GILDA DE MELLO E SOUZA E A MODA COMO A MAIS HUMANA DAS ARTES

Autores

  • Rafael Lopes do Valle Mestrando em Filosofia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-8900.2020.v12n31.p231-244

Palavras-chave:

Gilda de Mello e Souza, Estética, Moda, Literatura

Resumo

No presente artigo, discutiremos a afirmação de Gilda de Mello e Souza de que a moda é a mais humana das artes, e como essa mesma afirmação se reverbera nas análises, realizadas pela filósofa, de obras de arte. Em O espírito das roupas (1987), nossa autora examina a moda no século XIX. A moda como obra de arte surgiria do nó entre forma, cor, tecido e mobilidade. Este ganha destaque, pois é o elemento que dá vida ao pedaço de tecido. A mobilidade é o princípio estético que diferencia a moda das demais artes. Para que a vestimenta exista como arte, é necessário que entre ela e o suporte humano se estabeleça um elo de identidade e concordância, que é a essência da elegância. Recompondo-se a cada momento, jogando com o imprevisto, dependendo do gesto, a moda é, segundo Gilda de Mello e Souza, a mais humana das artes. A humanidade da arte da indumentária também se revela pelas palavras, por meio de romances, que serão aqui analisados e comentados, além de outras fontes utilizadas pela filósofa, como a fotografia, o cinema e a dança, todas fazendo jus à sua afirmação.

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Publicado

2020-07-20

Edição

Seção

Artigos