QUANDO OS FLUXOS DO CORPO DO TRABALHADOR SÃO RASTREADOS: ALGUNS APONTAMENTOS SOBRE PODER E RESISTÊNCIA

Autores

  • Sonia Regina Vargas MANSANO

DOI:

https://doi.org/10.36311/1519-0110.2008.v9n1/2.51

Resumo

a emergência de uma sociedade caracterizada pelo controle, conforme anunciada por Gilles Deleuze, coloca-nos diante de novos dispositivos de poder e também de novas formas de resistência. Neste trabalho, buscaremos discorrer sobre uma dimensão específica dessa problemática que consiste no avanço tecnológico em direção às formas de controle que incidem sobre a saúde, o corpo e a produtividade do trabalhador. Para tematizar essa forma de controle chamada por Michel Foucault de biopoder, recorreremos à análise de uma notícia veiculada pela mídia brasileira que mostrou como as empresas utilizam os exames laboratoriais para detectar o uso de drogas entre seus funcionários. Encontramos nesse tipo de notícia a oportunidade de analisar o quanto o corpo tem sido tomado como uma espécie de prova que dá visibilidade a parte dos hábitos, lícitos e ilícitos, cultivados pelo trabalhador em sua vida privada. Diante desse tipo de intervenção médica, viabilizada no interior das empresas, cabe-nos então questionar: até que ponto a vida privada do trabalhador pode ser objeto de investigação por parte das empresas com vistas ao controle? Quais são as possibilidades de luta frente um modo de gestão que extrapola os limites da empresa e pretende adentrar na vida privada do trabalhador legislando sobre seus hábitos?

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Biografia do Autor

Sonia Regina Vargas MANSANO

Docente do Departamento de Psicologia Social e Institucional da Universidade Estadual de Londrina. Doutora em Psicologia Clínica pela PUC/SP. Londrina, São Paulo, Brasil.

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Publicado

2010-01-08

Edição

Seção

Democracia, Relações de Trabalho e Globalização

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