Da história natural à história da natureza:
Kant e o transformismo
DOI:
https://doi.org/10.36311/2318-0501.2022.v10n2.p69Palavras-chave:
história natural, Kant, transformismo, filosofia da naturezaResumo
A história natural nasce entre os autores da antiguidade clássica como uma ciência essencialmente descritiva. Até meados do século XVIII, ainda não estava implicada, nessa ciência, a ideia de uma investigação da natureza em seu desenvolvimento temporal. Na mesma época em que Buffon publica o ensaio Das épocas da natureza, em que elabora uma verdadeira “história da Terra” narrada desde seu surgimento até o tempo presente, o estudo das raças humanas levou Kant a propor uma outra acepção para o termo “história”: ele deveria significar, agora, “a investigação natural da origem” de determinado objeto (no caso, da espécie humana). O fato de que as raças humanas são apenas variedades de uma espécie única não poderia ser compreendida senão a partir dessa perspectiva temporal, segundo a qual cada uma delas seria o resultado de um desenvolvimento particular e contingencial de características contidas na forma originária da espécie. A proposta de uma tal investigação levou-o a imaginar que essa relação entre diversidade e unidade, assim disposta no tempo, talvez pudesse fundamentar uma “história” não somente das raças, mas também das diferentes espécies existentes. É justamente essa a ideia que está na base da teoria popularizada por Lamarck e Darwin, que conhecemos com o nome de transformismo.
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