VONTADE, SEXUALIDADE E MORTE NA FILOSOFIA DE SCHOPENHAUER: INTERFACES COM A TEORIA FREUDIANA

Autores

  • Iasmim Martins Pós-doutoranda na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Professora convidada na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-8900.2021.v13n35.p154-180

Palavras-chave:

Vontade, Sexualidade, Morte

Resumo

O presente artigo pretende apresentar a relação de herança de Schopenhauer para com Freud no que tange à concepção de vontade e de amor sexual desenvolvidas pelo primeiro e incorporadas, com reformulações, pelo segundo em ambas as tópicas. Pretendemos também demonstrar que há uma relação entre os dois autores no que tange ao modo como ambos compreendem a morte: Schopenhauer distinguia entre uma morte meramente empírica e uma morte idealista, a qual se assemelha ao Todestrieb freudiano. Além disso, entendemos que não há, na reformulação da tópica freudiana, apenas exigências externas à obra, como por exemplo o advento da Primeira Guerra ou casos clínicos, senão também um fio condutor que reata com uma teorização já presente desde o Projeto e que teria ficado à sombra na primeira tópica para reaparecer em sua centralidade em Além do princípio do prazer, qual seja o “princípio de inércia” ou “princípio de nirvana”. Por fim, expomos como Schopenhauer apresenta quatro saídas em sua obra para uma vida melhor e menos destrutiva, sendo que a quarta delas igualmente possui uma dimensão que se assemelha à psicanálise: a eudemonologia.

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Publicado

2021-11-17

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Seção

Artigos