MEDIAÇÃO DE CONFLITOS E JULGAMENTO DE DILEMAS MORAIS:

CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA GENÉTICA À EDUCAÇÃO

Autores

  • Julio Cledson de Oliveira GUEDES Fateci - Fortaleza - CE
  • Jesus Garcia PASCUAL UFC - Fortaleza-CE

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-1655.2016.v8n2.08.p161

Palavras-chave:

Mediação de conflito; Desenvolvimento Moral; Psicologia Educacional; Método Clínico.

Resumo

O fenômeno da violência dentro das escolas vem crescendo nos últimos anos, preocupando os gestores que procuram formas de lidar com essa realidade social. Assim surge a mediação dos conflitos escolares, que é uma técnica oriunda do sistema judiciário que pretende trazer novos ares às escolas, com promessas de amenizar as situações de violência nas escolas. Essa técnica tem como princípio acordos e diálogos, mediados por um grupo de alunos previamente selecionado, entre professores/alunos ou entre alunos/alunos que se desentendem dentro do ambiente escolar. O trabalho investiga se a mediação de conflitos escolares repercute no desenvolvimento do julgamento moral dos alunos mediadores na perspectiva piagetiano/kohlbergiana. A metodologia empregada foi o método clínico piagetiano utilizando entrevistas com dilemas. Dois grupos de alunos participaram da pesquisa: um grupo de alunos mediadores e outro grupo de alunos não mediadores da mesma escola. Os resultados pontam na direção sociomoral da etapa da heteronomia. A mediação de conflitos escolares não demonstra mudança significativa no desenvolvimento do julgamento sociomoral dos alunos pesquisados, envolvidos diretamente no programa de mediação. Nesse sentido, este artigo propicia uma reflexão sobre as técnicas de mediações de conflitos escolares e seu papel na construção da autonomia piagetiana e do desenvolvimento sociomoral pós-convencional de Kohlberg.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ARAÚJO, A P. Justiça Restaurativa na Escola. 2010. (Dissertação de mestrado). Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. 2010.
BOLÍVAR, A. O Desenvolvimento de Atitudes. In: BARBERÁ, E. (org.). O construtivismo na prática. Porto Alegre: Artmed, 2004. p .55-64.
CATÃO, A. L. Mediação e judiciário: problematizando fronteiras psicojurídicas. São
Paulo: PUC/SP, 2009.
DUSKA, R.; WHELAN, M. O desenvolvimento moral na idade evolutiva. São Paulo:
Edições Loyola, 1994.
185
ISSN: 1984-1655
FRANÇA, M. L. O desenvolvimento moral na perspectiva construtivista: contribuições
para a prática escolar. In: PASCUAL J. & DIAS, A. FRAGMENTOS. Filosofia, Sociologia, Psicologia: O que isso interessa à Educação? Fortaleza: Ed. Brasil Tropical Ltda,
vol. III, 2006, p.65-92.
FREITAS, L. A Moral na Obra de Jean Piaget: um projeto inacabado. São Paulo: Editora Cortez, 2003.
JARES, X. R. Educação e conflito: guia de educação para a convivência. Porto: Editora
Asa, 2002.
KESSELRING, Th. Jean Piaget. Tradução: Antônio Estevão Allgayer, Fernando Becker, Roberto Hofmeister Pich. Caxias do Sul, RS: Educs, 2008.
KOHLBERG, L. The psychology of moral development: moral stages, their nature and
validation. New York: Haper & Row, 1972.
ORTEGA-RUIZ, R. Estratégias educativas para a prevenção da violência. Brasília:
Unesco, UCB, 2002.
PASCUAL, J. Autonomia intelectual e moral como finalidade da educação contemporânea. Psicologia, ciência e profissão. Brasília, n. 3, p.2-11, 1999.
PETRONELA, M. B. A Justiça Restaurativa: um desafio para a Escola. 2007. Tese
(Doutorado de Educação). Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, 2011.
PIAGET, J. O juízo moral na criança. Tradução: Elzon Lenardon. São Paulo: Summus,
1994.

Downloads

Publicado

2017-02-25

Edição

Seção

Artigo