nao realize algo da verdadeira cidade". Este " algo" compartilhado pela
comunidade fundamenta a phronesis, que e a forma filosoficamente
adequada
de pratica (Bernstein, 1983, p.
264).
A questao e sobre como
estabelecer a
demons-
trat;8.o da sua present;a ou ausencia.
o livro de Bernstein consiste num esfon;o notavel para juntar diferentes
fios da filosofia contemporanea em torno da estrutura de uma modernidade
por ele sintetizada como "angustia cartesiana". 0 leitor familiarizado com
a "teoria critica", elaborada
pe
la
primeira
gera
<;:
ao
da
Esc
ola
de
Frankf
urt,
reconhecera
no estudo
de
Ber
nstein
a
tentativa
de
fu
ndar
de
forma
imanente
a
distin
<;:
ao
entre teoria
tradicional
e
teo
ria
critica, que culminou
no artigo de mesmo titulo escrito por Max Horkheimer em 1937. Embora
0
metoda
de
Horkheimer
se
ja
diferente
do
de
Ber
nstein
,
seus
objetivos
"pol
itic
os"
sao
os
mesm
os
:
nas
palavras
de
Ber
nstein
,
mesmo
sem
comp
artilhar
"a
certeza
te6rica ou
a
au
toconf
ian
<;:
a
revolucionaria
de
Marx"
,
eles
consistem em
"n
os
ded
icarmos
a
tarefa
pratica
de
promover
0
tipo
de
so
lidar
ieda
de,
pa
rtic
ipa
<;:
ao
e
reconhe
cime
nto
mut
uo"
qu
e,
de
fa
to
,
"n
os
levara para alem do obj
etivis
mo
e
do relativismo" (p.
23
1).
Infelizmente, nem Horkheimer nem Bernstein conseguiram fundamentar este
imperativo politico como imperativo filos6fico.
Se
ria
equivocado opor
a
teoria
critica
a
teoria herme
neuti
ca
,
como
se
a
pr
imeira
fosse resolutamente "moderna", e o apelo da ultima a autoridade
ou ao "preconceito",
uma
fu
ndamenta
<;:
ao
irracional
,
ex
terna
e,
em
ultima
anal
ise,
tradic
iona
l
.
A
respos
ta
de Gadamer (1975, p. 258-9) a esta critica
refere-se explicitamente a Dialetica do
Il
u
minism
o,
de
Adorno
e
Ho
rkhei
mer,
assim
como
a
Hi
st6
ri
a
e
consc
ien
cia
de
c1
asse
,
de Lukacs.
"
Ele tenta mostrar 0 carater especificamente hist6rico de uma hermeneu-
tica filosoficamente fundamentada, indo alem das ingenuidades do
historicismo do
se
culo
XIX
.
o
pensamento verdadeiramente historico precisa pensar
simultaneamente a sua propria
historicidade..
.
0 verdadeiro objeto historico
nEIO
e
objeto
algum;
e
...
uma
relayao
na
qual
a atualidade
da
historia,
tanto
quanto
a
atualidade
da
compreensao
historica
estao
co-presentes.
Uma hermeneutica adequada teria que demonstrar a atualidade da
historia em entender-se a si
mesma
.
(p.
283)