NA ORIGEM ESTÁ O SIGNO
Lauro Frederico Barbosa da SILVEIRA[1]
RESUMO: A 1ógica como semiótica implica, do ponto de vista de Peirce, estrutura triádica onde a bipolaridade constitu{da pelo par sujeito-objeto é superada. Tanto o nominalismo quanto o individualismo são ultrapassados. O signo é mais amplo do que o s{mbolo e supõe a potencialidade e a atualidade. Duas classes de objetos e duas séries de interpretantes,cada destasúltimas admitindo três espécies,dão lugar auma 1ógica da conduta cientfjica que faz apelo a uma comunidade futura cuja crença corresponde à Verdade, e a dimensão cosmológica do pensamento que fundamenta a derradeira objetividade do conhecimento e da volição.
UNITERMOS: Semiótica; objeto; interpretante; comunidade; pensamento.
Após assumir a lógica dos relativos como fundamento as relações de pensamento, Peirce refaz pacientemente toda a organização do edifício das ciências. Não pretende começar do nada, mas aperfeiçoar a tradição filosófica que o fonnou e com a qual criticamente conviveu. Hume e Kant estão presentes nesta tarefa e dela não se ausentam Francis Bacon, Berkeley, a Enciclopédia, Hegel e mais, recentemente, Augusto Comte.
Adotando as distinções entreas ciênciasdassimplesidéias e as ciências do fato de um lado, e entre as ciências gerais e as ciências especiais, de outro, estabelece a seguinte disposição sistemática:
Em primeiro lugar, diante deste quadro, cabe salientar que, apesar da separação humeana entre ciências das simples idéias e as ciências do fato, a matemática para Peirce não é analítica no sentido clássico do termo, mas construtiva; e que as ciências do fato não são originárias e redutivelmente indutivas. Como também, apesar da 1ógica ocupar um lugar na esfera das ciências das simples idéias e, junto com a matemática, emprestar o instrumental primeiro para a elaboração de qualquer outra ciência, ela compartilha do caráter construtivo da matemática, não lhe sendo atribuído o estatuto meramente descritivo e analítico que Kant conferia à 1ógica geral.
Interessa-nos, no entanto, especialmente localizar a semiótica, com freqüência tomada por Peirce como sinônimo de 1ógica (Cf. 9. 2.227). Tudo poderia levar a crer que a semiótica seria equivalente à 1ógica transcendental kantiana e, certamente, há fundamento para tal aproximação: trata-se efetivamente da 1ógica referente ao universo da experiência e com esta comprometida.Acontece que as categorias para Peirce não correspondem às categorias kantianas e, como pretendemos ver adiante, não remetem a um "Eu penso" da apercepção transcendental; o próprio tempo não manifestará um eu fenomênico que polarize, a priori, a experiência na consciência individual.
Em Peirce, as categorias apresentam um caráter fenomenológico, procurando organizar indutivamente (e nisto, se assemelhando aos princípios humeanos) todo o campo do que nos aparece. São, entretanto, categorias verdadeiramente gerais, no sentido em que se aplicam a todo o campo da experiência, compondo-se entre si elementarmente (Cf. 9. 1.300-353, 417-480). Caso seja possível atribuir um lugar à transcendentalidade no interior do pensamento de Peirce, esta só poderá se encontrar - como propuseram Habermas e Apel, citando Peirce- assintoticamenteno futuro, quando todas as hipóteses tiverem sido transformadas em hábitos e estes tiverempassadoexaustivamentepelocrivodaexperimentação(Cf.1.1.p.394, 401-402; 1.2. p. 28-30, 42-44, 5 1-53,1 24, 159,178-179,182-183,191-19ó, 200-20 1, 208-209, 242; 3.1.p.12,55-5ó;2.p.155- 158, i88, 19ó-208 ;ó.p.95, 10 1, 1 13-123, 128- 139; 9. 1. 91, ó1 2-ó13; 2. 299, ó52-ó55, 5. 130-131, 198-200, 209-211 ,315, 354-357, 3ó5,384 n1, 402, 40ó-408, 41 ó-417, 421). Antes disto, todo conhecimento é falível e não pode pretender alcançar a estrita universalidade e necessidade; não pode,porconseqüência,constituir, a priori, as condições objetivas da experiência.
A semiótica é uma ciência geral embora empírica que, sob forma prognóstica, procura estabelecer como devem ser os signos, ou como se constituirá o pensamento, para inteligência capaz de aprender com base na experiência (Cf. 9. 1.281; 2.227).
Tratando-se de uma 1ógica da conduta, cabe à semiótica representar o objeto como objeto de volição e o meio pelo qual racionalmente alcançá-lo. Deste modo, é precedida não só pela representação categorial da experiência, como pela representação da admirabilidade com quese apresentam os fenômenos e pela volição do fenômeno como objeto da conduta. Restringe-se, no entanto, somente ao objeto enquanto representado para a conduta e não se pronuncia quanto à realidade do mesmo ou quanto aos seus modos especiais de ser.Tais tarefas, como para Kant, cabem, respectivamente,à metafísica eàsciências especiais (Cf.9.1.190-202, 484-5 14,530-544, 120-150).
A proposta peirceana, freqüentemente autodenomina da realista escolástica, idealista objetiva ou do senso comum crítico, opõe-se antes de tudo ao nominalismo. No vocabuláriodePeirce,esse termodesigna mais do que uma escola particular,uma tendência que pervade toda a fonnação filosófica ocidental. É nominalista a concepção de conhecimento que polariza a representação, separando o discurso do existente. Se nem todo filósofo foi integralmente nominalista, quase todos - inclusive o próprio autor - cederam a tais pressupostos na constituição de suas doutrinas. Bipolar, tal tendência acaba postulando um incognoscível aquém ou além do domínio da ciência (Cf. 9. 1. 1 ó-18, 170, 422; 2. 1óó-1ó8; 3.4ó0; 4. 1. 33-37, ó8, ó1 1; 5. 48, 59-ó3 , 121;ó.270, 492-493 , 505-50ó; 8. 17-38, 208 ;10. 4. p. 295). O objeto, do ponto de vista da semiótica, contudo, precede à representação e dela não se aliena. A representação é o programa da conduta futura para ótima, mas falivelmente alcançar o objeto que a motiva, atraindo-a.Tal objeto, tanto quanto a representação, pertencem ao universo da experiência, não cabendo estabelecer qualquer antagonismo originário entre ambos.
Rompido o impasse nominalista, o que nem a Crftica tinha conseguido plenamente, cabe verificar qual a melhor representação que pode ser feita das relações cognitivas.
A bem da verdade, a identificação do pensamento com o signo e a estrutura triádica deste último precedem à reformulação das categorias e à sistematização das ciências, acima apresentada.
Parece-nos, contudo, que realizadas algumas modificações nas atribuiçõesdos correlatos do signo, este encontra sua plena oportunidade de explicitação ao ser estruturado segundo as três categorias fenomenológicas (Cf. 13. p. 1 79, 1 89- 1 94).
Sem pretender alongarmo-nos discutindo diversas formulações fornecidaspor Peirce, podemos dizer que o signo (ou representamen) é algo que sob algum aspecto ou qualidade (seu fundamento), fica no lugar de um outro (seu objeto), determinando na mente um outro signo (seu interpretante). Este último signo interpreta as relações constitutivas do próprio signo; relacionar-se-á com o objeto segundo um fundamento no máximo tão forte quanto o do representamen que o determina, e dará origem a uma série de si infinita de outros interpretantes. Esta série constituirá tendencialmente osignificado do signo e,finalmente, assumirá o caráter de lei ou hábito de conduta face ao objeto (Cf. 9. 2. 233-2ó4, 274-308).
Embora tenha havido quem,comoDouglasGreenlee(Cf.5.p.59-ó9,8ó-93, 10ó-1 1 1), tentassesuprimir, como supérflua, a relação de objeto e reduzi-la à relação de interpretante, adotando para o signoum estatuto eminentemente convencional e formalqueoconfundia pura e simplesmente com osímbolo,nãoresta dúvida que Peirceinsistenaespecificidadeenamútuairredutibilidadedostrêscorrelatos (Cf. 9. 4. 539, 5. 474). Com efeito, a cada um deles são atribuídas funções distintas e complementares: poder representar, é a característica do representamen; atuar e resistir, caracterizam o objeto e mediatizar, caracteriza o interpretante.Deve-se, todavia, relembrar quetaisfunçõessãoelementareseque,embora identifiquem-se com cada um dos correlatos, não são incompatíveis ao serem atribuídas a um meio sujeito. Certamente o que, como representamen, se coloca presentemente no lugar do objeto, exerce também afunçãode interpretante da relação deum representamen anterior para com o objeto ecompartilha,deste modo,do significado dosigno. O mesmo pode-se dizer das funções que, no futuro,serão exercidaspelo interpretante.Mesmoo objeto de um signo que permanece o mesmo numa série interpretativa, pois é dele o significado que estásendo instaurado, pode exercer asfunções de representamen ou deinterpretante emoutrasinstânciasdasemiose,soba forma de níveis subordinados de significação (Cf. 4. p. 54-55 ; 9. ó. 490; 221.222).
Do caráter elementar das funções do signo e das categorias que as presidem, decorre também a reprodução em infmitos níveis, datrfade que elas constituem (Cf. 5. p. 33-42). Permite-se, então, o desdobramento indefinido de cada função, tornando-se, sobremodo, minuciosa a análise semiótica do pensamento (Cf. 14. p. 12ó-135). Impede-se, igualmente, qualquer tentativa de reificação das classificações delas deduzidas. Como exemplo desta aplicação infinita da mesma trfade, tem-se a divisão dos argumentos, de si mesmos uma das classes de interpretantes 1ógicos. Os argumentos seriam de três tipos: a abdução ou retrodução, a indução e a dedução. A indução, por sua vez, desdobrar-se-ia em indução ordinária, indução qualitativa e indução quantitativa. A primeira caracteriza-se por um fundamento meramente potencial, já que infere a confiabilidade de uma hipótese implicitamente formulada pela mem ausência de índices de uma realIdade contrária; a segunda, pela diferença não denumerável da efetivação de qualidades em situações de fato, não permitindo conclusõesextensionalmente ampliativas; a terceira, ao permitir um tratamento estatístico dos dados obtidosea generalizaçãode uma razão de freqüência sob a forma de uma lei sul generis �Cf. 9. 2. 2ó9, 755, 775-783; 8. 227-229; 11 . p. 22-23, 1ó0-1 66).
Se bem, pois, que a trfade de correlatos constitutivos do signo-pensamento seja matricialmente formada pelo representamen, o objeto e o interpretante, já que o fundamento não parece propriamente se distinguir do representamen, somente a relação de representamen, como mera potencialidade, é indecomponível e nãonecessita sofrer desdobramentos (Cf.8. p. 305, 31 ó-321; 14.135- 138). O objeto, na alteridade quelheé própria,desdobm-seemobjetoimediatoeobjetodinâmicodosigno.O primeiro guarda dâ alteridade, o que o próprio signo representa, enquanto o segundo é exterior ao signo,masnãoatodasemiose,everifica em últimainstância a verdade do signo (Cf. 9. 4. 53ó-540; 5. 473; ó. 339; 8. 183, 343). Charles Mortis denominou-os, respectivamente, significatum e denotatwn. O conjunto constituído, no texto peirceano, pela conotação, a denotação e a informação poderia também designá-los, já que por sua conjunçãoo objeto é representadoem suas características gerais, é indicado e sobre ele é determinado um j uízo de existência (Cf. 7. p. 93-9ó; 9.1. 559; 2. 293 , 473; 3. ó08 ; 5. 474; 7. 221 -222).
O interpretante complexifica-se muito mais, desdobrando-se em duas séries, sobre · cujas relações recíprocas não há, entre os estudiosos, unanimidade de opinião.
Parece-nos que a posição adotada por T. A. Short, desde198 1, é a que melhor dá conta dessas relações e tem contado recentemente com a aceitação de outros competentes estudiosos do pensamento peirceano (Cf. 15; 1ó; 17; 18; 19). Defende a especificidade e independência recíproca de ambas as séries, parecendo-nos possível construir com elas, um quadro de dupla entrada, possibilitando classificá-las.
Uma das sériesseria constituída pelos interpretantesimediatos,dinâmicoe [mal do signo, análogos aos que foram propostos para a relação de objeto. O interpretante imediato estaria representado na potência do signo, como a espécie de interpretação facultada pelo signo das relações do representamen e do objeto; o interpretante dinâmico seriaaefetiva interpretaçãoe o interpretantefinal,aqueleao qual tende a série futura das interpretações (Cf. 9. 4. 53ó-540; 5. 470-494).
A outra, seria formada pelos interpretantes emocional, energético e 1ógico. O primeiro é uma mera disponibilidade, sentimento ou afeição que, rompendo um estado de indiferença, simplesmente predispõe a conduta diante do signo para encaminhar-se em busca do objeto. Desfeitas as repercussões psicológicas da exposição, trata-se de um interpretante de mera possibilidade. O segundo, éumaaçãoqueinterpretaa relação do signo para com o objeto: a resposta a um comando e toda reação, são exemplos característicos e formas aproximadamente genuínas de interpretantes energéticos. Finalmente, o terceiro é uma representação que interpreta a relação do representamen e o objeto. A conhecida divisão da relação do interpretante em Rema, Dicente e Argumento e, no interior deste último, em abdução, indução e dedução, são realizações típicas do interpretante lógico (Cf. 9. 2. 2ó3, 2óó-270; 5. 470-48ó; 11. p. 22-23; 1ó0-1óó).
Como nem todo representamen e nem todo objeto detenninam do mesmo modo e com omesmograude generalidade a conduta, e como esta \lltima, na medida em que é representada pelo interpretante, não é sempre idêntica relativamente à relação do representamen e do objeto, mas pode responder com determinação variável a tal relação, nem sempre a cadeia de interpretantes se desenvolve indeflnidamente. O términoda cadeia pode ser um interpretante emocional, um energético ou um 1ógico (Cf. 9. 5. 474). Somente neste áltimo caso, como pode ser visto no quadro (página anterior), distingue-se totalmente o interpretante fmal do interpretante dinâmico e, a fortiori, do interpretante imediato. O interpretante intencionado, ou significado, cotresponderia a estat1ltima intersecção (Cf.9. 5. 175-179; 475-47ó). Quando um ato faz cessar a cadeia interpretante, levando-a a termo, o interpretante dinâmico ocupa também a função do interpretante fmal; quando a interpretação permanece meramente potencial, nãohá por ondedistinguir-seo interpretante fmal do interpretante imediato do signo (Cf. 9. 5. 475-47ó; 489-491).
Embora os textos não sejam suflcientemente claros, pode-se aventar a hipótese de que, diante das possibilidades graduais de realização das séries interpretantes, Peirce tenha introduzido a denominação interpretante t1ltimo para designar aquele com o qual cessa uma série interpretativa. A tal interpretante não se seguiriam outros, mas ele assumiria o caráter de um hábito de relacionar-se ao objeto (Cf. 9. 5. 47ó-483; 487). Estaria assim excluída a progressão inflnita da série interpretativa e manifestada a inserção estrutural da semiose na realização plena do ato volitivo inicial. O objeto extremo seria o próprio objeto dinâmico, fmalmente acessível. Esta é a interpretação conferida recentemente à relação entre interpretante áltimo e objeto dinâmico por Sandra Rosenthal (Cf. 12), interpretação que encontra antecedentes em textos do próprio Peirce (Cf. 9. 8. 183). David Savan, já em 1977 (Cf. 13. p. 191-194), identiflcava o objeto dinâmico com o mundo parcial ou totalmente representado. Apel e Habermas, como já foi mencionado, ao lerem Peirce, atribuem à comunidade futura de interpretação o papel transformador da representação em hábito. Peirce antecipava este longo esforço de intelecção, ao identiflcar o interpretante flnal de todos os universos de percepção e, conseqüentemente, do objeto em sua totalidade com a própria Verdade (Cf. 9. 4. 539).
Supondo-se ser esta a estrutura dosigno-pensamentoparaPeirce em seus escritos da maturidade, cabe novamente notar que nada que se reflra à experiência à semiose. O próprio objeto, embora determinante do processo cognitivo, completa-o em seu flnal mas a ele não se furta, poisincorpora-se ao hábito, interpretante áltimo do signo. O sujeito, por sua vez, constitui-se edesenvolve-sesomenteno interiordosigno. Como consciênciade si, atualiza-se como reagente na interpretação energética do objeto que se opõe à espontaneidade que o constituía e da qual não tinha experiência.
Como representação no futuro, projeta-se,explicitamente ounão,comocomunidade de interpretação portadora de dimensões cósmicas e cuja crença constitui tendencialmente a verdade (Cf. 9. 5. 421). No presente, o sujeito apresenta-se como possibilidade de produzir representamina capazes de romper os limites do fatopassado e de determinar, sob a forma interpretante, a conduta futura.
Não é igualmente gratuita a afIrmação ao longo da obra peirceana, de que é a comunidade, e não o indivíduo, que exerce plenamente o pensamento. Em relação ao interpretante dltimo, ela assume uma dimensão cósmica aounir-seao próprioobjeto em sua plena realidade (Cf. 14. p. 139- 142).
Apesar da aparência que tem sustentado diversas doutrinas fIlosófIcas, se for tomado o ponto de vista de Peirce, quer na origem, quer no telos, tudo é signo e nada é fIxo.
ABSTRACT: Logic semiotics implies, in the Peirce's point of view, a triadic structure of thought and sign, where the bipolarity constituted by the pair subject - object is overcome. Nominalism is surpassed and individualism too. Sign is broader than symbol and supposes potentiality and actuallity. Two classes of objects and two series of interpretants, each one of the least by its tum admitting a triple subdivision, give place to a logic of scientific conduct. This makes appeal to a future community whose belief corresponds to the Truth, and to a cosmologic dimension of thought that supplies with a ground to the last objectivity of knowledge and volition.
KEYWORDS: Semiotics; object; interpretant; community; thought.
1. APEL, K. O. Charles Sanders Peirce and thepost- tarskianproblemofanadequate explication of the meaning of truth: towards a transcendental theory. Part I. The Monist, La Salle, v. ó3, p. 38ó-407, 1980. Part 11. Transactions of the Charles S. Peirce Society. Buffalo, v. 18, n. 1, p. 3- 17, 1982.
3. APEL, K. O.La transformación de la filosofia. Madrid: Taurus, 1985, v. 1 e 2.
4. BENSE,M. Pequena estética. São Paulo: Perspectiva, 1971.
5. GREENLEE,D. Peirce' s concept ofsigno The Hague: Mouton,1973.
6. HABERMAS,J. Knowledge and human interests. London: Heinemann,1972.
7. MORRIS,C. Writings on the general theory ofsigns. The Hague: Mouton,1971.
8. NESHER, D. Are there grounds for identifying "Ground" with "Interpretant" in Peirce's pragmatic theory of meaning? Transactions ofthe Charles S. Peirce Society, Buffalo, v.20,n.3,p.303-324,1984.
9. PEIRCE, C. S. Collected papers of Charles S. Peirce. Edited by Hartshorne, Weiss and Burks.Cambridge,MA: Harvard University Press,1958,1974.V. 1-8.
10. PEIRCE, C. S. The new elements of mathematics. Edited by Carolyn Eisele. The Hague: Mouton, 197ó. V. 1-4.
11. PEIRCE, C. S., WELBY, V. L. Semiotics and significs: the correspondence between Charles S. Peirce and Victoria Lady Weeby. Edited by Charles S. Hardwick. Bloomington: Indiana University Press,1977.
12. ROSENTHAL, S. B. Peirce Peircés ultimate logical interpretant and dynamical object a pragmatic perspective. Transactions of the Charles S. Peirce Society, Buffalo, V. 2ó, n.2,p.195-210,1990.
13. SAVAN, D. Questions concerning certain classifications claimed for signs.Semiotica, The Hague,V. 19,n.3/4,p.179-19ó,1977.
14. SAVAN, D.Response to T.A. Short. Transactions ot the Charles S. Peirce Society, Buffalo, v.22, n.2,p.125-144,198ó.
15. SHORT,T.A.David Savan's Peirce studies.Transactions ofthe Charles S. Peirce Society,
Buffalo,V.22,n. 2,p.89-124,198ó.
16. SHORT, T. A. Life among legisigns. Transactions of theCharles S. Peirce Society, Buffalo,v.18,n.4,p.285-310,1982.
17. SHORT, T. A.Peirce's conception of final causation. Transactions of the Charles S. Peirces Society, Buffalo,v.17,n.4, p.3ó9-382,1981.
18. SHORT,T. A.Semeiosis and intentionality. Transactions ofthe Charles S. Peirce Society, Buffalo, V.17,n.3,p.197-223, 1981.
19. SHORT, T. A. Some problems concerning Peirce's conceptions of concepts and propositions. Transactions of the Charles S. Peirce Society, Buffalo, V. 20, n. 1, p.20-37,1984.984.