DIALÉTICA DO NÃO-SIGNFICADO EXISTENCIAL: UM ENSAIO SOBRE A DIALÉTICA DO TÉDIO

Autores

  • Felipe Resende da Silva Doutorando em Educação pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), Campus de Marília

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-8900.2019.v11.n26.03.p17

Palavras-chave:

Tédio, Dialética, Teoria crítica

Resumo

Apropriando-nos de uma gama de diferentes pensadores (mas tendo como pedra angular, implícita e especialmente, a dialética negativa adorniana e a obra Dialética do Esclarecimento), o presente trabalho tem como objetivo ensaiar a construção dos termos gerais de uma ontologia do tédio a partir de um viés dialético. Para tanto, partimos da concepção que o tédio possui uma ligação profunda com a dinâmica histórica da razão: ele seria um tipo peculiar de sofrimento psíquico originado pelas deformações proporcionadas pela atividade irracional do esclarecimento. A partir desse viés, o seu caráter histórico (que alude a sua origem exclusivamente ao período moderno) poderia ser superado: a sua possível longevidade histórica (experienciada através das mutações conceituais do referido afeto, como taedium vitae e acedia, por exemplo) seria entendida não como um fenômeno metafísico, insondável ao conhecimento, mas enquanto persistência do sofrimento condicionado historicamente pela razão. Na parte final, oferecemos uma breve exposição de nosso modelo com base nos tempos presentes.

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Publicado

2019-03-01