintiva do homem, precisa desse assentimento para efetivamente causar uma ação (IOPOLLO, 1987, p. 460). Neste sentido último, é a razão que leva alguém a agir (SVF III.175) ou, como o define Inwood (1985b, p. 62), “[...] uma ordem dada a si mesmo que é obedecida”.
[37] Eubolía.
[38] Eulogistía.
[39] Anchínoia.
[40] Nounéchia.
[41] Eustochía.
[42] Eumēchanía.
[43] Eutaxia.
[44] Kosmiótēta.
[45] Aidēmosýnē. Termo derivado de aidṓs, de difícil tradução, que designa não somente a capacidade de envergonhar-se moralmente, mas também a reserva e a modéstia.
[46] Enkráteia.
[47] Kartería.
[48] Tharraleótēta.
[49] Megalopsychía.
[50] Eupsychía.
[51] Philoponía.
[52] Eusébeia.
[53] Chēstótēta.
[54] Eukoinōnēsía.
[55] Eusynallaxía.
[56] Télos.
[57] Tó akoloúthōs tḗi phýsei zḗn.
[58] “Estabilidade” traduz eustháteia, que pode significar também “tranquilidade”. Relativamente ao corpo, significa saúde física.
[59] Theṓrema. 67 Dýnamis.
[60] Áskēsis.
[61] Fragmento 109 (VAN STRAATEN). Panécio de Rhodes viveu entre c. 185 e c. 110/09 a.C. Foi discípulo de Diógenes da Babilônia e de Antípatro de Tarso. Introduziu em Roma o estoicismo, para lá viajando acompanhando seu amigo Cipião Emiliano. Em Roma, permaneceu até à morte deste último, quando voltou para Atenas, onde se tornou o sétimo e último escolarca do Pórtico Ateniense.
[62] Eudaimoneîn.
[63] Fragmento 48. Diógenes da Babilônia (ou da Seleucia) viveu entre c.230 a.C. e c.150/140 a.C. Em 155, foi enviado em embaixada a Roma, junto como peripatético Critolau e o cético Carnéades. Foi o quinto escolarca do Pórtico Ateniense.
[64] Hairetá.
[65] O hēgemonikón. De acordo com a doutrina ortodoxa estoica, a alma possui oito funções: a faculdade diretriz, os cinco sentidos, a voz e a função reprodutiva. Entretanto, todas estas sete últimas são extensões daquela, que está para a cabeça de um polvo assim como seus tentáculos estão para as demais funções.
[66] Diánoia. Ou “pensamento”.
[67] Psychḗ.
[68] Sṓma.
[69] Noûs.
[70] Symphyés.
[71] Pomeroy (1999, p. 109, n. 38) observa que há referência, nesse ponto, aos versos que devem ser declamados ininterruptamente numa peça teatral, os quais, se não o forem, ficam carecendo de sentido, tornando-se, portanto, “inúteis”. Cf. ARISTÓFANES, As Nuvens, 1449-1452.
[72] Cleanto de Assos, originário da Ásia Menor, viveu entre c. 330 a.C e c.230 a.C. Sucedeu Zenão, tornando-se o segundo escolarca do Pórtico.
[73] “Virtuoso” traduz aqui spoudaîos, que significa também “grave, sério, bom, virtuoso”.
[74] Noûs.
[75] Epithymía.
[76] Epibolḗ.