Palavras da editora
Estamos trazendo ao leitor de TRANS/FORM/AÇÃO, neste segundo fascículo regular de 2013, um conjunto de quatorze textos, constituído por duas resenhas e doze artigos. Ao todo são doze textos que cuidam de temas concernentes à Filosofia Medieval, passando pela Filosofia Moderna, com quatro artigos, até chegar na Filosofia Contemporânea. Da Filosofia Medieval o fascículo traz a tematização da doutrina da virtude moral em Duns Escoto; no concernente à Filosofia Moderna, um artigo tem como objeto de análise o Compêndio de Gramática da língua hebraica de Espinosa, outro, a Dedução do Gosto na Dialética da Faculdade de Juízo Estética, da terceira Crítica de Immanuel Kant, seguido de um texto que, desde a relação entre sujeitoobjeto, objetividade-subjetividade, tematiza a subjetividade na obra de Marx. A esses soma-se um último texto de Moderna, cujo intento é refletir acerca dos limites da Filosofía da História no pensamento de Hegel. No âmbito da Filosofia Contemporânea, dois artigos focam o utilitarismo: um primeiro consiste numa crítica ao utilitarismo, o qual, segundo o autor, esvazia os seres humanos de suas motivações para oferecer uma imagem opaca do agente moral; o segundo, após expor aspectos do utilitarismo e a visão geral do utilitarismo de preferências de Hare, apresenta uma crítica à teoria da preferência desse filósofo. A esses somam-se dois artigos relativos a pensadores vinculados ao Instituto de Pesquisa Social de Frankfurt (um sobre Adorno e outro que aborda Habermas desde o ponto de vista crítico de Honneth), aos quais se somam um artigo sobre pragmatismo, no qual os autores desenvolvem uma discussão sobre a máxima pragmática e a tese sobre a indeterminação do significado, segundo o pragmatismo. E também um artigo em Filosofia analítica, mais especificamente sobre a concepção de John Searle a respeito da redução da consciência, tematizada no interior do naturalismo biológico searleana. Ainda em Contemporânea, num artigo dedicado às Ciências Cognitivas, o autor apresenta a correlação entre o programa logicista fregeano de fundamentação da aritmética, o neologicismo de Crispin Wright e os chamados princípios de abstração. O fascículo, que aparenta constituir um leque muito amplo de produção, fica mais definido com as duas resenhas que o fecham dando-lhe o contorno entre Moderna e Contemporânea; a primeira é relativa a uma obra publicada em Portugal sobre Descartes e a segunda, sobre um periódico francês dedicado ao tema da Antropologia em Immanuel Kant, desde a leitura desenvolvida por Foucault. Como de costume, uma boa leitura a todos.
Clélia Aparecida Martins