ANTON WILHELM AMO: FILÓSOFO NEGRO NO ILUMINISMO E A DESCOLONIZAÇÃO DA FILOSOFIA NAS ESCOLAS

Autores

  • Carlos Eduardo Gomes Nascimento Mestrando em Educação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA)

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-8900.2018.v10n24.12.p179

Palavras-chave:

Ensino de Filosofia, Racismo, Iluminismo, Anton Wilhelm Amo

Resumo

O artigo propõe uma reflexão sobre a educação e a filosofia no ensino médio, analisando o contexto histórico da obra do filósofo negro, Anton Wilhelm Amo. Nascido na África, no início do século XVIII, Amo, ainda criança, foi entregue como presente a nobres europeus. Educado no contexto do Iluminismo, tornou-se filósofo e professor em Universidades alemãs. A história e a filosofia de Amo continuam desconhecidas de muitos docentes de filosofia do ensino médio e superior, raramente contada aos jovens estudantes. O texto busca provocar: em que sentido a presença de Amo, na história da filosofia, relaciona-se com a ideia de descolonização no ensino de filosofia no Brasil? Para tanto, o texto aborda o conceito de raça e do racismo na filosofia; apresenta as obras filosóficas de Amo: “De humanae mentis apatheia” (1734) e “O tratado sobre a arte de filosofar com sobriedade e precisão” (1737); debate a descolonização na didática em filosofia no ensino médio. Por fim, demonstra que a importância da apresentação da vida e da filosofia de Amo às novas gerações possibilita outras formas de pensar a filosofia na educação.

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Publicado

2018-12-11