O NIILISMO ATIVO DE ERNST JÜNGER

Autores

  • Renata Magri Alonge Bonfim da Silva Pós-graduanda em Artes Visuais no Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) https://orcid.org/0000-0002-3687-9294

DOI:

https://doi.org/10.36311/1984-8900.2020.v12n31.p357-382

Palavras-chave:

Niilismo, Ernst Jünger, Técnica, Mobilização total, O trabalhador

Resumo

Em escritos dos anos 1930, Ernst Jünger expõe um cenário de decadência da então ordem burguesa e anuncia o que seria, segundo ele, o advento de uma nova era expressa pela emergência da mobilização técnica planetária e de uma nova humanidade. O autor celebra a emergente ordem técnica considerando-a a saída de um estágio decadente da história ocidental no qual o indivíduo encontrava-se enfraquecido e privado de condições que o possibilitassem afirmar a sua essencial potencialidade. É nesse sentido que nos deparamos com o niilismo nessas considerações do autor: um niilismo de caráter ativo expresso pelo esvaziamento e esgotamento da configuração de mundo de até então, uma destruição contínua em prol da realização do que o autor denomina de o domínio do trabalhador, um domínio configurado pela ação incisiva de um novo tipo humano que expressa uma nova vontade, pratica uma nova liberdade e leva à ruína todas as valorações e modo de vida do indivíduo burguês. Essa tarefa realiza-se a partir de uma atitude guerreira que afirma o niilismo, o concretiza e tem o potencial de ultrapassá-lo. No presente artigo expomos essa concepção de niilismo ativo, nos atentando sobretudo aos textos A mobilização total e O trabalhador – domínio e figura.

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Referências

CORDEIRO, E. A figura do Trabalhador: ensaio sobre a técnica segundo Ernst Jünger. Dissertação de mestrado. Universidade de Lisboa, 1994.

JÜNGER, E. A mobilização total. Tradução e notas Vicente Sampaio. São Paulo: Revista Natureza Humana, v.4, n.1, 2002.

______. O trabalhador – domínio e figura. Tradução e notas Alexandre Franco de Sá. Lisboa: Hugin, 2000.

______. Sobre a linha. Tradução de Marco Aurélio Werle. São Paulo: Cadernos de Tradução USP, n.3, 1998.

______. Sobre el dolor seguido de la Mobilización total y Fuego e movimiento. Tradução do alemão Andrés Sánchez Pascual. Barcelona: Tusquets, 2003.

______. Tempestades de aço. Tradução e notas Marcelo Backes. São Paulo: Cosac Naify, 2013.

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Publicado

2020-07-21

Edição

Seção

Artigos